sábado, 31 de março de 2012

Disparos israelenses no Dia da Terra matam 1 palestino

Um palestino morreu nesta sexta-feira ao receber um disparo de um israelense no norte da Faixa de Gaza, próximo à fronteira com Israel, depois de uma manifestação de milhares de pessoas por causa do Dia da Terra, afirmou um porta-voz médico. Mahmud Zaqut, 20 anos, morreu e outros 37 palestinos ficaram feridos por causa de disparos israelenses próximo a Beit Hanun, informou em um comunicado, Adham Abu Selmiya, porta-voz dos serviços de emergência no território governado pelo movimento islamita Hamas.
Indagado, o exército israelense não quis comentar estas informações por ora. Quarenta palestinos palestinos também ficaram feridos nesta sexta-feira, em confrontos entre palestinos e forças israelenses na Cisjordânia ocupada. Os choques entre jovens que jogavam pedras e soldados israelenses que disparavam balas de borracha e granadas de efeito moral explodiram na represa de Qalandia, perto de Jerusalém.
Em Jerusalém Oriental ocupada e anexada, a polícia israelense prendeu quatro palestinos que oravam na rua porque não podiam entrar na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha. Apenas os palestinos de mais de 40 anos e com carteira de identidade de residente fornecida por Israel podem entrar na esplanada.
No norte da Cisjordânia, mil pessoas desfilaram por Kafr Qadum, a oeste de Nablus. O setor foi decretado zona militar cercada pelo exército israelense. O Dia da Terra, celebrado todos os anos em 30 de março pela minoria árabe de Israel, lembra a morte, em 1976, de seis membros desta comunidade em manifestações contra o confisco de terrenos pelas autoridades israelenses.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5694444-EI308,00-Disparos+israelenses+no+Dia+da+Terra+matam+palestino.html

sexta-feira, 30 de março de 2012

Comissão culpa Otan e outros países por mortes em fuga da Líbia

Uma comissão do Conselho da Europa responsabilizou nesta quinta-feira a Otan e vários países por "erros" que causaram no ano passado a morte de 63 imigrantes a bordo de um navio que partiu da Líbia durante o conflito no país. "Houve erros em diferentes níveis e foram perdidas muitas oportunidades de salvar as vidas das pessoas a bordo do navio", diz um relatório apresentado nesta quinta-feira como anotação final a uma investigação de nove meses sobre o fato.
Entre aqueles que poderiam ter feito mais para resgatar os náufragos, o texto aponta diretamente a guarda-costeira italiana e navios militares da Otan que estavam na região, como a fragata espanhola Méndez Núñez, já que a Aliança executava o bloqueio naval sobre a Líbia neste momento.
A encarregada da investigação, a senadora holandesa Tineke Strik, fez nesta quinta-feira em Bruxelas uma reconstrução do acontecimento desde que no dia 26 de março de 2011 a embarcação partiu de Trípoli com 72 pessoas a bordo (principalmente subsaarianos, como eritreus e etíopes) até que duas semanas depois, empurrada pelas correntes, retornou ao litoral líbio. Até então, havia apenas 9 sobreviventes, depois que o navio sofreu danos e seus pedidos de socorro foram aparentemente ignorados por "navios pesqueiros, um helicóptero militar e um grande navio militar".
"As pessoas envolvidas nesta tragédia poderiam ter sido resgatadas se todos os envolvidos tivessem cumprido com suas obrigações", diz o texto redigido por Strik. Segundo o relatório, às 18 horas de zarpar, quase sem combustível, comida e água, o capitão da embarcação pediu socorro através de um telefone via satélite.
O Centro de Coordenação Marítima italiano foi imediatamente informado e emitiu um amplo número de alertas a navios que estavam na área e ao comando da Otan para que buscassem a embarcação. Segundo Strik, nas primeiras horas um helicóptero militar e vários navios pesqueiros viram a embarcação dos imigrantes e não fizeram nada.
Posteriormente, após vários dias à deriva e quando um grande número de passageiros já tinha morrido, uma grande embarcação militar sem identificação e com aeronaves a bordo se aproximou do navio, mas também não o recuperou. A senadora holandesa lembrou que vários navios da Otan estavam na região, entre eles o espanhol Méndez Núñez, que estaria a uma distância de 11 milhas marítimas, uma informação que as autoridades espanholas rejeitam, afirmou.
Segundo Strik, o governo espanhol disse que não recebeu nenhuma informação sobre o navio com problemas, enquanto a Aliança Atlântica diz que direcionou um aviso a todos os seus navios. Em informação concedida pelo Ministério da Defesa à senadora, a Espanha explica, além disso, que o helicóptero que se encontrava a bordo do Méndez Núñez também não viu o navio.
"As autoridades espanholas reiteram que todos os navios espanhóis são conscientes de suas obrigações sob as leis do mar, incluindo aquelas relativas à assistência a pessoas ou navios em problemas e lembram que durante a Operação Protetor Unificado a fragata espanhola Méndez Núñez ajudou ativamente muitas embarcações", disse o Governo em seu comunicado. O relatório do Conselho da Europa critica a Otan por sua atuação no fato e também por não ter previsto a saída de pessoas da Líbia por mar durante o conflito.
A comissão do Conselho da Europa pede à Aliança uma investigação interna sobre o assunto, assim como processos parlamentares nos países que possam estar envolvidos. Um porta-voz da Otan afirmou que a Aliança recebeu no dia 27 de março do ano passado um aviso geral das autoridades italianas sobre um navio que poderia estar em dificuldades, uma mensagem que enviou a todos os navios da organização presentes na zona. "Embora não tenhamos registro de que nenhuma aeronave ou embarcação da Otan tivesse visto ou feito contato com esse navio, a Otan realizou outras operações de resgate nessa região e nessa época, e recuperou centenas de pessoas", lembrou.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5692236-EI8142,00-Comissao+culpa+Otan+e+outros+paises+por+mortes+em+fuga+da+Libia.html

Polícia pode pedir documentos pela aparência, diz tribunal alemão

Controle de passaportes no trem regional de Kassel para Frankfurt: pouco antes de uma parada, dois policiais federais abordam um homem de pele escura e pedem seus documentos de identificação. Ele se recusa. Os policiais o prendem. Na delegacia, a polícia encontra os documentos dentro de sua mochila o passageiro é alemão.
O que parece uma operação de rotina da polícia de fronteira levou, 15 meses depois, a uma decisão judicial que causa polêmica e não só no meio jurídico. Um dos apresenta seus critérios de investigação Diante do Tribunal Administrativo de Koblenz, um dos policiais afirmou que abordaria pessoas que lhe parecem estrangeiras.
"Ele leva em consideração a cor da pele, mas também a quantidade de bagagem que a pessoa carrega ou o fato de estar sozinha no trem. O queixoso, nesse caso, foi abordado pela cor de sua pele." A declaração foi considerada pelo tribunal como aceitável e a queixa do cidadão alemão de origem estrangeira foi rejeitada.
Na prática, isso significa que viajantes na Alemanha podem continuar sendo abordados pela polícia de acordo com características étnicas. O Tribunal Administrativo de Koblenz quis assim assegurar "a eficiência do trabalho policial" no controle de imigrantes ilegais, disse o porta-voz Christoph Gietzen: "O único critério sensato é a aparência de uma pessoa. Não existem outros critérios independentes de suspeita para escolha aleatória no trabalho da polícia federal." Independente de suspeita, significa, nesse caso, que pessoas sejam controladas sem suspeita concreta.
Segundo a avaliação do tribunal, é aceitável orientar-se por "cor da pele, idioma ou vestimentas" para "superar os problemas com falta de pessoal na polícia". O procedimento, entretanto, só é legal, precisa Gietzen, "quando há evidência policial de que imigrantes ilegais chegam por determinada rota de trem." É o caso dos trens regionais que partem de aeroportos internacionais, como Frankfurt.
Josef Scheuring, do sindicato dos policiais, diz que a imigração ilegal aumentou 20% no último ano. "Nós precisamos partir do princípio de que há um enorme número de casos não identificados." Segundo ele, isso justifica um controle mais rígido.
Sentença insustentável
Representantes dos direitos humanos criticam fortemente a decisão, já que nunca antes um tribunal havia declarado que a cor da pele pode ser critério para controle policial. "A polícia federal tem poderes excepcionais para controlar suspeitos ou fazer verificações independentes", diz Petra Follmar-Otto, do Instituto Alemão para os Direitos Humanos. "Mas o que foi assegurado agora nesta sentença é uma violação do direito humano que proíbe a discriminação racial."
Em resposta a uma consulta feita pelo Partido Verde, o governo alemão havia dito em julho de 2011 que o controle independente de suspeitos não pode dar tratamento diferenciado a pessoas por causa da origem, cor da pele ou religião. "A sentença portanto é incompatível com o conceito de policiamento em um Estado democrático de direito", diz Karl Kopp, da organização Pro Asyl, que defende os direitos dos requerentes de asilo político na Alemanha.
"A sentença proferida em Koblenz pode ser facilmente contestada", opina o jurista Alexander Klose, especialista em discriminação. Ele considera a decisão do Tribunal Administrativo insustentável. "Empregadores são da mesma forma obrigados à lei de igualdade de tratamento e proibições contra discriminação. Experiências negativas em casos isolados anteriores não servem como argumento. E o que vale como lei para empresas privadas também pode e deve valer como lei para a polícia como órgão do Estado."

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5694135-EI8142,00-Policia+pode+pedir+documentos+pela+aparencia+diz+tribunal+alemao.html

STJ é criticado por relativizar estupro de menores de 14 anos

Órgãos ligados a defesa dos direitos humanos consideram a decisão preconceituosa e um retrocesso no combate à violência sexual. STJ justifica decisão dizendo que meninas exploradas sexualmente “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”. Secretaria de Política para as Mulheres lassificou a decisão como um desrespeito, considerando irrelevante o consentimento de meninas menores de 14 anos para configurar o crime de estupro.

Vinicius Mansur

Brasília - Uma decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no início desta semana trouxe perplexidade para os defensores dos direitos humanos. Entre os ministros da 3ª Seção do STJ, prevaleceu o entendimento de que o fato de um adulto praticar relação sexual com uma adolescente com menos de 14 anos não pode ser considerado necessariamente um estupro.

No caso analisado, que ocorreu em São Paulo (SP), o réu era acusado de ter violentado sexualmente três meninas de 12 anos de idade. No entanto, tanto o STJ quanto o Tribunal de Justiça local (TJSP) o inocentaram, usando como argumento a justificativa de que as adolescentes “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”.

O acórdão do TJSP afirma que “a prova trazida aos autos demonstra, fartamente, que as vítimas, à época dos fatos, lamentavelmente, já estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo”.

Críticas
Para o coordenador Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal (Cedeca-DF), Vítor Alencar, a decisão é preconceituosa. “Existe todo um arcabouço normativo que protege essas meninas, que estavam numa situação de exploração sexual. Mas ela [a relatora, ministra Maria Thereza de Assis Moura] diz de maneira preconceituosa que as meninas não merecem ter seus direitos reconhecidos porque estavam na prostituição”, critica.

Para Alencar, a decisão usa a prática de um crime para justificar a absolvição do réu. Ele explica que tanto o Estatuto da Criança e do Adolescente, como o Código Penal brasileiro estabelecem que a venda do corpo por menores de 18 anos não é considerada prostituição, mas exploração sexual. E ainda, a Lei 12.015, de 2009, cria, no Código Penal, a figura do estupro de vulnerável, que considera crime ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, em declarações à imprensa, considerou que decisão do STJ implica em “construir um caminho para a impunidade” e disse acionará o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e com o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, para buscar "medidas jurídicas cabíveis"

Em nota pública, a Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República classificou a decisão como um desrespeito, considerando irrelevante o consentimento de meninas menores de 14 anos para configurar o crime de estupro.

