sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Trabalho Interno

Trabalho Interno - Legendado
Título original: (Inside Job)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Charles Ferguson
Atores: Matt Damon, William Ackman, Daniel Alpert, Jonathan Alpert.
Duração: 120 min
Gênero: Documentário
Sinopse: Em 2008, uma crise econômica de proporções globais fez com que milhões de pessoas perdessem suas casas e empregos. Ao todo, foram gastos mais de US$ 20 trilhões para combater a situação. Através de uma extensa pesquisa e entrevistas com pessoas ligadas ao mundo financeiro, políticos e jornalistas, é desvendado o relacionamento corrosivo que envolveu representantes da política, da justiça e do mundo acadêmico.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

BANDIDOS TOGADOS

Declarações de corregedora abrem crise no CNJ

Agência Estado

Uma crise sem precedentes se instaurou hoje no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Declarações da corregedora, Eliana Calmon, afirmando haver hoje “bandidos de toga” no Judiciário levaram o presidente do CNJ, Cezar Peluso, a exigir a publicação de nota oficial contra as afirmações. O texto foi lido na sessão desta manhã, pelo próprio Peluso, e na presença da corregedora, mas o nome de Eliana Calmon não foi citado na nota.

Na nota, o CNJ “repudia veementemente acusações levianas e que sem identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa lançam sem prova dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade”.

A divulgação da nota oficial foi decidida em reunião a portas fechadas hoje pela manhã. Conselheiros relataram que o clima foi tenso e que houve acusações em voz alta durante a reunião que durou mais de uma nora. Peluso teria, de acordo com esses conselheiros, exigido a publicação de uma nota oficial em repúdio às declarações.

Na entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), a ministra afirmou haverem juízes bandidos infiltrados no Judiciário. “Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”, afirmou.

E ainda afirmou que o presidente do CNJ, por ter vindo do Tribunal de Justiça de São Paulo, seria refratário às inspeções da corregedoria. “Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ e o presidente do Supremo Tribunal Federal é paulista”, disse a ministra.

http://flitparalisante.wordpress.com/2011/09/27/bandidos-togados/

Mulher saudita receberá 10 chibatas por dirigir carro

Ativistas sauditas informaram que um tribunal condenou uma mulher saudita a 10 chibatadas por ter desafiado a proibição existente no país para que mulheres dirijam. Segundo a ativista Samar Badawi, a saudita Shaima Ghassaniya foi condenada nesta terça-feira por dirigir sem permissão do governo.

Não há leis que proíbam as mulheres de dirigir em território saudita, mas éditos de religiosos conservadores impedem que elas conduzam veículos.

A decisão judicial ocorre apenas dois dias depois de o rei saudita Abdullah ter anunciado que, pela primeira vez, mulheres terão o direito de votar e ser votadas a partir das eleições de 2015.

Najalaa Harriri, que também é processada por dirigir sem permissão, disse à Associated Presse que precisa dirigir para cuidar melhor de seus filhos.

O veredicto desta terça-feira é o primeiro deste tipo da Arábia Saudita. Outras mulheres já foram detidas por vários dias, mas nenhuma havia sido condenada por um tribunal. As informações são da Associated Press.

http://www.dgabc.com.br/News/5916063/mulher-saudita-recebera-10-chibatas-por-dirigir-carro.aspx

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Controversa execução nos EUA desperta consternação internacional

Após 20 anos no corredor da morte, um acusado negro de matar um policial branco na Geórgia foi executado, apesar dos apelos do exterior. Caso é um dos mais polêmicos da história da pena de morte nos Estados Unidos.

Às 23h08 (horário local) desta quarta-feira (21/09), Troy Davis foi declarado morto. Depois de uma incomum longa deliberação, que provocou o atraso da execução em mais de quatro horas, a Suprema Corte dos Estados Unidos emitiu um comunicado em que rejeitou o pedido de suspensão da pena. Na prisão de Jackson, no estado da Geórgia, a injeção letal executou o afro-americano de 42 anos, preso há 20, acusado de ter assassinado o policial Mark MacPhail.

O caso causou polêmica devido à existência de sérias dúvidas quanto à autoria do crime, e se transformou num dos processos mais controversos dos Estados Unidos. Nem os apelos do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, ou do papa Bento 16 impediram que Davis fosse executado.

Nesta quinta-feira, a comunidade internacional reagiu. "Nós deploramos fortemente que os numerosos apelos de clemência não tenham sido considerados", declarou o ministério francês do Exterior. A França também ressaltou sua oposição à pena de morte "independentemente de onde ela aconteça e das circunstâncias".

