O grito das ruas em busca de respostas sobre o destino de um pedreiro. Amarildo desapareceu após ser abordado por policiais da “Unidade de Polícia Pacificadora”
O destino do governador Sérgio Cabral se cruzou com o de um pedreiro.
No último dia 14, Amarildo de Souza, morador da Rocinha, desapareceu depois de ser levado por policiais para uma UPP. Implantadas pelo secretário José Mariano Beltrame, as Unidades de Polícia Pacificadora eram a solução para o crime no Rio. Três anos mais tarde, a polícia continua a polícia e a possível candidatura de Beltrame a governador ficou para as calendas.
Cadê o Amarildo?
Da favela, essa pergunta passou a ser gritada pelos manifestantes acampados na frente da casa de Cabral. Do acampamento, foi para a cidade.
A mulher dele, Elisabete Gomes da Silva, não crê na possibilidade de seu marido ser encontrado com vida. “Tenho certeza de que meu marido está morto. Já procuramos em todos os lugares e nada”, disse.
O governo ofereceu proteção e apoio. Mas ela tem consciência de que isso é, basicamente, uma ficção.
“Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo de que, quando a poeira baixar, os policiais possam fazer uma maldade contra mim e minha família. Não estou dormindo nem na minha casa, com medo de chegar à noite e me matarem”, afirmou.
Amarildo ganhava 300 reais por mês numa obra em Copacabana. Tem seis filhos. Seu apelido, “Boi”, se devia ao fato de ser forte e capaz de carregar nos ombros quem precisasse descer ao asfalto. Voltava de uma pescaria quando foi abordado por quatro PMs. Na 15ª DP, após a “averiguação”, teria sido liberado.
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