Para a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a decisão “pode abrir um perigoso precedente quando se sabe de casos de ‘turismo’ e exploração sexual, tristemente presentes no cotidiano de milhares de crianças e adolescentes brasileiras”, caminhando “na contramão de governos, organismos e agências internacionais, universidades e sociedade civil que desenvolvem e aplicam políticas públicas com vistas à superação desta violência”.

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Israel anuncia que vai matar mais palestinos hoje

Israel promete reagir com força para impedir protesto palestino de cruzar fronteira

DA BBC BRASIL

O governo de Israel deslocou soldados para as fronteiras com o Líbano, Síria e Jordânia e reforçou batalhões na Cisjordânia e na fronteira com a Faixa de Gaza, poucas horas antes do início do Dia da Terra que é celebrado nesta sexta-feira. Na data, palestinos protestam contra a ocupação de seus territórios por israelenses.

Neste ano, grupos palestinos convocaram a chamada "Marcha Global para Jerusalém". De acordo com os organizadores, nesta sexta-feira haverá manifestações contra a ocupação de terras palestinas e contra a "judaização" de Jerusalém, tanto na Cisjordânia e na Faixa de Gaza como nos países vizinhos.

Israel advertiu os governos dos países vizinhos de que reagiria com força a qualquer tentativa de manifestantes de ultrapassar as fronteiras.

A liderança dos cidadãos árabes de Israel, de origem palestina, também planeja realizar manifestações dentro do país, contra o confisco de terras de aldeias árabes na Galileia e no deserto do Negev.

A data lembra os incidentes ocorridos em 30 de março de 1976, quando seis cidadãos árabes - israelenses foram mortos pela polícia durante um protesto contra o confisco maciço de terras pertencentes a aldeias na Galileia, segundo o plano do governo de Israel de "Judaização da Galileia".

Desde então, a data, denominada Dia da Terra, foi adotada por palestinos, tanto nos territórios ocupados como na diáspora, e tornou-se uma das celebrações mais sensíveis do ano, na qual se realizam protestos que frequentemente resultam em confrontos com as autoridades israelenses.

Fronteira

Neste ano, além dos protestos nos territórios ocupados e dentro de Israel, foram anunciadas manifestações no Líbano, na Síria e na Jordânia.

Depois do precedente de maio de 2011, quando refugiados palestinos residentes na Síria e no Líbano tentaram ultrapassar as fronteiras, as autoridades israelenses se preparam para uma eventual repetição da tentativa.

Naquela ocasião, manifestantes palestinos protestaram no dia 15 de maio - data da criação do Estado de Israel, a qual denominam Nakba, que significa catástrofe, em árabe.

O Exército israelense abriu fogo contra os refugiados, que tentavam cruzar as fronteiras a pé, matando 13 pessoas.

Os organizadores da Marcha Global para Jerusalém (GMJ) anunciaram que seu objetivo é "acabar com a política sionista de apartheid, limpeza étnica e judaização, que prejudicam o povo, a terra e a santidade de Jerusalém".

Segundo o anúncio, a iniciativa envolve "uma coalizão de palestinos, árabes e ativistas internacionais, unidos na luta para liberar a cidade santa de Jerusalém da ocupação sionista ilegal".

Autoridade palestina

O partido Fatah, que lidera a Autoridade Palestina na Cisjordânia, convocou a população a participar da manifestação.

De acordo com o Fatah "a terra é o centro do conflito e o núcleo da causa (palestina) e a sobrevivência do povo depende da preservação de cada centímetro da terra".

As manifestações organizadas pelo Fatah serão realizadas junto aos ponto de checagem do Exército israelense nas entradas das cidades de Ramallah (ao norte de Jerusalém) e de Belém (ao sul).

De acordo com a posição oficial do governo israelense, "Jerusalém é a capital indivisível e eterna do povo judeu".

A construção de bairros israelenses na parte oriental da cidade, tradicionalmente palestina, é um dos pontos de maior tensão entre os dois lados do conflito. Cerca de 200 mil israelenses já residem nessa área.

Para o partido Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a parte oriental de Jerusalém, ocupada por Israel durante a guerra de 1967, deverá ser a capital do futuro Estado Palestino, e a parte ocidental permanecerá capital de Israel.

Já o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não reconhece a existência de Israel e portanto não aceita que parte alguma de Jerusalém seja sua capital.

http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1069366-israel-promete-reagir-com-forca-para-impedir-protesto-palestino-de-cruzar-fronteira.shtml

Comentário do blogueiro: o título tive que fazer prá deixar as coisas claras: até quando Israel terá permissão para continuar matar os palestinos?

quinta-feira, 29 de março de 2012

Camargo Correa ameaça na TV demitir trabalhadores e transforma Jirau em campo de guerra

Empresa deve fazer pressão para que Força Nacional assuma canteiro; em Santo Antônio, Odebrecht segue receita

Escrito por: Luiz Carvalho, de Rondônia

De forma irresponsável e em um franco desrespeito aos trabalhadores, a Camargo Correa e a Odebrecht divulgaram na noite dessa quarta-feira (28) um comunicado nas emissoras de TV ameaçando com demissão todos os operários que não retornassem às suas atividades.

O resultado foi a instalação de um clima de tensão num ambiente de greve que mantinha o caráter pacífico. A situação mais grave ocorreu no canteiro de Jirau, onde um grupo de operários fechou o acesso principal ao canteiro de obras, mesmo sob os olhares atentos de policiais da Companhia de Operações Especiais do Estado (COE) e da Força Nacional. A polícia também esteve presente em Santo Antônio.

A paralisação chegou hoje ao 20º dia. Em 9 de março, 1.500 trabalhadores da terceirizada Enesa Engenharia, que presta serviço ao consórcio liderado pela Camargo Correa, responsável pela construção de Jirau, cruzaram os braços para cobrar melhorias nos alojamentos. Três dias depois, o movimento se espalhou por toda a obra e atingiu os demais 14 mil operários. Já em Santo Antônio, onde a Odebrecht lidera o empreendimento, a paralisação conta com os 15 mil funcionários começou no dia 26.

A pauta dos operários inclui 30% de aumento salarial, pagamento de 100% de todas as horas extras, baixada de 10 dias a cada 70 trabalhados, entre outros pontos. A empresa oferece 5% de aumento antecipado e pagamento dos dias parados para o retorno ao trabalho, proposta que foi recusada pela base em assembleia.

A arte da truculência
Por volta das 6h, representantes da CUT, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira (Conticom) e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero), que tentam negociar com os consórcios, chegaram a Jirau e viram um cenário de caça às bruxas.

Enquanto um grupo com cerca de 400 pessoas se deslocava do refeitório rumo à entrada da hidrelétrica para protestar contra a falta de diálogo, agentes da Força Nacional e da COE aguardavam com armas em punho e preparados para o combate no acesso principal ao canteiro.

Certamente, os trabalhadores superaram as expectativas da Camargo Correa, primeiro por reagirem à pressão da empresa e, segundo, por não danificarem o patrimônio, deixando claro que a barricada montada era apenas para exigir melhores condições de trabalho.

Também pela atuação rápida do Sticcero, representado pelo seu vice-presidente, Altair Donizete. “Quando a turma chegou conversamos e dissemos que estaríamos juntos para fazer o movimento, mas que não poderíamos entrar em conflito para não nos prejudicarmos. Demos o recado sem que houvesse qualquer motivo para o conflito”, explicou.

Para o presidente da Conticom, Cláudio Gomes, as empresas adotam uma postura absolutamente equivocada. “Tentaram esvaziar essa greve na base da intimidação, ao invés de buscar o diálogo, apostando que os trabalhadores não iriam reagir. Mas, reagiram e se não fosse o sindicato assumir a liderança dessa situação poderíamos ter um conflito com graves consequências”, acredita.

Sem voz
Durante a confusão, o armador Neto Amorim, natural do Maranhão, fazia uma reclamação comum a muitos: a falta de pagamento de horas extras. Porém, para ele, a incapacidade de ouvir a quem dá lucro às empresas é o mais grave. “A revolta de todos é que não temos uma resposta exata e eles querem dar pressão psicológica em todo mundo. Isso a gente não aceita”, disse.

Muitos foram convocados ao trabalho pela ameaça na TV. Outros, receberam mensagens no celular e houve até quem tivesse sido convocado pelos encarregados. Enquanto isso, os integrantes da comissão de trabalhadores eleitos pelos próprios companheiros eram barrados na portaria exatamente no momento em que a manifestação terminava e os operários retornavam aos alojamentos. Caso do pedreiro Guilherme Ferreira, que parecia indignado com o cenário. “Não se justifica a presença de tantos policiais, em nenhum momento houve quebra-quebra como no ano passado”,

A justificativa
A negociação entre trabalhadores e policiais não era a única em andamento naquele momento. Em Porto Velho, capital rondoniense, a secretaria de Segurança e representantes da Camargo Correa se reuniam. Segundo informações que o Portal da CUT apurou, o governo de Rondônia apontou a necessidade de indicar outra solução para a falta de segurança, já que não poderia deslocara constantemente o contingente de policiais para a obra. Era tudo que a Camargo Correa gostaria de ouvir e pode ser a grande senha para solicitar a intervenção massiva da Força Nacional.

Como já alertara o secretário de Relações de Trabalho da CUT, Manoel Messias, a empresa poderia adotar uma postura autoritária nas negociações para forçar o tensionamento dos conflitos e, assim, pressionar o envio das tropas federais à Rondônia. Dessa forma, obrigando os operários a voltarem ás suas atividades pela intimidação e não resolvendo os problemas em questão.

De certo, por enquanto, apenas a tentativa de diálogo por meio da Justiça, em mais uma audiência de dissídio de greve, que ocorre neste exato momento no Tribunal Regional do Trabalho. Na mesa, a paralisação na hidrelétrica de Santo Antônio e a expectativa que os empresários recobrem o respeito aos operários que lhes garantem o sustento.

http://www.cut.org.br/destaques/21903/camargo-correa-ameaca-na-tv-demitir-trabalhadores-e-transforma-jirau-em-campo-de-guerra?utm_source=cut&utm_medium=email&utm_term=informacut&utm_campaign=informacut

Greve geral tem adesão massiva na Espanha

A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos. Segundo as centrais sidicais CCOO e UGT, entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, adesão deve ficar entre 85 e 90%. Fábricas de automóveis estão praticamente paradas, setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos, 26 portos estão totalmente parados. Trabalhadores dos meios de comunicação também participam do protesto.

As principais centrais sindicais espanholas, CCOO e UGT, disseram na manhã desta quinta-feira (29) que a adesão à Greve Geral está sendo massiva e irá mesmo ultrapassar os números atingidos em setembro. Entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, a adesão deverá rondar os 85% a 90%, segundo avançam estas estruturas sindicais.

Segundo divulga a UGT e as CC OO em comunicado conjunto, as fábricas de automóveis estão praticamente paradas e o setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos. 26 portos da rede de Portos do Estado estão totalmente parados. No setor da aviação, 2300 voos poderão ser afetados pela paralisação e a empresa Transmediterránea prevê o cancelamento de atividades em 22 dos seus trajetos marítimos. Nas fábricas da Renault, SEAT en Martorell, Volkswagen Navarra, Ford Almusafes e Bosch Madrid, e Airbus en Toledo a adesão à greve é total.

Os grandes centros de abastecimento da Andaluzia, especialmente o Mercasevilla, o Mercabarna e o Mercavalencia, na Catalunha, e a plataforma logística de Mercadona em Leon fecharam as portas e os setores da alimentação e o setor químico registam níveis de adesão que rondam os 80 a 90%. O turno da noite da fábrica da Repsol em Puertollano parou por completo.