A Anistia Internacional, que organizou uma grande campanha mundial contra a execução, considera que "este é um retrocesso enorme para os direitos humanos nos Estados Unidos, já que um homem foi condenado a partir de evidência duvidosa e executado pelo Estado", disse Salil Shetty, secretário-geral da organização. O diretor da Anistia Internacional, Harry Cox, afirmou que, em 30 anos de trabalho contra a pena de morte, ele ainda não viu uma condenação tão duvidosa.


Desconfiança e preconceito

O caso de Davis foi apresentado pela defesa como um típico cidadão negro condenado injustamente pela morte de um branco, e reabriu o debate sobre a aplicação da pena de morte nos Estados Unidos. Davis ouviu sua pena em 1991, dois anos depois do assassinato de MacPhail, em Savannah, na Geórgia.

Na época do crime, nove testemunhas acusaram Davis da autoria dos disparos, mas a arma nunca foi encontrada. Impressões digitais ou resquícios de DNA nunca foram detectados. No decorrer do processo, sete testemunhas voltaram atrás e mudaram seu depoimento – algumas chegaram a afirmar, inclusive, que foram forçadas por policiais a acusar Davis.

A execução do acusado foi adiada três vezes. Em 2008, o Supremo Tribunal havia concedido a suspensão temporária da pena e determinou uma audição no ano seguinte. No entanto, Davis não teria conseguido provar a sua inocência, disse um juiz federal à época.

Desde a reintrodução da pena de morte nos Estados Unidos, em 1976, o estado da Geórgia levou a cabo 51 execuções e apenas sete indultos foram concedidos. Davis foi a 35º pessoa executada no país neste ano. Dos 50 estados norte-americanos, 34 permitem pena de morte.

NP/dpa/afp/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15408458,00.html


Cortadores de cana alagoanos estariam recebendo crack para produzir mais

por Ascom Câmara

O relator da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, Givaldo Carimbão (PSB-AL), disse nesta quarta-feira que vai pedir ao Ministério do Trabalho para investigar denúncia de que cortadores de cana em Alagoas estariam recebendo crack para produzir mais.

De acordo com a deputada Célia Rocha (PTB-AL), há a informação de que os trabalhadores receberiam a droga de intermediadores entre os empregados e os patrões.

A deputada falou sobre o problema em audiência pública, que reuniu coordenadores e relatores dos seminários estaduais sobre drogas.

Carimbão disse que já tinha conhecimento de caso semelhante no estado de São Paulo, e que é preciso investigar essas denúncias.


http://cadaminuto.com.br/noticia/2011/09/22/cortadores-de-cana-alagoanos-estariam-recebendo-crack-para-produzir-mais

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vinte anos nas capas da 'Veja'

Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar e não está para brincadeiras. O ex-metalúrgico, por sua vez, brinca com a bola e é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante.

A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

A visão de Veja é a visão da extrema direita brasileira. Tem uma tiragem de um milhão de exemplares e é lida por muita gente. Entre seus apreciadores está, surpreendentemente, o governo brasileiro. Este não se cansa de pagar caríssimas páginas de publicidade para uma publicação que o achincalha com um preconceito de classe raras vezes visto na imprensa.

Freud deve explicar. Clique no link abaixo para ver a sequência. Vale a pena.

As capas de Veja

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18519

domingo, 18 de setembro de 2011

Um comandante da CIA para os rebeldes da Líbia

Por Patrick Martin.

O Conselho Nacional da Líbia, o grupo baseado em Benghazi, que fala para as forças rebeldes que combatem o regime de Gaddafi, nomeou um antigo colaborador da CIA para dirigir suas operações militares. A seleção de Khalifa Hifter, um ex-coronel do exército da Líbia, foi relatado por McClatchy Newspapers quinta-feira e que o novo chefe militar foi entrevistado por um correspondente da ABC News na noite de domingo.

Chegada Hifter em Benghazi foi primeiramente relatada por Al Jazeera em 14 de março, seguido por um retrato lisonjeiro no tablóide virulentamente pró-guerra britânico Daily Mail em 19 de março. O Daily Maildescreveu Hifter como uma das "duas estrelas militar da revolução", que "tinha voltado recentemente do exílio nos Estados Unidos a emprestar as forças terrestres dos rebeldes alguma coerência tática." O jornal não se referir a suas conexões CIA.

McClatchy Newspapers publicou um perfil de Hifter no domingo. Intitulado "Líder rebelde Nova passou a maior parte do Passado 20 anos no Suburban Virginia", observa o artigo que ele era uma vez um comandante para o regime de Kadhafi, até que "uma aventura desastrosa militar no Chade no final de 1980."

Hifter então passou para a oposição anti-Gaddafi, acabou emigrando para os Estados Unidos, onde viveu até duas semanas atrás, quando ele retornou à Líbia para assumir o comando em Benghazi.