No setor mineiro a adesão é de 100% e no setor têxtil atinge os 82%. A fáfrica da Inditex na Corunha fechou por completo. No recolhimento de lixo a adesão é de 95%, ascendendo a 100% em cidades como Madrid, Corunha, Zaragoza, Ceuta, Toledo, entre outras. No setor das limpezas a adesão foi, por sua vez, de 70%.

No que diz respeito à construção de infraestruturas, a greve chegou mesmo a parar por absoluto as obras da Adif e do prolongamento da linha 9 do metrô.

O setor postal regista uma adesão à greve de 74%, atingindo os 100% na Catalunha e os 98% na Andaluzia.

Também os meios de comunicação espanhóis optaram por aderir ao protesto. O Telemadrid, Canal Sur Televisión e o TV3 da Catalunha encerraram as emissões pelas zero hora do dia 29. A adesão na redação digital do diário Público é de 100%. Na imprensa escrita, regista-se uma adesão de 80% no El País e La Vanguardia e de 70% no resto da imprensa escrita da Catalunha.

Outro indicador que traduz o êxito desta Greve Geral diz respeito à diminuição do consumo de energia, que traduz a redução da atividade econômica. Por volta das sete da manhã, a procura já registava um decréscimo, face à semana anterior, de 23,37%, segundo a Rede Elétrica de Espanha.

Forte contingente policial
A greve tem sido acompanhada de perto por um enorme contingente policial que, inclusive, chegou a cortar os acessos em Madrid, junto ao Congresso.

Registaram-se alguns confrontos durante os piquetes da madrugada, que resultaram, segundo o Ministério do Interior, em dezenas de detenções e alguns feridos.

Os sindicatos denunciaram, entretanto, que os trabalhadores estão sendo alvo de pressões e chantagens por parte dos empresários e dos serviços públicos no sentido de não aderirem à greve.

Contra a reforma laboral e pelos serviços públicos
A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo governo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos.

Para os representantes da CC OO e da UGT, esta é uma mobilização “justa e necessária” perante a “regressão social” provocada pela política posta em marcha pelo atual governo.

Na Galiza também foi convocada pela Confederação Intersindical Galega uma greve geral para 29 de março. Para o País Basco e para Navarra, as centrais ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, também já teriam anunciado uma paralisação geral para este mesmo dia.

O protesto não merece o apoio do Partido Nacionalista Basco, sendo duramente condenado pelo Partido Popular.

O partido Esquerda Unida congratulou, por sua vez, a decisão das estruturais sindicais. Cayo Lara, citado pelo El Pais, defendeu que esta é uma “reforma duríssima, ante a qual o governo tem duas opções: ou negocia com os sindicatos e partidos dentro do trâmite parlamentar ou terá mais mobilizações”.

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Polícia dá cobertura a torturadores e reprime manifestantes no Centro do Rio

Grupo protestou contra evento que lembrava o Golpe de 64.

A manifestação que era prevista para ser pacífica no Centro do Rio, na tarde desta quinta-feira (29), acabou em pancadaria e com a detenção de duas pessoas. O ato, contra evento que relembrava no Clube Militar o Golpe de 1964, aconteceu na Avenida Rio Branco.
Militares foram abordados ao entrar e sair do clube e eram chamados de "torturadores" pelos manifestantes. Muitos saíram por uma porta lateral para não passar pelo ato. A PM montou um cordão de isolamento da saída do clube até uma das entradas da Estação Cinelândia do Metrô.
O confronto começou no momento em que a polícia tentava liberar a avenida, tomada pelos manifestantes que levavam faixas, bandeiras e gritavam palavras de ordem.

O grupo jogou ovos nos policiais, que revidaram com gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Até as 17h30, pelo menos duas pessoas tinham sido detidas.
De acordo com a polícia, a Avenida Rio Branco chegou a ficar fechada por sete minutos. Pouco antes das 18h, apenas duas faixas seguiam tomadas pelos manifestantes, que fechavam ainda a Rua Santa Luzia. O trânsito - já tumultuado no Centro do Rio de Janeiro no fim da tarde - ficou ainda mais complicado.
O protesto ocorreu contra um evento agendado para esta quinta por militares que queriam relembrar o Golpe de 64 no Clube Militar. De acordo com o site do clube, o evento “1964- A Verdade” estava marcado para as 15h desta quinta, no Salão Nobre da sede. Os painelistas convidados eram o jornalista Aristóteles Drummond, Dr. Heitor De Paola e o general Luiz Eduardo Rocha Paiva.
Nas redes sociais, os organizadores do chamado Ato Contra a Comemoração do Golpe de 64 afirmaram que o protesto seria pacífico.“Não se trata de revanchismo mas apenas de esclarecimentos que não podem ser apagados na história da política brasileira”, afirma o aviso do protesto na internet, que defende a Comissão da Verdade, criada para investigar os crimes ocorridos durante o regime militar.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/03/manifestacao-no-centro-do-rio-acaba-com-confronto-e-detidos.html

Comentário do blogueiro: o título eu tive que fazer, não pode me segurar diante dos que eu li.

Brasil é denunciado na OEA por caso Vladimir Herzog

LUCAS FERRAZ - DE BRASÍLIA

O Brasil foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) por não apurar as circunstâncias da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do Exército, em São Paulo, em 1975.

Segundo a denúncia, o "Estado brasileiro não cumpriu seu dever de investigar, processar" e punir os responsáveis pela morte de Herzog.

O Itamaraty confirmou ter recebido a comunicação da OEA no dia 27 de março e está preparando uma resposta.

O caso foi levado ao organismo internacional, que já condenou o Brasil por omissões nos crimes da ditadura militar (1964-85), por entidades de direitos humanos, como Cejil (Centro pela Justiça e o Direito Internacional), FIDDH (Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos), Grupo Tortura Nunca Mais e Instituto Vladimir Herzog.

O caso Herzog voltou a ser discutido no início de fevereiro, após a Folha revelar em reportagem a identidade de Silvaldo Leung, fotógrafo que foi usado pela ditadura para registrar a morte do jornalista.

Segundo depoimento de Leung, a cena do suicídio foi forjada. O fotógrafo, então aluno da Academia da Polícia Civil de São Paulo, disse que não teve liberdade para fotografar o cadáver do jornalista, como normalmente fazem os peritos fotográficos, e alega que foi perseguido.

Após a revelação da Folha, autoridades do governo envolvidos com o tema, como é o caso do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), defenderam que o assunto fosse novamente investigado.

Apresentado como suicida pelo Exército, a versão começou a ser contestada logo no dia da morte de Vlado, como o então diretor de jornalismo da TV Cultura era chamado.

Segundo testemunhas, após comparecer espontaneamente no DOI-Codi de São Paulo para prestar depoimento, Herzog morreu após ser barbaramente torturado. Depois, os agentes da repressão armaram a cena para tentar simular o suicídio.

Um inquérito militar instaurado ainda em 1975 confirmou que o jornalista se matou. Mas em 1978 a Justiça condenou a União pelo assassinato de Vladimir Herzog.

Nos últimos 20 anos, contudo, duas ações foram propostas para apurar as circunstâncias do assassinato, mas em ambos os casos a Justiça arquivou as investigações com base na Lei da Anistia e no argumento de que o crime prescreveu.

O argumento das organizações de direitos humanos para o caso ser investigado, baseado na própria jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, diz que "são inadmissíveis as disposições de anistia, as disposição de prescrição e o estabelecimento de excludentes de responsabilidade, que pretendam impedir a investigação e punição" de quem cometeu graves violações aos direitos humanos, como torturas e assassinatos.

Após análise da comissão e da manifestação do Estado brasileiro, o caso provavelmente será levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, instância superior que poderá condenar o Brasil --como o fez em dezembro de 2010 por causa dos mortos e desaparecidos na guerrilha do Araguaia.

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=8595629110608716281

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ler é só a 7ª atividade favorita do brasileiro

Por Amanda Cieglinski*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O índice de brasileiros que prefere ler no seu tempo livre caiu de 36% entre 2007 para 28% em 2011. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta quinta-feira 28 pelo Instituto Pró-Livro.

O estudo tem como objetivo identificar os hábitos e as preferências dos leitores brasileiros. Assistir televisão continua sendo a atividade preferida e foi escolhida por 85% dos entrevistados. Em seguida aparecem escutar música ou rádio (52%), descansar (51%) e reunir-se com amigos e a família (44%). Cada entrevistado escolheu até cinco opções.

A leitura – incluindo jornais, livros, revistas e textos na internet – aparece em sétimo lugar na lista das atividades que o brasileiro mais gosta de fazer no seu tempo livre. Enquanto o percentual de entrevistados que declara gostar de ler cai, o grupo dos que aproveitam o tempo ocioso para acessar a internet subiu de 18% para 24% entre 2007 e 2011. A pesquisa também identificou um novo comportamento que não estava no estudo anterior: acessar as redes sociais, indicado como atividade frequente por 18% dos entrevistados.

etenta e cinco por centro dos entrevistados dizem que leem por prazer e 25% por obrigação. Entre os entrevistados, 49% disseram ler mais hoje do que no passado, 28% acreditaram ler menos e 20% avaliaram que leem na mesma quantidade. A principal razão apontada por aqueles que diminuíram o volume da leitura foi o desinteresse (78%), o que inclui a falta de tempo, a preferência por outras atividades e a “falta de paciência para ler”. Apenas 4% apontaram a dificuldade de acesso aos livros como motivo para ler menos, o que inclui o preço do livro, a falta de bibliotecas perto de casa ou de livrarias.

Entre os participantes, 64% concordaram totalmente com a afirmação “ler bastante pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua situação econômica”. Ao mesmo tempo, a maior parte diz que não conhece ninguém que tenha progredido na vida por ler muito.

O estudo também perguntou ao entrevistado qual era o significado da leitura para ele. Para 64%, a leitura é uma “fonte de conhecimento para a vida”. Entre as principais respostas obtidas estão ainda “fonte de conhecimento para atualização profissional” (41%) e “fonte de conhecimento para a escola” (35%). Apenas 6% consideram a leitura uma atividade cansativa e 5% acham que é entediante.

*Matéria originalmente publicada em Agência Brasil

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ler-e-so-a-7a-atividade-favorita-do-brasileiro/

CPI do Trabalho Escravo é instalada na Câmara

Ruralistas demonstram preocupação com a pauta e jogam peso na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito, que será presidida por Cláudio Puty (PT-PA) e relatada por Walter Feldman (PSDB-SP). Para Puty (foto), CPI colocará a discussão do tema em outro patamar e medirá a correlação de forças para aprovação da PEC 438 (Proposta de Emenda à Constituição do Trabalho Escravo).

Vinicius Mansur

Brasília - Após quase um ano de sua propositura pelo deputado Cláudio Puty (PT-PA), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo foi instalada na tarde desta quarta-feira (28) na Câmara dos Deputados. O presidente da CPI é o próprio Puty e o relator será Walter Feldman (PSDB-SP).

A CPI tem como base a lista do Ministério do Trabalho que inclui 294 empregadores, entre pessoas físicas e jurídicas, acusados de explorar a força de trabalho de forma análoga ao escravo. Ela funcionará por 120, sendo prorrogável até o final da legislatura.

Os ruralistas também estão em peso na comissão e assumiram as suas três vice-presidências através de Júnior Coimbra (PMDB-TO), Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) e Homero Pereira (PSD-MT). Pereira afirmou que este tipo de trabalho é inaceitável, mas ressaltou que a CPI não pode enfocar a investigação sem denúncias consistentes: “Por isso temos que analisar com critérios".

De acordo com Puty, a CPI será polarizada entre os que querem melhorias das condições de trabalho e aqueles que querem combater a fiscalização. “Da parte dos ruralistas, o discurso é que há fiscalização excessiva. Eles pegam casos particulares para generalizar”, explicou.

Cláudio Puty afirmou que a CPI servirá para colocar a questão do trabalho escravo em pauta num plano mais amplo de avaliação das condições de trabalho no Brasil, no campo e na cidade. Mas, ele também apontou que a comissão indicará qual é a correlação de forças na Casa para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição do Trabalho Escravo (PEC 438).

O Palácio do Planalto, através do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), já assumiram publicamente o compromisso de votar a PEC 438 até 13 maio deste ano, dia em que a abolição da escravidão no Brasil completa 124 anos.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19862

terça-feira, 27 de março de 2012

Crise, uma oportunidade de ouro para as empresas

Despedimentos facilitados, salários reduzidos, idade de reforma prolongada: sob a pressão da crise, os governos europeus reescrevem o direito do trabalho, para grande satisfação dos empresários.

Stephan Kaufmann

A crise provoca a ira na Grécia, em Espanha e em Portugal. Todo o Sul da Europa está prostrado. Todo o Sul da Europa? Não. Nestes países, realizam as velhas reivindicações de alguns. Como as de Juan Rosell, por exemplo, presidente da organização patronal espanhola CEOE. Durante anos, reclamou maior suavidade na proteção contra o despedimento. Atualmente, o Governo fez-lhe a vontade. “Não será a última reforma do mercado de trabalho”, profetiza Juan Rosell, seguro do seu sucesso. A crise é a sua oportunidade.

As empresas europeias agarram a oportunidade com as duas mãos. Sob a pressão da recessão e das dívidas públicas, por todo o lado, os governos estão a fazer regredir os direitos dos trabalhadores e diminuem os custos salariais. O objetivo é tornarem-se mais competitivas e, por isso mesmo, mais atrativas para os investidores. “A Europa está a um passo de se tornar um paraíso para os empresários. Às costas dos trabalhadores”, lamenta Apostolos Kapsalis, do instituto de pesquisa da confederação sindical grega GSEE.

Face à explosão do desemprego e às medidas de rigor da UE, estão de pé atrás. Especialmente na Grécia, onde o Governo reduziu o salário mínimo e os subsídios de desemprego. “São de esperar grandes reduções de salários”, previne Michala Marcussen, do banco Société Générale.

A idade de reforma foi prolongada, o que não só evita que o Estado tenha de pagar pensões, como também aumenta o número de candidatos no mercado de trabalho, exacerbando assim a concorrência por um emprego. “A Grécia é a cobaia do laboratório de reformas europeu”, desabafa Apostolos Kapsalis. “Aqui, testamos as medidas de austeridade que podem ser aplicadas.” O sindicalista avisa que programas semelhantes já estão a ser aplicados noutros países.

Preoteção contra o despedimento tende a desaparecer
Em Espanha, por exemplo, onde o Governo reformou o mercado de trabalho, em fevereiro, sem negociação prévia com os sindicatos – “de maneira muito agressiva”, como reconheceu o próprio ministro da economia, Luis de Guindos -, os primeiros beneficiários destas reformas são as empresas: “Trata-se, nem mais nem menos, de reforçar as suas margens de lucro – e, a curto prazo, isso só é possível através de uma redução dos custos salariais”, observa Patrick Artus, economista do banco francês Natixis.

A onda de reforma não atinge apenas os pequenos países. Também em Itália, o primeiro-ministro, Mario Monti, planeia reduzir muitíssimo os direitos habituais dos trabalhadores. Assim, tendem a desaparecer a proteção contra o despedimento e as suas apertadas regras. Em 2002 já tinha sido feita uma primeira tentativa que falhou perante a resistência da população.

Agora, surge uma nova oportunidade – e o primeiro-ministro não a vai perder. “Sobre as questões de política económica, Mario Monti está na mesma linha que nós”, congratula-se Emma Marcegaglia, presidente da confederação industrial Confindustria.

Os líderes políticos europeus tomaram como modelo a Alemanha, onde a Agenda 2010 e a moderação salarial têm impulsionado a rentabilidade das empresas, e onde a crise foi ultrapassada há muito tempo. “No plano da concorrência internacional, a única solução que a Europa tem, para fazer face às potências emergentes, como a China ou o Brasil, é tornar-se tão competitiva como a Alemanha”, declarou, em janeiro, a chanceler Angela Merkel.

“As medidas vão travar o crescimento”
O nível dos salários alemães e a produtividade alemã servem, assim, de bitola à concorrência europeia – incluindo a França, que perdeu quotas de mercado internacional para outros países, enquanto a Alemanha consolida a sua posição no mercado. Segundos os cálculos do Commerzbank, a produção de automóveis franceses e italianos desceu cerca de 30% entre 2004 e 2011 quando, no mesmo período, os construtores alemães viram a sua produção aumentar 22%.

É forçoso reconhecer que as reformas do mercado de trabalho não são medidas anticrise de curto prazo, são, sim, duradouras. Porque os Estados pressionam-se mutuamente através das suas estratégias de redução de custos. Mesmo os países com salários baixos, como a Croácia e a República Checa, terão de introduzir maior flexibilização no seu mercado de trabalho e têm de rever os seus custos salariais, baixando-os, para relançarem a competitividade, previne o FMI.

Esta competição entre Estados-membros recolhe os favores da UE, que quer fazer da Europa a região mais competitiva do mundo até 2020. “Temos a obrigação de definir uma estratégia de crescimento”, declarou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Este relançamento da competitividade, à custa de uma redução dos custos salariais, faz-se em detrimento dos rendimentos – e, por isso, à custa do consumo das famílias. “As medidas vão travar o crescimento e o mercado de trabalho durante alguns anos”, prevê Patrick Artus. Resta saber se os primeiros interessados estão de acordo. Os sindicatos portugueses acabam de fazer uma greve geral, e os espanhóis seguem-lhes os passos. Apostolos Kapsalis, o sindicalista grego, convida os alemães a serem mais solidários: “Porque, hoje, somos nós que estamos mal – mas, amanhã, vai ser novamente a vossa vez”.

http://www.presseurop.eu/pt/content/article/1679631-crise-uma-oportunidade-de-ouro-para-empresas

A ferida aberta do genocídio ruandês

Dois campos, duas teses, duas visões da França: dezoito anos após o massacre de 800 mil tutsis, o papel de Paris continua a suscitar uma controvérsia apaixonada, que evolui com as investigações judiciais. Excertos.

Christophe Ayad | Philippe Bernard

Esta é uma daquelas zonas cinzentas da história recente da França, uma daquelas feridas mal saradas que alimentam guerras ideológicas e anátemas. Uma daquelas paixões francesas que inflamam regularmente os intelectuais, políticos e ativistas. Parte de uma questão simples e terrível ao mesmo tempo: a França teve uma quota-parte de responsabilidade no genocídio do Ruanda, que provocou 800 mil mortos num mês?

Passados quase dezoito anos, a questão continua a gerar polémicas violentas, que dizem tanto das fraturas políticas e íntimas da França como do genocídio de 1994 em si. Que acontecimento recente suscita posições tão vincadas, ódios tão pessoais e semelhante furor verbal?

Não é ao nível da Bósnia nem do Kosovo. Temos provavelmente de recuar à guerra da Argélia – ou referir, em menor grau, a questão palestiniana – para encontrar acusações tão graves, uma tão grande divisão entre dois campos, que podemos caricaturar com traços de uma "anti-França" contra a "França eterna".

Crime e acusação são tão desmesurados que alguns atores parecem ter perdido a razão, na sua busca de uma verdade definitiva. Jornalistas e ativistas que se transfiguram em investigadores da polícia judiciária, juízes que se consideram historiadores, historiadores que se pelam pelo jornalismo de investigação: o Ruanda enlouquece?

Em todo o caso, causou desvios graves, de tal modo a vontade de fazer corresponder a verdade histórica a convicções pessoais se transformou numa obsessão para alguns.

A questão da "cumplicidade" francesa
Se a questão da "cumplicidade" francesa no genocídio constitui o verdadeiro epicentro desta polémica cerrada, esta afastou-se por muito tempo para outra questão fundamental, espetacular mas terrivelmente simplista em termos do genocídio em si: quem abateu, no dia 6 de abril de 1994, o avião do Presidente ruandês, Juvenal Habyarimana, um hutu?

Como se esse evento, considerado por alguns como um "rastilho", se acabasse por substituir ao próprio genocídio. Ora, o inquérito judicial ao acidente que marcou o início do genocídio tutsi, conduzido pelo juiz francês Marc Trévidic, sofreu uma reviravolta que pode ser decisiva.

Em 2006, o juiz de instrução, Jean-Louis Bruguière, que nunca visitou o Ruanda, designou como autor do atentado Paul Kagamé, dirigente rebelde tutsi sediado no Uganda e hoje Presidente do país. Mas a perícia inédita realizada em Kigali sob a direção do juiz Trévidic, que sucedeu a Jean-Louis Bruguière, parece incriminar a outra fação.

De acordo com um relatório divulgado em 10 de janeiro, extremistas hutus terão assassinado o seu próprio Presidente, por suspeita de ter concordado em dividir o poder com o adversário, numa cimeira em Arusha (Tanzânia), de onde regressava, naquele dia 6 de abril.

As duas "verdades" judiciais, diametralmente opostas, obtidas aparentemente pelo mesmo processo, refletem as teses irreconciliáveis, defendidas por ambos os campos em presença no debate público francês. A polémica inclui a questão da ligação entre o atentado e o genocídio. Curiosamente, a focalização num acidente que vitimou doze pessoas quase acabou por ofuscar a morte de 800 mil.

Enquanto os historiadores determinaram que o extermínio da minoria tutsi havia sido preparado (apresentando listas, apelos via rádio à eliminação, formação das milícias extremistas hutus Interahamwe, que desempenharam um papel fulcral no genocídio), os pró-Bruguière tendem a fazer do atentado a causa essencial, ou mesmo única, dos massacres, que teriam começado "como reação".

Insensivelmente, o mistério do atentado transformou-se em mistério sobre os autores do genocídio. Convencidos da culpa de Paul Kagamé no assassínio do Presidente, aqueles que se recusam a pôr em causa a França, apontam-no como responsável pelo genocídio do seu próprio povo.

O atual Presidente teria sacrificado os tutsis do interior para alcançar o poder, como explicava o juiz Bruguière na sua sentença de novembro de 2006, que, abandonando o quadro judicial, desenvolveu uma análise histórica de estilo panfletário.

Os funcionários franceses empenhados no Ruanda e as suas relações políticas e mediáticas – como Bernard Debré, Hubert Védrine e Pierre Pean – dizem o pior possível do regime atual de Kagamé. E não gostaram nada que Nicolas Sarkozy, impelido pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, o visitasse em Kigali, em fevereiro de 2010, reconhecendo "erros políticos e de apreciação”.

O caso ruandês faz lembrar a guerra da Argélia
Estas duas “versões da história" acabaram por delimitar dois campos inconciliáveis, cada um detentor de uma visão do papel e lugar da França em África, no mundo e na história. Salvas as devidas distâncias, o caso ruandês faz lembrar a guerra da Argélia.

Levantam questões comparáveis: a relação entre o Estado republicano e o exército; o eufemismo de uma verdadeira guerra colonial sob a capa de "operações de manutenção da ordem" (na Argélia) ou de "apoio a um regime amigo atacado por rebeldes"(no Ruanda); a rivalidade com os anglo-saxões no continente africano, conhecida como "síndroma de Fachoda", em homenagem a um incidente diplomático ocorrido no Sudão em 1898, considerado o símbolo da humilhação da França pela Inglaterra.

Tragédias humanas de enormes dimensões, os dois eventos têm em comum ter terminado num fiasco, devido a uma grave perda de influência de Paris numa das suas áreas estratégicas. Esquematicamente, os anti-Kagamé reúnem os defensores de uma França civilizadora e irrepreensível, sitiada pelo imperialismo anglo-saxão, com uma missão especial em África.