O perfil de McClatchy concluiu: "Desde que chegou aos Estados Unidos no início de 1990, Hifter viveu na Virgínia suburbana nos arredores de Washington, DC." É citado um amigo que "disse que não sabia exatamente o que fez Hifter para se sustentar, e que principalmente Hifter focada em ajudar sua grande família. "

Para aqueles que podem ler entre as linhas, este perfil é uma indicação do papel dissimulado Hifter como um agente da CIA. De que outra forma um alto comandante líbio ex-militar entre os Estados Unidos no início de 1990, poucos anos após o atentado de Lockerbie, e depois resolver perto da capital dos EUA, exceto com a autorização e assistência ativa de agências de inteligência dos EUA? Hifter realmente viveu em Viena, Virgínia, cerca de cinco milhas da sede da CIA em Langley, há duas décadas.

A agência estava muito familiarizado com o trabalho político e militar do Hifter. Um relatório do Washington Post de 26 de marco de 1996 descreve uma rebelião armada contra Gaddafi na Líbia e usa uma variante de pronúncia do seu nome. O artigo cita testemunhas à rebelião que relatam que "o seu líder é o coronel Khalifa Haftar, de um grupo contra-estilo baseado nos Estados Unidos chamado Exército Nacional da Líbia."

A comparação é do "contra" forças terroristas financiados e armados pelo governo dos EUA na década de 1980 contra o governo sandinista na Nicarágua. O escândalo Irã-Contras, que abalou a administração Reagan em 1986-87, envolveu a exposição de armas ilegais vendas nos EUA para o Irã, com o produto utilizado para financiar os contras, desafiando a proibição do Congresso. Democratas do Congresso encobriu o escândalo e rejeitou os apelos para o impeachment de Reagan para patrocinar as atividades flagrantemente ilegal de uma quadrilha de ex-agentes de inteligência e assessores da Casa Branca.

Um livro de 2001, africaines Manipulações, publicado pelo Le Monde diplomatique, traça a conexão CIA ainda mais para trás, para 1987, relatando que Hifter, em seguida, um coronel do exército de Gaddafi, foi capturado combates no Chade, em uma rebelião líbio-backed contra o-EUA governo apoiado Hissène Habré. Ele desertou para a Frente de Salvação Nacional da Líbia (LNSF), o principal anti-Gaddafi grupo, que tinha o apoio da CIA norte-americana. Ele organizou sua própria milícia, que operava no Chade até Habré foi derrubado por um rival franco-suportado, Idriss Déby, em 1990.

De acordo com este livro, "a força Haftar, criada e financiada pela CIA no Chade, desapareceu no ar com a ajuda da CIA pouco depois de o governo foi derrubado por Idriss Déby." O livro também cita um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso dos 19 dezembro, 1996 que o governo dos EUA estava fornecendo ajuda financeira e militar para o LNSF e que um número de membros LNSF foram transferidos para os Estados Unidos.

Esta informação está disponível para qualquer pessoa que realiza uma busca na Internet, mesmo superficial, mas não tem sido relatado pela mídia corporativa controlada nos Estados Unidos, exceto na expedição de McClatchy, o que evita qualquer referência à CIA. Nenhuma das redes de televisão, ocupada louvando os "combatentes da liberdade" do leste da Líbia, se preocupou em informar que estas forças estão agora comandado por um colaborador de longa data dos serviços de inteligência dos EUA.

Nem os liberais e "esquerda" entusiastas da intervenção norte-europeus na Líbia tomaram nota. Eles estão muito ocupados saudando a administração Obama por sua multilateral e "consultiva" para a guerra, supostamente tão diferente da unilateral e "cowboy" abordagem da administração Bush no Iraque. Que o resultado é a mesma morte e destruição chover sobre a população, o atropelamento da soberania e independência de um ex-país significa nada-colonial a estes apologistas do imperialismo.

O papel do Hifter, acertadamente descreveu há 15 anos como líder de um "grupo de contra-estilo," demonstra as forças de classe real de trabalho na tragédia da Líbia. Seja qual for a oposição popular genuína foi expressa na revolta inicial contra a ditadura corrupta Gaddafi, a rebelião foi seqüestrado pelo imperialismo.

A intervenção dos EUA e Europa na Líbia não é destinada a transpor a "democracia" e "liberdade", mas ao instalar no stooges poder da CIA que vai governar tão brutalmente como Gaddafi, permitindo que as potências imperialistas para saquear recursos de petróleo do país e use a Líbia como base de operações contra as revoltas populares que varre o Oriente Médio e Norte da África.