Os defensores da responsabilidade da França no genocídio do Ruanda contrapõem colocando a ênfase na tradição de combate à insurreição do seu exército, da Indochina ao Ruanda, passando pela Argélia e os Camarões, mas também a conivência da sua elite política com a prática colonial ou o seu avatar contemporâneo, a "Françáfrica".

Estas controvérsias refletem uma preferência vincada, mesmo dentro das elites, por "verdades" simples. Mas este quadro caótico é também devido, em grande parte, aos erros da investigação judicial sobre o atentado de Kigali.

É, pois, de desejar que o juiz Trévidic chegue a uma verdade científica sobre esse ponto. Isso bastará para isentar a França, as suas políticas e o seu exército de um dever de transparência sobre esse "passado que não passa"?

http://www.presseurop.eu/pt/content/article/1495101-ferida-aberta-do-genocidio-ruandes

segunda-feira, 26 de março de 2012

Depois de Toulouse

Eric Maurice

O drama em três atos chocou a Europa. Primeiro, o assassínio de três soldados de origem norte-africana em Toulouse e em Montauban, no sudoeste da França, sem que houvesse a certeza de haver uma ligação entre essas intervenções. Em seguida, o homicídio de três crianças e um adulto numa escola judaica em Toulouse, e o medo que causou à população a existência de um "lobo solitário", possivelmente um neonazi. Por último, o longo cerco à casa do principal suspeito e a revelação de que se tratava de um islamita de 23 anos, autor de pequenos delitos, transformado em fanático e assassino.

O percurso assassino de Mohamed Merah teve mais eco porque combina elementos inerentes às sociedades modernas: o fascínio pelos assassinos em série, o velho espetro do antissemitismo e o novo fantasma da islamofobia, a cobertura mediática de casos banais, a vontade de controlar a sociedade para evitar atos de terror, a busca de referências comuns entre as populações de origem e as provenientes das imigrações do último meio século, e, claro, em plena campanha presidencial francesa, o uso político deste tipo de acontecimentos.

É a esta luz que se tem de observar, a curto prazo, a maneira como vai prosseguir a campanha eleitoral em França e, a longo prazo, que medidas vão ser adotadas. Para já, a esquerda acusa os serviços secretos de não terem sido capazes de travar Merah e o Presidente Nicolas Sarkozy propõe a criminalização de consultas a sites extremistas.

Tal como o diário Le Monde, geralmente comedido, os responsáveis políticos parecem considerar que a loucura assassina de Merah levanta a questão da ameaça terrorista, especialmente a proveniente da Al-Qaeda. No entanto, nada prova ainda que o jovem de Toulouse, apesar das suas viagens ao Afeganistão e ao Paquistão, fizesse parte de uma célula terrorista organizada. O seu percurso parece demonstrar sobretudo a persistência de uma franja radicalizada de jovens muçulmanos nascidos na Europa, mas em rutura com a sociedade europeia, que passam aos atos por razões aleatórias, logo, difíceis de prever com precisão.

Mais uma vez se coloca, pois, a questão sobre aquilo a que os britânicos, após os atentados de 2005 em Londres, chamaram "home grown terrorists”, terroristas nascidos entre nós. E sobre os meios para combater atos terroristas alimentados por cidadãos que, por vezes, não se enquadram nos círculos terroristas tradicionais.

A primeira questão requer um debate aberto, tolerante mas franco, sobre a forma como as sociedades europeias se devem comportar perante uma religião, o Islão, que tem perfeitamente lugar na Europa, ao mesmo tempo que repudiam comportamentos extremistas, que alimentam a desconfiança e o ódio.

Mas esse debate deve incluir o reconhecimento das desigualdades por que passam muitos descendentes de imigrantes (logo, cidadãos europeus), na escola e no acesso ao mundo do trabalho. Deve incluir também a compreensão de como lutar contra o racismo e a violência de extrema-direita. Os valores europeus impõem que tenhamos o mesmo nível de intransigência contra aquilo a que La Stampa chama “pesadelos opostos" [fanatismo islâmico e neonazismo].

A segunda questão exige vigilância e coerência em termos de liberdades individuais. Vigilância, porque o controlo das comunicações e da navegação na Internet não é hoje mais aceitável do que a seguir ao 11 de setembro. Coerência, porque não podemos com uma mão defender as liberdades individuais e com a outra exigir a omnipotência dos serviços secretos.

O debate sobre a proteção de dados pessoais há anos que tem vindo a ser travado em alguns Estados, a nível da justiça, da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, dos utilizadores de Internet e das organizações de defesa dos direitos humanos. Não deve ser interrompido por uma indefinida, mas real, ameaça terrorista.

http://www.presseurop.eu/pt/content/editorial/1679901-depois-de-toulouse

Depois de acusações, Strauss-Kahn paga fiança de € 100 mil

O ex-secretário-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, pagou fiança de € 100 mil para responder em liberdade a um processo em que é acusado de prostituição em quadrilha, de acordo com a Justiça da França.

Strauss-Kahn foi imputado nesta segunda-feira, após ser interrogado por oito horas em um tribunal de Lille, no norte de França. Ele é acusado de organizar uma rede de prostituição com amigos empresários, que também atuaria em Bruxelas, Paris e Washington, desarticulada em uma operação em um hotel na cidade.

Os três advogados de defesa do ex-chefe do FMI afirmavam em nota que o acusado declarava não ser culpado por nenhum dos crimes. "Strauss-Kahn declara nunca ter tido a mínima consciência de que as mulheres encontradas no hotel pudessem ser prostitutas".

Apesar do comunicado, a defesa fez outra declaração à emissora de televisão RTL, dizendo que "inclusive supondo que conhecesse a situação das mulheres em questão", isso não constitui uma infração da lei francesa, mas um comportamento privado "perfeitamente lícito entre adultos".

Caso seja condenado, Strauss-Kahn pode pegar até 20 anos de prisão e pagar € 3 milhões em multas. Ele renunciou ao comando do FMI em maio de 2011, depois de ser acusado de estuprar a camareira de um hotel em Nova York.

Embora a Justiça americana tenha rejeitado a acusação, o caso acabou com os planos de Strauss-Kahn de concorrer à Presidência da França este ano --antes do escândalo, ele liderava as pesquisas de intenção de voto.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067684-depois-de-acusacoes-strauss-kahn-paga-fianca-de--100-mil.shtml

Ex-integrante da Legião Urbana, Renato Rocha mora nas ruas

Renato Rocha, baixista da banda Legião Urbana entre 1984 e 1989, está vivendo como morador de rua no Rio de Janeiro há cinco anos, mostrou uma reportagem do "Domingo Espetacular" exibida nesse domingo (25), na Record.
O músico, que participou dos três primeiros discos da banda, foi encontrado pela equipe de reportagem sentado em frente a uma agência bancária. Ele conta que possuía uma residência fixa na cidade, mas foi perdendo dinheiro, uma vez que a renda provinda de direitos autorais não eram o suficiente. Ele, em seguida, foi morar em um hotel e, finalmente, foi parar nas ruas.
O pai do músico, o advogado e sargento aposentado Sebastião Rocha, que mora em Brasília, afirma que não vê o filho há mais de 10 anos. Ele conta que Renato mudou-se da capital brasileira para o Rio de Janeiro nos anos 90, após ser expulso da Legião.
Ele acredita que, após se separar da mulher, o filho entrou em depressão e virou um dependente de drogas. "Ele ficou desgostoso da vida, mesmo dentro da própria família", disse Sebastião. “A gente sempre procurou aconselhar. Ele não é brigado com nenhum dos irmãos e nem comigo também”, acrescentou.
O pai do músico acredita que as drogas foram responsáveis por levar Renato às ruas. Ele planeja, agora, encontrar o filho no Rio, para comprar um imóvel para ele.

http://br.omg.yahoo.com/noticias/ex-integrante-legi%C3%A3o-urbana-renato-rocha-mora-nas-152500474.html

ONU lamenta ruptura de Israel no Conselho de Direitos Humanos

A presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Laura Dupuy, condenou nesta segunda-feira o fim das colaborações com o órgão por ter sido aberta uma investigação sobre o impacto dos assentamentos judeus sobre a população palestina.

Dupuy afirmou que a resolução sobre as colônias judaicas na Cisjordânia foi uma das 40 aprovadas pelo conselho na última quinta (22). A presidente do grupo ainda ressaltou que a medida foi aprovada por todos os 47 países do grupo, menos os Estados Unidos.

"Não tenho dúvidas que é do interesse de Israel cooperar com a comissão investigadora do Conselho de Direitos Humanos. Deste modo, poderia explicar suas políticas e ações na região".

Apesar do anúncio da saída, a diplomata elogiou a participação israelense no conselho, assim como a contribuição nos debates sobre a situação de direitos humanos em países como Líbia e Síria.

ROMPIMENTO

Israel anunciou nesta segunda o rompimento dos seus contatos com o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que na semana passada decidiu investigar os assentamentos judaicos da Cisjordânia.

O rompimento, anunciado pela chancelaria de Israel, implica que os investigadores da ONU não poderão realizar seu trabalho pessoalmente no território israelense ou na Cisjordânia, que é um território palestino ocupado por Israel.

"Não estamos mais trabalhando com eles", disse o porta-voz Yigal Palmor. "Estávamos participando de reuniões, discussões, arranjando visitas a Israel. Tudo isso acabou."

A investigação internacional, solicitada pela Autoridade Palestina, foi aprovada na quinta (22), e o único país do conselho a votar contra foram os Estados Unidos. Líderes israelenses disseram que o conselho age de forma hipócrita e tendenciosa contra Israel.

"Eles sistemática e serialmente tomam todo tipo de decisão e condenação contra Israel sem nem simbolicamente considerarem as nossas posições", queixou-se Palmor.

Segundo ele, Israel vai continuar cooperando com outros órgãos da ONU.

'ORGANISMO HIPÓCRITA'

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou imediatamente "a hipocrisia" do Conselho de Direitos Humanos e o Ministério das Relações Exteriores chamou a decisão de "surrealista".

O chefe da diplomacia, Avigdor Lieberman, já havia dado a entender que Israel deixaria de cooperar com esta instância das Nações Unidas.

"Este organismo hipócrita não tem nada a ver com os direitos humanos. A tomada de partido e falta de objetividade são evidentes, e não temos nenhuma razão para cooperar com ele", afirmou Lieberman.

"Não seremos atores neste teatro do absurdo, já que 70% das decisões deste Conselho são hostis a Israel. Pretendemos pedir aos países livres, como Estados Unidos, que se retirem", disse.

Israel não integra o Conselho, mas tem o direito de expressão sob algumas condições. Não pode votar nem apresentar moções. A Autoridade Nacional Palestina do presidente Mahmoud Abbas recebeu como uma vitória a decisão do Conselho.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067504-onu-lamenta-ruptura-de-israel-no-conselho-de-direitos-humanos.shtml

domingo, 25 de março de 2012

UM EM CADA 262 ADULTOS BRASILEIROS ESTÁ NA PRISÃO

Uma pessoa em cada grupo de 262 adultos está presa no Brasil. Em 1995, essa proporção era de 1 para 627. Em São Paulo, com um quinto da população brasileira e um terço dos presos, um em 171 está na cadeia.

Entre 1995 e junho de 2011, a taxa de encarceramento (número de presos para cada cem mil habitantes) brasileira quase triplicou. É a terceira maior entre os dez países mais populosos e põe em questão custos e benefícios de ter tantos presidiários.

A polêmica é semelhante à travada nos EUA, recordista em presos e onde a tese dominante de que só a prisão de todos os infratores habituais leva à redução de crimes é cada vez mais questionada.