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://empirestrikesblack.com/2011/03/a-cia-commander-for-the-libyan-rebels/&ei=4pJ2Tp2XKbKHsALur72LBQ&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=7&sqi=2&ved=0CFIQ7gEwBg&prev=/search%3Fq%3Dkhalifa%2Bhifter%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1024%26bih%3D673%26prmd%3Dimvns

As cobaias humanas de Israel

Médicos denunciam uso de novas armas contra população de Gaza, provocando mutilações, queimaduras e ferimentos

Escrito por: Baby Siqueira Abrão, de Ramallah (Palestina)

O garoto de 13 anos joga futebol com os amigos na tarde ensolarada. De repente, aviões israelenses surgem no céu. Os meninos não têm tempo nem de correr: um míssil cai sobre eles.

A ambulância chega rapidamente e os leva ao hospital Al-Shifa, o maior da Cidade de Gaza, a capital da Faixa de Gaza. Alguns dos garotos estão inconscientes. Outros estão mortos.

Dias depois, o médico Ayman Al Sahbani, diretor do departamento de emergências do hospital, mostra o menino de 13 anos na cama de um cubículo cheio de aparelhos médicos. Vários pontos do corpo, todo coberto por faixas brancas, estão plugados nos aparelhos. Uma perna apoia-se numa espécie de mesinha de ferro. Os braços estendem-se ao lado do corpo. Só os braços. As mãos foram perdidas no ataque israelense.

“Quando o pessoal do socorro o trouxe, pensei que ele estivesse morto. Então o ouvi gritar: ‘Ai, mamãe!’. Levei-o de imediato para a sala de cirurgia e o operei. Várias vezes. Já faz cinco dias, e ele continua vivo. Tem queimaduras terríveis e estilhaços de metal por todo o corpo. Será que vai poder jogar futebol de novo? Não tenho ideia.”

Ninguém sabe quem é o garoto. E essa é uma situação comum nos hospitais. Os feridos chegam, queimados, mutilados, os corpos perfurados por pedaços de metal, e são atendidos por médicos e enfermeiros exaustos, angustiados, tentando fazer com que o pouco material de que dispõem seja suficiente para todos.

Novas armas

Ali, no setor de emergência cheirando a antisséptico, o ruído dos ventiladores mistura-se ao bipe dos monitores e aos passos apressados dos profissionais cuja tarefa é salvar as vidas daqueles que chegam. A identidade dos feridos é o que menos importa nessa hora.

“As vítimas, em sua maior parte, são mulheres e crianças”, explica o médico Al Sahbani. “Vítimas civis”, ressalta. “Chegam aos pedaços, alguns queimados de tal modo que se tornam irreconhecíveis. Há 20 crianças aqui, com ferimentos que nunca vi, nem na Operação Chumbo Fundido, quando observei pela primeira vez as queimaduras provocadas pelo fósforo branco. As armas de agora são piores, causam lesões terríveis, despedaçam pés, pernas, mãos, enchem os corpos com centenas de pequenas peças de metal.”

Operação Chumbo Fundido foi o nome dado aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, que causaram cerca de 1.500 mortes, em sua grande maioria, de civis.

Al Sahbani continua, depois de uma pausa: “Meu filho de 11 anos me pergunta por que isso acontece, por que Israel nos ataca assim. O que posso responder a ele?”.

Uma das respostas possíveis seria cruel demais para uma criança: Israel está testando, mais uma vez, suas novas armas em alvos vivos. Em seres humanos que há mais de 60 anos vivem sob ocupação israelense, e que antes disso sofreram massacres e expulsões, e viram suas casas e cidades serem destruídas ou tomadas por grupos paramilitares sionistas.

Como lembrou o diretor do departamento de emergências do hospital Al-Shifa, não é a primeira vez que essas substâncias são experimentadas na população de Gaza. Israel admitiu o uso do fósforo branco em 2006 e em 2008- 2009, na Operação Chumbo Fundido. O que os sionistas não contaram, porém, foi a adição de metais tóxicos ao fósforo branco.

Metais cancerígenos

Mas o New Weapons Committee (NWRG), grupo de pesquisadores, acadêmicos e profissionais de mídia que estuda os efeitos das novas tecnologias de guerra, descobriu e divulgou. Embora a mídia corporativa não tenha dito uma única palavra sobre isso, o relatório do NWRG foi publicado em maio de 2010 e está à disposição de quem quiser consultá-lo:www.newweapons.org/files/20100511pressrelease_eng.pdf.

De acordo com o informe, análises em tecidos humanos enviados ao comitê por médicos de Gaza, retirados de “ferimentos provocados por armas que não deixam fragmentos nos corpos das vítimas”, encontraram “metais tóxicos e cancerígenos, capazes de produzir mutações genéticas. [...] Isso mostra que foram utilizadas armas experimentais, cujos efeitos ainda são desconhecidos”.

A pesquisa seguiu dois estudos anteriores do NWRG. O primeiro, publicado em 17 de dezembro de 2009, estabeleceu a presença de metais tóxicos em áreas ao redor das crateras provocadas pelo bombardeio israelense na Faixa de Gaza. O último, publicado em 17 de março de 2010, apontou a presença de metais tóxicos em amostras de cabelo de crianças da região.

Ambos indicam contaminação ambiental, agravada pelas condições de vida naquele território, que propiciam o contato direto com o solo. Os abrigos expostos ao vento e à poeira, devido à impossibilidade de reconstrução das moradias – Israel não permite a entrada de materiais de construção e ferramentas necessárias – também facilitam o contato com as substâncias tóxicas espalhadas no ambiente.

Danos à saúde

O trabalho, realizado pelos laboratórios das universidades Sapienza de Roma (Itália), Chalmers (Suécia) e Beirute (Líbano), foi coordenado pelo NWRG e comparou 32 elementos encontrados nos tecidos das vítimas. “A presença de substâncias tóxicas e cancerígenas nos metais detectados nos ferimentos é relevante e indica riscos diretos para os sobreviventes, além da possibilidade de contaminação ambiental”, diz o relatório.

“Alguns dos elementos encontrados são cancerígenos (mercúrio, arsênio, cádmio, cromo, níquel e urânio); outros são potencialmente carcinogênicos (cobalto e vanádio); e há também substâncias que contaminam fetos (alumínio, cobre, bário, chumbo e manganês). Os primeiros podem produzir mutações genéticas, os segundos podem ter o mesmo efeito em animais (ainda não há comprovação em seres humanos), os terceiros têm efeitos tóxicos sobre pessoas e podem afetar também o embrião ou o feto em mulheres grávidas”, alerta o documento.

Há mais, segundo o relatório de 2010: “Todos os metais, encontrados em quantidades elevadas, têm efeitos patogênicos em humanos, danificando os órgãos respiratórios, o rim, a pele, o desenvolvimento e as funções sexuais e neurológicas”.

Paola Manduca, professora e pesquisadora de genética da Universidade de Gênova e porta-voz do NWRG, comentou, referindo-se às análises do material recolhido em 2006 e 2008-2009: “Concentramos nossos estudos nos ferimentos provocados por armas que, segundo os médicos de Gaza, não deixavam fragmentos. Queríamos verificar a presença de metais na pele e na derme. Suspeitava- se que esses metais estivessem presentes nesse tipo de armas [que não deixam fragmentos], mas isso nunca tinha sido demonstrado. Para nossa surpresa, mesmo as queimaduras provocadas por fósforo branco contêm alta quantidade de metais. Além disso, a presença desses metais nas armas implica que eles se dispersaram no ambiente, em quantidades e com alcance desconhecidos, e foram inalados pelas vítimas e por aqueles que testemunharam os ataques. Portanto, constituem um risco para os sobreviventes e para as pessoas que não foram diretamente atingidas pelo bombardeio”.

Testes bélicos

Um risco de longo alcance: um dos metais utilizados, o urânio, radioativo, é utilizado em usinas nucleares e na produção de bombas atômicas. Ele tem vida útil de aproximadamente 4,5 bilhões de anos (urânio 238) e 700 milhões de anos (urânio 235).

Em relação aos ataques atuais, de agosto de 2011, pesquisadores do NWRG comentaram, ao ver imagens de feridos, transmitidas por uma estação de TV de Gaza, que o exército israelense parecia utilizar as mesmas armas da Operação Chumbo Fundido. Engano. As de agora são mais devastadoras, segundo o médico Ayman Al Sahbani, do hospital Al-Shifa.

E permitem concluir que a nova investida contra Gaza não está ligada apenas à tentativa de tirar os indignados israelenses dos noticiários ou de deter os foguetes que brigadas como a Jihad Islâmica atiram no sul de Israel. Os ataques também servem ao propósito de observar os efeitos da mistura de novas substâncias, às quais se acrescentou a tecnologia das bombas de fragmentação.

O médico Al-Sahbani deplora a situação, pedindo que o mundo todo conheça o drama de Gaza e faça algo para detê-lo. “Somos humanos e só queremos viver com liberdade, trabalhar corretamente, ver nossos filhos crescerem livres, como em outros países”, declara. “Em outros países, as crianças jogam futebol, nadam em piscinas sem o risco de ser bombardeadas, amputadas e mortas, como acontece em Gaza. Que tipo de vida é esse para uma criança?” (com informações de Julie Webb- Pullman, do portal Scoop Independent News, diretamente de Gaza)

http://www.cut.org.br/destaque-central/46062/as-cobaias-humanas-de-israel

Presidente do TST defende imediata divulgação dos acidentes de trabalho de 2010

Escrito por Leonardo Severo l CUT

“Esse é um sério fator impeditivo de políticas públicas mais firmes e prontas nessa área”, afirmou Dalazen


O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, cobrou a divulgação de dados estatísticos atualizados sobre os acidentes de trabalho no Brasil, lembrando que os dados oficiais referentes ao ano passado “ainda não são conhecidos”, o que acaba se tornando “um sério fator impeditivo de políticas públicas mais firmes e prontas nessa área”.