O início da onda de encarceramento no Brasil foi uma reação ao aumento da violência urbana. A taxa de homicídios passou de menos de 15 por 100 mil pessoas em 1980 para quase 25 em 1990, chegando a 30 em 2003.

Hoje, estudiosos como Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, e Pedro Abramovay, da FGV-RJ, apontam a contribuição desproporcional de acusados de tráfico para o crescimento da população carcerária. Segundo eles, é uma consequência da aplicação equivocada da Lei de Drogas de 2006. A lei livrou usuários de prisão e estabeleceu pena mínima de cinco anos para traficantes, sem direito à liberdade provisória.

O resultado foi oposto ao esperado, e “uma massa que fica na fronteira entre o tráfico e o uso” lota as cadeias, diz Abramovay. Os presos por tráfico quadruplicaram em seis anos, para 117 mil, 40% deles em São Paulo.

“A polícia tem recursos finitos, e os usa para prender pessoas não violentas que serão violentas quando saírem da prisão”, afirma ele.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, presidente da comissão de reforma do Código Penal do Senado, diz que há uma combinação de “cultura da prisão” com deficiência das defensorias públicas estaduais.

Com um presidiário típico jovem e pobre, isso resulta em muitos detentos sem julgamento (cerca de 40%, contra 21% nos EUA) e acusados de furto, estes em número maior do que os que respondem por assassinato.

Em mutirão recém-realizado pelo Conselho Nacional de Justiça em 25 Estados, só a revisão administrativa de processos, sem mudar sentenças, beneficiou 72,6 mil presos -36,8 mil libertados. “Furto não é caso de prisão”, diz Dipp, para quem só crimes “gravíssimos” ou violentos merecem cadeia. CLAUDIA ANTUNES

http://istoepiaui.com.br/noticia/2663/

Argentina: o terror mais brutal

Emir Sader

O golpe argentino – que hoje completa 36 anos – foi o mais brutal, assim como a ditadura que instalou, de todos os que viveram a região. Fechou o cerco dos regimes de terror que assolou o Cone Sul do continente, em quatro dos países onde o campo popular era mais forte e ameaçava mais a dominação das elites tradicionais e do imperialismo sobre a América Latina.

A Argentina tinha sofrido um golpe similar ao brasileiro, em 1966, que deveria realizar programa paralelo ao da ditadura brasileira. Mas a resistência popular impediu e as elites argentinas tiveram que promover uma transição à democracia, depois que o golpe fracassou.

Veio a eleição de Perón, em 1973, na contramão do que acontecia na região – do golpe de 1964 no Brasil, aos golpes desse mesmo ano no Uruguai e no Chile. O período histórico tinha mudado, Perón ja não teria investimentos externos da Europa, o pais languidesceu até o novo golpe, o de 1976, desta vez mais selvagem que os anteriores – de 1955 e 1966.

Videla e a alta oficialidade argentina receberam os balanços que lhes mandavam os militares golpistas do Brasil e do Chile. O uso brutal da tortura (contribuição brasileira com o pau-de-arara como tecnologia inovadora), evitar o Estadio Nacional, como mandou dizer Pinochet, para contornar campanhas internacionais pela libertação de presos. Tornar assim sistemático o fuzilamento e o desaparecimento dos corpos.

Isso a ditadura argentina fez com esmero. À maior força da luta popular, mais repressão. 30 mil mortos e desaparecidos, massacres, fuzilamentos, torturas – foi a síntese mais avançada dos regimes de terror da região. Com requintes de crimes de lesa humanidade, inéditos: como o sequestro dos filhos dos presos e fuzilados pela ditadura, crianças entregues a outras famílias, via de regra de militares, para adoção.

Como a ditadura de 1966 tinha fracassado, a de 1976 enfrentou a recessão mundial, levando a Argentina a um profundo retrocesso econômico, promovendo a hegemônica do capital financeiro, pelas desregulamentações que promoveu. Começou mais tarde que as outras, mas não sobreviveu além do fim dos seus congêneres. Demorou menos no poder, mas assassinou muito mais – como atesta a lista de suas vítimas no Parque da Memória, em que se concentram uma quantidade impressionante de mortes nos anos 1975, 76 e 77.

A ditadura foi sucedida pela democratização nos anos 80, pela crise da dívida e pelo neoliberalismo. Mas a luta da Mães da Praça de Maio e do povo argentino permitiu que a anistia promulgada pela ditadura fosse superada e os argentinos tem, pelo menos, o consolo de ver a Videla e a vários dos seus colegas cumprindo penas em presídios comuns, via de regra de prisão perpétua.

Nada que permita ressarcir todo os danos e sofrimentos impostos ao país e ao povo. Mas pelo menos a justiça tem sido cumprida, para que nunca mais se esqueça, para que nunca mais aconteça.

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=926

ONU aprova abertura de investigação sobre colônias israelenses

Da AFP

GENEBRA (AFP) – O Conselho dos Direitos Humanos da ONU deu luz verde nesta quinta-feira 22 à criação de uma missão de investigação internacional independente sobre as consequências das colônias israelenses no “território palestino ocupado, inclusive Jerusalém Oriental”.

Os 47 Estados membros do Conselho adotaram por 36 votos a favor, 1 contra e 10 abstenções uma resolução apresentada pelos palestinos, decidindo o envio de uma “missão de investigação internacional independente para avaliar as consequências das colônias israelenses nos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais do povo palestino.”

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu fortemente à decisão. “Este Conselho, com uma maioria automática hostil a Israel, é hipócrita e deveria ter vergonha”, indicou em comunicado.

“Basta escutar o representante sírio se manifestar hoje sobre os direitos humanos para entender a que ponto este Conselho está distante da realidade.”

Já o gabinete do porta-voz do Ministério israelense das Relações Exteriores classificou como “surrealista” a medida. “Trata-se, mais uma vez, de uma decisão surrealista armada por um Conselho que, em vez de defender os direitos humanos, é o instrumento de iniciativas politizadas em sentido único.”

Ao apresentar a resolução, um enviado paquistanês criticou Israel por insistir em construir mais assentamentos nos territórios ocupados, dizendo que eles estão “violando as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos.”

“Esta resolução busca responder a desafios dos direitos humanos que esta prática israelense ilegal criou nos territórios ocupados,” disse ele.

Além de ordenar uma investigação das implicações dos assentamentos, a resolução também pede que Israel “adote e implemente medidas sérias” como confiscar armas para evitar atos de violência por colonos israelenses.

Os Estados Unidos se pronunciaram contra a resolução, dizendo que estavam “profundamente incomodados com a predisposição do Conselho contra Israel”.

“Passos como este não fazem nada para promover uma paz justa e duradoura”, disse um enviado dos EUA, acrescentando que eles servem apenas para “afastar as partes”.

A ação de Israel para expandir os assentamentos tem sido criticada pela comunidade internacional, que a considera ilegal.

No começo desta semana, a chefe dos direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que a expansão de assentamentos israelenses está profundamente ligada a problemas como a violência no território palestino ocupado.

http://www.cartacapital.com.br/internacional/onu-aprova-abertura-de-investigacao-sobre-colonias-israelenses/

sexta-feira, 23 de março de 2012

Desigualdade social no Brasil ainda é escandalosa!

1- Brasil tem 50 mil milionários, com R$ 434 bilhões aplicados, diz Anbima

Sobre 2010, houve avanço de 21,6% no total de ativos aplicados. Volume médio de recursos por cliente subiu para R$ 8,6 milhões.

Entidade revisou base de dados, o que reduziu número de milionários dos anos anteriores

Os brasileiros de alta renda - aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações e atendidos especificamente pelo canal de private banking - somaram 50.602 clientes em 2011 e fecharam o ano passado com R$ 434,4 bilhões investidos nos bancos, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado nesta sexta-feira (23).

Em relação a 2010, foi registrado avanço de 21,6% no volume de ativos sob gestão, praticamente o mesmo ritmo de expansão observado em 2010, quando registrou crescimento nominal de 22,9%.

A Anbima informou que revisou as estatísticas que compõem sua base de dados sobre a atividade de Private Banking e toda a série histórica, que contempla informações desde 2009. "O ajuste foi realizado após a associação detectar, em supervisão de rotina, que uma instituição estava informando de forma equivocada os dados referentes à atividade de private banking", informou a associação, em comunicado.

De acorco o código de regulação e melhores práticas de private banking, além de capacidade de investimentos mínima de R$ 1 milhão, é necessário que os respectivos clientes sejam atendidos especificamente pelo canal de private banking.

"Com a revisão, foram excluídos da base de dados R$ 14,6 bilhões em patrimônio líquido, 15,8 mil clientes e 220 profissionais", informou a Anbima.

Números de clientes revisados
Com isso, o número de clientes no final de 2009 foi revisado de 56.991 para 42.680 e os do final de 2010, de 63.224 para 47.883. Segundo a Anbima, o número total de clientes conquistados pelo segmento somaram em dezembro de 2011 50.602 brasileiros. Ou seja, a base de clientes aumentou em ritmo mais lento, 5,7%, contra 12,2% em 2010. Já o volume médio de recursos por cliente subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 8,6 milhões.

Segundo a Anbima, ao final de 2011, 43% dos ativos geridos pelo private banking estavam aplicados em fundos de investimento, proporção similar aos 42,9% registrados em dezembro de 2010. A participação das aplicações em títulos e valores mobiliários também permaneceu relativamente estável, saindo de 51,6% para 51,2%.

Nas aplicações diretas em títulos e valores mobiliários houve aumento da participação dos ativos de renda fixa, de 32,5% para 36,7%, e recuo dos ativos de renda variável, de 19,1% para 14,5%, refletindo o desempenho deste segmento em 2011. Nas aplicações em fundos de investimento houve crescimento da parcela investida em fundos exclusivos/restritos e em fundos estruturados.

http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2012/03/brasil-tem-50-mil-milionarios-com-r-434-bi-aplicados-diz-anbima.html

2- Cresce o número de adolescentes na extrema pobreza, aponta Unicef


Relatório considera 21 milhões de brasileiros de 12 a 17 anos.
17,6% vivem em família que ganha 1/4 de salário mínimo per capita.

O adolescente brasileiro está mais pobre e permanece exposto a casos de violência em nível preocupante, diz o relatório da Situação da Adolescência Brasileira do Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, divulgado nesta quarta-feira (30)

Dos 21 milhões de adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos, 38% - cerca de 7,9 milhões - vivem em situação de pobreza, em famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capita por mês (R$ 272,5 considerando o salário mínimo atual). Os casos considerados mais graves estão entre os 3,7 milhões de adolescentes dessa mesma faixa de idade, o correspondente a 17,6% da população adolescente, que vivem na extrema pobreza, em famílias com até 1/4 do salário mínimo per capita por mês (R$ 136,25).

Os dados do Unicef mostram que a participação de adolescentes na faixa mais pobre da população aumentou. De 2004 a 2009, o número de adolescentes na extrema pobreza passou de 16,3% para 17,6%, em descompasso com a crescente redução da pobreza no país.

O Unicef utilizou dados oficiais do governo brasileiro para a obtenção das informações. O relatório, no entanto, constatou avanços na maioria dos indicadores analisados, dentre elas redução do número de adolescentes que só trabalham e não estudam, redução do analfabetismo entre adolescentes e redução do percentual de adolescentes que não estudam e não trabalham.

Homicídio
As taxas de homicídio, no comparativo com 2004, mantiveram-se estáveis, mas ainda são as principais causas de morte na faixa dos 12 aos 17 anos.
Com base em dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Unicef observa que 19,1 meninos e meninas nessa faixa de idade em cada grupo de 100 mil pessoas do mesmo grupo de idade morreram vítimas de homicídio em 2009 - o equivalente a 11 assassinatos de adolescentes por dia no país. A cada 100 mil adolescentes, 43,2 deles morrem por homicídio.