Em sua intervenção no 1º Encontro dos Gestores do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, realizado quinta-feira (8), no TST, Dalazen manifestou preocupação com “o notório recrudescimento observado nos índices estatísticos oficiais sobre acidentes de trabalho no Brasil”, que mais do que duplicaram oficialmente, “se confrontarmos os números de 2001 (340.251) e 2009 (723.542)”.

No Dia de Mobilização Nacional da CUT, 10 de agosto, o presidente da Central, Artur Henrique, foi recebido em audiência no TST onde defendeu a relevância da campanha de prevenção desenvolvida pelo Tribunal. A CUT também vem reiterando a necessidade da imediata contratação dos 220 auditores fiscais do trabalho concursados, não só para reduzir drasticamente o número de acidentes, mas também para combater o trabalho escravo e infantil.

VÍTIMAS SE MULTIPLICAM

Em nosso país, ressaltou Dalazen, “somente em 2009 houve registro de 49 casos diários de acidente de trabalho de que resultou ou morte ou invalidez permanente”, num total de 2.496 mortes no ano. “É importante ter presente, no entanto, que esses dados estatísticos, conquanto oficiais, estão sobremodo desatualizados e não retratam plenamente o fenômeno em nosso país”. Além de darem uma “pálida imagem” do problema que “reveste-se de muito maior gravidade”, observou Dalazen, “os dados estatísticos disponíveis dizem respeito somente a acidentes de trabalho em que sejam vítimas trabalhadores segurados da Previdência Social. Não incluem, pois os milhões de trabalhadores informais, os casos freqüentes de subnotificações e os acidentes no funcionalismo público”.

Ninguém ignora, frisou o presidente do TST, que “algumas empresas evitam emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em virtude das consequências jurídicas e econômicas desta emissão, tais como 1) obrigatoriedade de continuar depositando o FGTS enquanto o empregado estiver com o contrato de trabalho suspenso; 2) garantia de emprego do acidentado até um ano após a suspensão do benefício previdenciário ou 3) porque a emissão da CAT pode significar a produção de prova para o reconhecimento de uma indenização por dano material ou moral pela Justiça do Trabalho, em decorrência do infortúnio”.

Na avaliação do presidente do TST, é uma situação que “tende a agravar-se ainda mais com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em andamento e as inúmeras outras obras de construção civil em execução”. Apenas para ilustrar, disse, no primeiro semestre de 2011 o número de acidentes de trabalho com vítima fatal na construção civil foi praticamente o dobro do número registrado em 2010.

Ao chamar a atenção para os “índices alarmantes de acidentes de trabalho” e os “inúmeros e perversos efeitos desse verdadeiro flagelo social”, o presidente do TST defendeu a necessidade urgente de adoção de políticas públicas efetivas para enfrentar o crescimento da tragédia.

‘PERDAS HUMANAS IRREPARÁVEIS”

Afinal, esclareceu, “trata-se, em primeiro lugar, de perdas humanas irreparáveis e de todos os dolorosos efeitos sociais e familiares daí advindos, quando não de uma incapacidade laboral ou sequela permanente”. Em segundo lugar, “de pesado ônus para o erário: segundo dados do governo federal, os acidentes e doenças do trabalho custam, anualmente, R$ 10,7 bilhões aos cofres da Previdência Social, através do pagamento do auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadorias”. E, em terceiro lugar, “de um elevadíssimo impacto econômico para as empresas e que se projeta evidentemente no PIB nacional”.

Diante da gravidade da situação, enfatizou, a hora clama por uma conjugação de esforços de todos, mas, “em particular, dos poderes públicos, e das Instituições e das entidades a que o infortúnio no trabalho está direta ou imediatamente afeto”. “Precisamos, com urgência, evitar novas vítimas potenciais de acidentes de trabalho em nosso país. Sabemos que, em geral, os acidentes do trabalho não acontecem: são causados, culposa ou dolosamente”, enfatizou.

O TST realizará de 19 a e 21 de outubro o 1º Seminário sobre Prevenção de Acidentes de Trabalho, que deve potencializar esta ação tão importante, considerada primordial pela atual administração do Tribunal.

http://www.cnq.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=20631

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MPF denuncia Edir Macedo por evasão de divisas

Líder da Igreja Universal e três dirigentes também foram denunciados por formação de quadrilha

Solange Spigliatti - estadão.com.br

O bispo Edir Macedo Bezerra, líder religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e outros três dirigentes da entidade foram denunciados nesta segunda-feira, 12, pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a IURD. Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da IURD, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.

Veja também:
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Segundo a assessoria de imprensa da Igreja Universal, os representantes jurídicos do bispo Edir Macedo ainda não tiveram acesso à denúncia, por isso não podem se pronunciar. "Tudo indica, pelo que a mídia está veiculando, que se tratam das mesmas acusações de sempre contra os dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus, que sempre se mostraram inverídicas", disse a assessora em resposta ao Estadão.com.br.

Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da IURD composições societárias diversas das verdadeiras. O objetivo dessa prática era ocultar a real proprietária de diversos empreendimentos, qual seja, a Iurd.

Os três dirigentes da igreja denunciados são o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa.

Segundo a denúncia, do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da IURD, por meio do "oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja".

O Procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira também encaminhou cópia da denúncia à área Cível da Procuradoria da República em São Paulo, solicitando que seja analisada a possibilidade de cassação da imunidade tributária da IURD.

O Caso. O Ministério público investiga desde 2003 o envio para o exterior cerca de R$ 5 milhões por mês entre 1995 e 2001 em remessas supostamente ilegais feitas por doleiros da casa de câmbio Diskline, o que faria o total chegar a cerca de R$ 400 milhões.

Na ocasião, revelação foi feita por Cristina Marini, sócia da Diskline, que depôs ontem ao Ministério Público Estadual e confirmou o que havia dito à Justiça Federal e à Promotoria da cidade de Nova York.

Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, aceitaram colaborar com as investigações nos dois países em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada. Cristina foi ouvida por três promotores paulistas. Ela já havia prestado o mesmo depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos - ele alega inocência.

Ela afirmou aos promotores que começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991. As operações teriam se intensificado entre 1995 e 2001, quando remetia em média R$ 5 milhões por mês, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo - o dono do dinheiro entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior. Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.

Subterrâneo. Na maioria das vezes, os valores eram entregues por caminhões e chegavam em malotes. Houve ainda casos, segundo a testemunha, que ela foi apanhar o dinheiro em subterrâneos de templos no Rio.

Cristina afirmou que mantinha contato direto com Alba Maria da Silva Costa, diretora do Banco de Crédito Metropolitano e integrante da cúpula da igreja, e com uma mulher que, segundo Cristina, seria secretária particular do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.

De acordo com a testemunha, ela depositou o dinheiro nos EUA e em Portugal. Uma das contas usadas estaria nominada como "Universal Church". Além dela, os promotores e procuradores ouviram o depoimento de Birmarcker. Ele confirmou a realização de supostas operações irregulares de câmbio para a igreja, mas não soube informar os valores.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,mpf-denuncia-edir-macedo-por-evasao-de-divisas,771537,0.htm

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro

Amigos/as, compartilho o vídeo que segue no link do youtube.
É para lembrar que existem outros "11 de setembro", e que o mundo dá voltas, e os lobos em pelo de cordeiro um dia também sentem na pele a guerra irrompendo no seu quintal; a mesma guerra que eles mesmos fomentam e mantém no mundo todo... distante de seu quintal, é claro!
Compartilho porque também me cansa ouvir as notícias lá do norte, ecoando através dessa imprensa "americanizada", imbecilizada e medíocre, transformando em vítimas quem sempre foi algoz.
Infelizmente pessoas morrem quando a guerra se impõe à razão.
Mas não somos de todo inocentes... e os estadunidenses não estão nem aí para as guerras que seu país fomenta, desde que seus empregos estejam garantidos, sua economia equilibrada, seu poderia fortalecido, os outros países submissos... e principalmente, que a guerra fique longe de seu quintal. E nos iludem com iPad, Hollywood, Disneylandia... é o "pão e circo" mais universalizado que conheço!
O que plantaram, colheram... e nós, hoje, os tranformamos em vítimas... deles próprios... quem treinou e financiou Saddam Hussein, Bin Laden, Pinochet, entre outros? A física nos ensina que para cada ação existe uma reação igual e contrária!
Sugiro que assistam ao vídeo que segue no link... são apenas 10 minutinhos... mas vale a pena assistir a reflexão até o final!

Wellyngton Chaves Monteiro da Silva

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Rebeldes da Otan prometeram 35% do petróleo líbio à França

O ministro do Exterior francês, Alan Juppé, quis justificar o crime: “a operação na Líbia é muito dispendiosa"


Escrito por: Leonardo Severo


Uma carta datada de 3 abril dirigida pelos “rebeldes” do autointitulado Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia ao emir do Catar explicita de forma categórica os reais motivos que levaram os governos da França e da Inglaterra a se empenharem tanto - e a mobilizarem suas agências de “notícias” - para demonizar o governo de Muamar Kadafi e justificar a agressão à rica nação norte-africana.