Cor da pele e gênero
As condições de vida do adolescente se agravam quando são destacadas por cor da pele. Segundo o relatório, um adolescente negro tem 3,7 vezes mais risco de ser assassinado em comparação com adolescentes brancos. A mesma lógica se aplica entre adolescentes indígenas em casos de analfabetismo: as chances são três vezes maiores do que a dos adolescentes em geral.

As distorções por gênero também merecem atenção, de acordo com o Unicef. Existem 10 casos de meninas infectadas por HIV para cada 8 de meninos. São os meninos, contudo, que apresentam a maior taxa de analfabetismo: 68,4% não sabem ler e escrever.

Regiões
Conforme o relatório, a situação de pobreza é maior na Amazônia, que concentra 38% dos adolescentes pobres no país. Já o semi-árido lidera nos índices de distorção idade-série, com 35,9%. Entre os grandes centros urbanos, o destaque é São Paulo, com média de 10,7 homicídios de adolescentes entre 10 e 19 anos para cada grupo de 100 mil adolescentes.

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/cresce-o-numero-de-adolescentes-na-extrema-pobreza-aponta-unicef.html

Perigo no volante

O ciclista na Rodovia BR-040 não foi a primeira pessoa que Thor Batista atropelou.

No dia 27 de maio de 2011, o filho de Eike e Luma, a bordo do Audi placa EBX 0001, atropelou um senhorzinho de 86 anos, também numa bicicleta, na Av. Sernambetiba, na Barra. Uma ambulância do Samu levou o idoso para o Hospital Lourenço Jorge, ali perto. Depois, foi transferido para o Copa D’Or.

Segue...

Thor prestou socorro ao senhorzinho e pagou todas as despesas médicas. Segundo um filho da vítima, que prefere não aparecer, a família não registrou queixa e não pediu indenização:

— Estávamos preocupados em salvar nosso pai, que também não queria confusão.

Aliás...

O senhorzinho, hoje recuperado, fraturou o acetábulo (parte da bacia onde a cabeça do fêmur se encaixa).

Pôs duas placas e cinco parafusos, fez fisioterapia, hidroterapia e teve sessões com psicólogo para se livrar do trauma.

http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/

Desemprego ainda é grande problema de EUA e Europa, diz Ipea

Vinicius Mansur

Brasília - O comunicado “Evolução do mercado de trabalho nos EUA e Europa em decorrência da crise econômica”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (22), aponta o desemprego como a principal consequência da crise de 2008 para os países situados no centro capitalista.

Na Europa, o estudo divide os impactos por regiões. Enquanto os países do Norte e do Leste apresentam um padrão de estabilização tendendo à melhora, os países do Sul do continente, aos quais se soma a Irlanda, vivem uma situação dramática.

Nestes países verifica-se um aumento ininterrupto do desemprego entre 2008 e 2011, quando o índice saiu de 8,4% - relativo à População Economicamente Ativa (PEA) - para 15,1%. As taxas mais dramáticas são da Espanha, 21,7%, da Grécia, 17,4% e da Irlanda, 14,4%.

No leste europeu o desemprego chegou a 11,1% em 2010, mas caiu para 9,6% no final de 2011, índice ainda bem acima dos 6,9% pré-crise.

No norte, o desemprego aumentou de maneira menos crítica, saindo dos 5,2% em 2008 para 6,8% em 2011.

Fato interessante é que em toda a Europa, ao contrário da maior parte do mundo, não há diferenças expressivas em termos de taxas entre homens e mulheres. “A grande clivagem na Europa é entre gerações. As taxas dos jovens [de 15 a 24 anos] são mais do que o dobro das verificadas no conjunto da população, chegando a mais de 40% na Espanha”, afirma o pesquisador do Ipea, André Campos.

Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a saída da crise de 2008 se deu do primeiro para o segundo semestre de 2009, quando o PIB do país voltou a crescer, atingindo os patamares pré-crise em 2011. Entretanto, “esse crescimento é ainda muito frágil por estar calcado em bases muito desiguais. A taxa de desemprego está caindo muito gradualmente, mas se encontra muito acima do que em 2008”, adverte o pesquisador do Ipea.

O estudo mostra que, nos últimos 12 meses, 1,7 milhão de novos empregos não agrícolas foram criados nos EUA, chegando a um total de 132,4 milhões de pessoas nestes postos. Porém, o número é bem inferior aos 138 milhões do início de 2008. Em janeiro deste ano, o país registrou em 15,2% a taxa de desemprego total, que adiciona os trabalhadores em tempo parcial e aqueles marginalmente ligados à PEA.

O documento também alerta para a severidade do desemprego estadunidense. Em janeiro de 2012, cerca de 42% dos desempregados estavam procurando emprego há mais de 6 meses, taxa muito acima de 2007, quando se situava entre 15 e 20%. “É um ponto particularmente tenso, porque o seguro-desemprego normalmente só cobre 26 semanas; legislações aprovadas durante a crise estenderam tal período para 99 semanas, e a sua renovação está em discussão neste momento”, conclui o Ipea.

Importância do Estado
“Os Estados que estão conseguindo manter as políticas do welfare state conseguem sair da crise na frente porque conseguem manter a demanda interna”, concluiu Campos.

Diante da crise econômica mundial, o pesquisador disse que os países centrais, sobretudo os europeus, veem a queda da demanda externa diminuir os postos de trabalho em sua agropecuária, indústria e construção, tornando o setor de serviços - portanto a demanda interna - o principal polo de geração de empregos, um fato inédito. “Verificamos que a saída [da crise pelos países centrais] continua calcada no consumo pelas famílias. Os Estados em que há um desmonte das políticas de regulação e proteção laboral, da remuneração, uma nova rodada de flexibilizações dos contratos e das condições de trabalho, etc, não se encontram em condições de adotar essa saída. Isso só corrobora que o consumo das famílias é cada vez menos”, concluiu.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19814

terça-feira, 20 de março de 2012

Ministério Público Federal decide investigar líder da Igreja Mundial

Apóstolo Valdemiro Santiago é suspeito de enriquecimento ilícito e fraude

O MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso instaurou na segunda-feira (19) um procedimento para investigar o apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus. Ele é suspeito de enriquecimento ilícito e fraude contra o sistema financeiro.

No último domingo (18), o Domingo Espetacular, da Rede Record, revelou que Santiago usou dinheiro de sua igreja para comprar fazendas no Pantanal e cabeças de gado.

Foi justamente a reportagem exibida pelo programa que serviu de base para que o Ministério Público decidisse dar início à abertura da investigação.

Em nota, a Procuradoria informou que “o vídeo da reportagem foi protocolado no MPF, que fez a autuação de uma peça de informação que será distribuída a um procurador da República que irá conduzir a investigação”.

Conheça os segredos do apóstolo milionário:
Além do Ministério Público, a Receita Federal também já havia anunciado que investigaria Valdemiro.

Segundo a Justiça, apesar dos altos valores arrecadados pelo apóstolo, a Igreja Mundial tem dezenas de templos ameaçados de fechar por ordens de despejo.

Foi no município de Santo Antônio de Leverger, em Mato Grosso, que ele virou dono de várias fazendas, uma ao lado da outra. Juntas, elas formam uma propriedade de mais de 26 mil hectares. A área equivale a 13,4 mil estádios do Maracanã. Somando gado, terras e benfeitorias feitas no local, o investimento total de Valdemiro chega a R$ 50 milhões.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ministerio-publico-investiga-lider-da-igreja-mundial-20120320.html

O massacre no Afeganistão não foi loucura

Robert Fisk

Começo a ficar cansado desta fábula do soldado demente. Era previsível, claro. Nem bem o sargento de 38 anos que massacrou no domingo passado 16 civis afegãos, entre eles nove crianças, perto de Kandahar, voltou a sua base, os especialistas em defesa e os meninos e meninas dos thinks thanks anunciavam que ele havia enlouquecido. Não era um perverso terrorista sem entranhas – como seria se houvesse sido afegão, em especial talibã –, mas só um cara que ficou louco.

Usou-se essa mesma bobagem para descrever os soldados norte-americanos homicidas que perpetraram uma orgia de sangue na cidade iraquiana de Haditha. Com a mesma palavra se descreveu o soldado israelense Baruch Goldstein, que massacrou 25 palestinos em Hebrón, algo que fiz notar neste mesmo espaço apenas algumas horas antes que o sargento enlouquecesse na província de Kandahar.

Parece que enlouqueceu, anunciaram jornalistas. Um homem “que provavelmente havia sofrido algum colapso (The Guardian)”, um soldado canalha (Financial Times) cujo distúrbio (The New York Times) foi, sem dúvida (sic), perpetrado em um lapso de loucura (Le Figaro).

Será? Supõe-se que acreditemos nisso? Claro, se estivesse completamente louco, nosso sargento teria matado 16 de seus companheiros norte-americanos. Teria assassinado seus camaradas e depois ateado fogo aos corpos. Mas não, não matou norte-americanos; escolheu matar afegãos. Houve uma escolha. Por que, então, matou afegãos?

Existe uma pista interessante em tudo isto que não tem aparecido nos noticiários. De fato, a narração dos fatos foi curiosamente lobotomizada –censurada, inclusive – por quem tratou de explicar o atroz massacre em Kandahar. Lembraram a queima de exemplares do Alcorão – quando soldados norte-americanos em Bagram os jogaram em uma fogueira – e as mortes de seis soldados da OTAN, dois deles norte-americanos, que vieram depois. Mas explodam-me em pedaços se não esqueceram – e isto se aplica a todas as matérias informativas sobre a recente matança – uma declaração notável e sumamente significativa que o comandante em chefe do exército norte-americano no Afeganistão, o general John Allen, fez há exatamente 22 dias.

De fato, foi uma declaração tão inusitada que recortei as palavras em meu jornal matutino e pus o recorte em minha maleta para referência futura.
Allen disse a seus homens: Esta não é a hora da vingança pelas mortes dos soldados norte-americanos mortos nos distúrbios de quinta-feira. Advertiu-lhes que deviam resistir a qualquer urgência que sintam de devolver o golpe, logo após um soldado afegão dar morte a dois norte-americanos. “Haverá momentos como este em que estarão procurando o significado destas mortes –continuou –. Momentos como este, em que suas emoções serão governadas pela raiva e o desejo de vingança. Esta não é a hora da vingança; é a hora de olhar no fundo de sua alma, de lembrar sua missão, lembrar sua disciplina, lembrar quem são vocês.”

Foi um chamado extraordinário, vindo do comandante em chefe dos Estados Unidos no Afeganistão. O general se viu obrigado a dizer a seu exército, supostamente bem disciplinado, profissional, de elite, que não cobrasse vingança nos afegãos aos que supostamente está ajudando/protegendo/educando/adestrando, etc. Teve que dizer a seus soldados que não cometessem assassinatos.

Sei que os generais diziam essas cosas no Vietnam. Mas, no Afeganistão? As coisas já chegaram a esse extremo? Temo que sim. Porque, por mais que eu não goste dos generais, tratei com muitos deles em pessoa e, em geral, eles têm uma ideia bastante acertada do que ocorre em suas fileiras. E suspeito que o general John Allen já tivesse sido advertido por seus oficiais de que seus soldados estavam furiosos pelas mortes que vieram depois da queima dos exemplares do Alcorão e que talvez haviam decidido empreender uma escalada de vingança. Por isso tratou de um modo tão desesperado – em uma declaração tão impactante como reveladora– de prevenir um massacre exatamente como o que ocorreu no domingo passado.

Entretanto, essa mensagem foi apagada por completo da memória dos especialistas quando analisaram essa matança. Não se permitiu em seus relatos nenhuma alusão às palavras do general Allen, nenhuma referência porque, desde já, isso teria tirado nosso sargento do grupo dos enlouquecidos e lhe daria um possível motivo para o massacre. Como de costume, os jornalistas tiveram que ir para a cama com os militares para procriar um demente e não um assassino. Pobre rapaz: andava mal da cabeça. Não sabia o que fazia. Não é estranho que o tenham tirado do Afeganistão tão rápido.

Todos tivemos nossos massacres. Aí está My Lai, e nosso próprio My Lai britânico, em uma aldeia chamada Batang Kali, na Malásia, onde os guardas escoceses – envolvidos em um conflito contra impiedosos insurgentes comunistas – assassinaram 24 indefesos trabalhadores em 1948. Claro, se pode argumentar que os franceses na Argélia foram piores que os norte-americanos no Afeganistão –diz-se que uma unidade francesa de artilharia desapareceu com 2 mil argelinos em seis meses–, mas isso é tanto como dizer que somos melhores que Saddam Hussein. Certo, mas que parâmetro de moralidade!

Trata-se de tudo isso. Disciplina. Moralidade. Valor. O valor de não matar em vingança. Mas quando se vai perdendo uma guerra que se finge estar ganhando – me refiro ao Afeganistão, é claro –, suponho que isso é esperar demais. Parece que o general Allen perdeu seu tempo.

Tradução: Libório Junior

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19785

Telefônica recebe R$ 3 bilhões do BNDES e demite 1,5 mil no Brasil

TELEFÓNICA RECEBE RECURSOS DO BNDES, DEMITE MILHARES, E AINDA PEDE À ANATEL LICENÇA PARA ALIENAR O PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO

A desfaçatez das empresas espanholas no Brasil não tem limites. Ajudados por decisões do setor público, no mínimo incompreensíveis, os acionistas controladores da Telefônica auferem, aqui , lucros espantosos. Cem por cento desses lucros sobre o investimento estrangeiro, mais juros sobre esse capital, são repatriados via remessa de lucros . A empresa está, agora, procurando, com esse dinheiro, comprar as poucas ações ainda em mãos de brasileiros (cerca de 20%), para atingir a totalidade do controle acionário.

A Telefônica obteve empréstimo, junto ao BNDES, de 3 bilhões de reais no ano passado, destinado à “expansão de infra-estrutura”. Ora, se ela tem dinheiro para comprar mais ações por que o empréstimo? Por que não usar o lucro a fim de cumprir suas obrigações de expansão da rede? Ou seus controladores, na realidade, vão usar o dinheiro do BNDES para comprar mais ações? Esses investimentos para expandir a infra-estrutura deveriam ter saído dos lucros que envia ao exterior. A empresa nada investe de seus ganhos, que escoam para fora do país, comprometendo nosso balanço de pagamentos.

Em contradição com esse pretenso movimento de “expansão da infra-estrutura”, e apesar desse gigantesco empréstimo público, a Telefônica está demitindo, no Brasil, segundo informa a imprensa, mil e quinhentos empregados.

Sabe-se que, por agora, na área técnica, ela já demitiu setenta dos funcionários mais antigos, mediante Plano de Demissão “voluntária”.

Mas, em seu cabide de empregos, no Conselho de Administração, pendura-se Iñaki Undargarin, genro do Rei da Espanha – que está sendo processado por corrupção naquele país.

A ambição de lucro e de benefícios por parte do setor público, no entanto, não tem limites. Os meios de comunicação informam que a Telefônica do Brasil está pleiteando, agora, junto à ANATEL, a retirada de duas casas e de seu edifício sede – localizados no centro de São Paulo – da “ lista de bens reversíveis “, isto é, que devem, por força do contrato, retornar à posse da União quando acabar a concessão, e que fazem parte do patrimônio de todos os brasileiros.

Essa exclusão possibilitaria a venda dos imóveis, que, embora valendo milhões, são pálida migalha do que foi saqueado e entregue, a preço de banana, na farra do boi das privatizações dos anos noventa – realizada no governo FHC, pelo PSDB de São Paulo.

Maior do que a cara de pau da empresa em pedir a liberação dos imóveis para alienar o patrimônio e levar o dinheiro para a Europa- onde está devendo mais de 50 bilhões de euros (140 bilhões de reais) – será o escândalo que se vai armar se a ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações, atender a esse pedido.

O Congresso, os cidadãos, o Judiciário, precisam agir e impedir a agência de considerar com leviandade o caso. Pelo que se comenta, o Ministério Público já pensa determinar pesquisa cartorial, em todo o território nacional, que estabeleça a verdade em relação ao rol das propriedades das antigas estatais. Aceitar a possibilidade da exclusão dessas propriedades da Lista de Bens Reversíveis seria escandaloso crime de Lesa Pátria, sobretudo no momento em que a Vivo – cada vez mais “viva” – está demitindo centenas de trabalhadores.

Quando se esquartejou a Telebrás, uma das maiores empresas de telefonia do mundo, que concorria, por meio do CPQD, de forma direta, à época, com os grandes grupos de telecomunicações internacionais no desenvolvimento de tecnologia de ponta, como o cartão indutivo, as Centrais Trópico R, ou o BiNA, alegou-se que a entrega desse patrimônio estratégico nacional às empresas estrangeiras proporcionaria os capitais e a tecnologia necessários à universalização das telecomunicações no Brasil.

Nada disso ocorreu. Não houve praticamente investimentos em telefonia fixa, e o filé da telefonia celular foi entregue de mão beijada aos estrangeiros. Com acesso ao dinheiro do BNDES e aos benefícios concedidos às empresas estrangeiras depois da privatização – entre eles um brutal aumento das tarifas – técnicos e empresas nacionais já teriam alcançado, com folga, esse objetivo.

Os espanhóis não possuem tecnologia na área de telecomunicações e não desenvolvem nova tecnologia. A prova disso é que a maioria dos equipamentos usados aqui pela Telefônica são importados da China.

As empresas estrangeiras que atuam neste momento, no Brasil, na área de telecomunicações, não conseguem competir por seus próprios meios. O BNDES, sob controle do Ministério do Planejamento, e alimentado com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador e parcela dos impostos de todos os brasileiros, tem que parar de ficar tratando a pão-de-ló as empresas estrangeiras. É urgente investir na recuperação institucional da Telebrás – que precisa voltar a trabalhar no varejo.

A ficar assim, daqui a pouco o Brasil estará trabalhando apenas para conseguir dólares para continuar garantindo – via remessa de lucros – a sobrevivência e o statu-quo, ou seja, a manutenção dessas elites desumanizadas neoliberais que estão submetendo seus povos à miséria – e colocaram seus países em crise, e neles, parte do povo é levada, por elas, a exacerbado ânimo colonialista.

http://www.maurosantayana.com/2012/03/telefonica-recebe-recursos-do-bndes.html

A cesta de tarifas do gerente amigo

Por Luiz Carlos Azenha

Como eu, você vai ao banco. Senta-se diante do gerente amigo. É convencido de que precisa de uma cesta de tarifas. Seria “mais econômico”. Você imagina que saiu da conversa com alguma vantagem.

Pode ser, mas frequentemente não é.

Por isso, o Sindicato dos Bancários de São Paulo se juntou ao IDEC, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.

Ambos pretendem obter dos bancos um compromisso, por escrito, de que não vão mais vender produtos financeiros desnecessários.

A denúncia de Juvandia Moreira, a presidente do Sindicato, é de que gerentes e funcionários de bancos estão sendo pressionados a vender serviços a clientes, com o objetivo de cumprir metas estabelecidas por superiores.

Uma pesquisa feita entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 constatou que 72% dos caixas e 63% dos gerentes consultados disseram ter sofrido pressões para cumprir as metas.

Essa pressão pode criar situações constrangedoras naquela relação de camaradagem com o gerente ou a simpática funcionária do caixa, da qual você comprou um título de capitalização.

Eles podem ser tentados a vender algo de que você não precisa. E, por conta disso, adoecem:

“A pressão por metas, por exemplo, transformou os bancários numa das categorias que mais apresentam doenças por esforço repetitivo (as LER/Dort). Os conflitos éticos, por sua vez, levam a doenças psíquicas, cardíacas, gástricas, musculares”, disse a médica Maria Maeno, da Fundacentro, no lançamento da campanha, no seminário Venda Responsável de Produtos, no Dia Mundial do Consumidor.

A pesquisa mais recente promovida pelo Sindicato, sobre a saúde da categoria, revelou números preocupantes.

Segundo o IDEC, o setor bancário encerrou o ano de 2011 na liderança das reclamações de consumidores. As queixas se relacionam a cobranças indevidas, débitos não autorizados, taxa de juros, renegociação de dívidas e venda casada de produtos financeiros.

Um dos objetivos do Sindicato é proibir que os caixas sejam obrigados a vender produtos financeiros: “O caixa ele tem que atender bem o cliente, tem que atender rápido, ele tem de se concentrar porque, se ele errar, vai ter diferença e sai do bolso dele o pagamento dessa diferença, ele tem o controle de tempo na fila e ainda assim ele tem de vender o produto. Você acha que ele tem tempo de explicar para o cliente o que é um título de capitalização, um seguro, uma previdência? E o cliente compra muitas vezes por amizade, porque está fazendo empréstimo”, explica Juvandia.

A carta de princípios que o Sindicato e o IDEC querem que os bancos assinem fala em responsabilidade na venda de produtos financeiros e “promoção de um assessoramento justo e transparente aos consumidores”.

Ou seja, nada de fazer pressão para que os bancários usem aquele cafezinho para fazer o cliente cair em alguma armadilha.

Enquanto isso não acontece, a Juvandia sugere que você leia as letras miudinhas, tenha absoluta certeza de que está comprando algo de que realmente precisa e, caso contrário, reclame.

Sem brigar com o gerente, nem com a caixa.

fonte: viomundo.com.br

http://merececomentario.com/2012/03/16/a-cesta-de-tarifas-do-gerente-amigo/

Ecad volta atrás da burrice que fez

ESCRITO POR GOMIRATTO

Recentemente alguns blogs haviam recebido cobranças do ECAD por terem utilizado vídeos do YouTube (e do Vimeo) em seus posts.

A indignação foi enorme e gerou muitos protestos.

O órgão agiu rápido e resolveu voltar atrás da burrice que fez.

Segue abaixo a nota do ECAD suspendendo as cobranças:

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD, tendo em vista a manifestação do Google Brasil/YouTube, vem a público esclarecer que:

1 – O ECAD nunca teve a intenção de cercear a liberdade na internet, reconhecidamente um espaço voltado à informação, à difusão de músicas e demais obras criativas e à propagação de ideias. A instituição também não possui estratégia de cobrança de direitos autorais voltada a vídeos embedados. Explica que, desde 29 de fevereiro, as cobranças de webcasting estavam sendo reavaliadas e que o caso noticiado nos últimos dias ocorreu antes disso. Mesmo assim, decorreu de um erro de interpretação operacional, que representa fato isolado no universo do segmento. Em 2011, foram distribuídos 2,6 milhões de reais do segmento de mídias digitais beneficiando 21.156 compositores, músicos, artistas, produtores de fonogramas e editoras musicais.

2 – Há cerca de dois anos, ECAD e Google mantém firmada uma carta de intenções que norteia o relacionamento entre as organizações. No documento está definido que é possível o ECAD fazer a cobrança das músicas provenientes de vídeos embedados desde que haja notificação prévia ao Google/YouTube. Como o ECAD não enviou tal notificação, fica claro que este não é o objetivo do escritório. Se fosse, a necessária notificação prevista na carta de intenções teria sido providenciada.

3 – Reafirmamos que a principal diretriz do ECAD é o reconhecimento e a difusão da música brasileira através da representação dos milhares de titulares de direitos associados às nove associações de gestão coletiva musical que representamos.

http://merececomentario.com/2012/03/12/ecad-volta-atras-da-burrice-que-fez/