Publicada pelo jornal “Liberation” às vésperas do encontro dos países “muy amigos” da Líbia - que reuniu governos agressores e alguns incautos em Paris no dia 1º -, a carta esclarece que os mercenários do CNT se comprometeram a destinar à França nada menos do que 35% da produção de petróleo em troca do seu reconhecimento como “governo legítimo”.

Diz a carta-promessa dos “rebeldes” da Otan ao emir: “E quanto ao acordo sobre o petróleo fechado com a França em troca do reconhecimento na cúpula de Londres, como representante legítimo da Líbia delegamos o irmão Mahmoud [Shamman, “ministro” de meios de comunicação do CNT] para que firme esse pacto que atribui 35% do total do petróleo bruto aos franceses em troca do respaldo total e permanente a nosso Conselho”. Representantes de 61 países atenderam à intimação de Sarkozy para assistir a partilha do petróleo do povo líbio entre os cabeças da Otan.

Ao ser questionado sobre a carta publicada no “Liberation”, o ministro do Exterior francês, Alan Juppé, desconversou, mas sem deixar de admitir a preferência: “Não estou ciente dessa carta. O que eu sei é que o CNT disse muito oficialmente que, com relação à reconstrução da Líbia, daria preferência àqueles que ajudaram o país. Isso parece lógico para mim”. Juppé também justificou o percentual: “A operação na Líbia é muito dispendiosa. É também um investimento no futuro”.

Incomodado com a voracidade do apetite manifestado pelos franceses, o ministro do Exterior da Inglaterra, William Hague, reagiu, ameaçando taxativo: “as empresas britânicas não ficarão para trás”.

Em entrevista à rádio RTL, Alain Juppé defendeu ainda que se coloque rapidamente nas mãos dos seus agentes do CNT todos os recursos que necessitar para “estabilizar” a situação. “Precisamos ajudar o Conselho Nacional de Transição porque o país está devastado, a situação humanitária é difícil e existe uma falta de água, eletricidade e combustível”, disse o criminoso humanitário.

A expectativa de franceses, ingleses e estadunidenses é que a Comissão de Sanções da ONU aprove imediatamente a liberação de um quinto do total de ativos líbios - de cerca de 7,6 bilhões de euros - atualmente confiscados na França, e também os recursos semelhantes de fundos líbios existentes nos Estados Unidos e na Inglaterra.

Obviamente tais montantes seriam “reinvestidos” para que as empresas destes países trabalhassem na reconstrução da Líbia – que está tendo suas cidades devastadas pelos bombardeios “cirúrgicos” em hospitais, creches e escolas, levando ao colapso sua infraestrutura.

A “desinteressada ajuda” do emir do Catar preparou terreno à invasão da Otan por meio da sua rede de televisão, a Al-Jazira, que vinha alegando que o governo Kadafi estava bombardeando e massacrando civis nas ruas de Benghazi, o que tornaria necessária e urgente uma rápida “intervenção humanitária”. Conforme denunciou o embaixador do Brasil na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, “não houve bombardeio algum. Isso foi um bombardeio noticioso da Al-Jazira”.

O mesmo emir foi parceiro do presidente francês Nicolas Sarkozy nas inúmeras entregas secretas de armas aos mercenários do CNT, transgressão que só foi admitida oficialmente no mês de julho, após consumada a ação golpista.

Como se reeditassem a Partilha da África, quando na segunda metade do século 19 as potências europeias retaliaram o continente, sangrando suas riquezas e escravizando seus povos, os países imperialistas se lançam como chacais no assalto à Líbia. O país é o quarto maior produtor de petróleo da África – e o de melhor qualidade – detentor de uma reserva de 60 bilhões de barris, dono de imensas reservas subterrâneas de água, de mais de um bilhão e 500 milhões de metros cúbicos de gás, ocupando uma posição estratégica no mundo árabe e no centro do Mediterrâneo.

Autor de Coração das Trevas e Nostromo, duas obras magistrais sobre aquele infame período que os imperialistas tentam reeditar, o inglês James Conrad lembra que “a administração deles era mera extorsão e nada mais... Agarravam o que podiam, e simplesmente porque estava ali para ser agarrado. Era simples assalto com violência, agravado com assassinato em alto grau e praticado às cegas pelos homens – como é próprio daqueles que tateiam na escuridão”.

http://www.cut.org.br/destaque-central/45951/rebeldes-da-otan-prometeram-35-do-petroleo-libio-a-franca?utm_source=cut&utm_medium=email&utm_term=informacut&utm_campaign=informacut