sábado, 29 de dezembro de 2012

Kassab dá R$ 2,5 milhões para Eike Batista

No último dia útil de sua gestão, o prefeito paulistano assina convênio com empresa de Eike Batista para patrocinar 'espetáculo' no Ginásio do Ibirapuera  

Por: Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual 

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), assinou hoje (28) um convênio com a empresa IMX Esporte e Entretenimento visando a “conjunção de esforços” para a realização do evento UFC Brasil 2013, que será realizado em 19 de janeiro, no Ginásio do Ibirapuera.
Demonstrando excelente humor no último dia útil de seu mandato, Kassab gracejou em alguns momentos, vestiu um par de luvas da modalidade e chegou a simular um combate com o lutador brasileiro Daniel Sarafian, presente ao evento, na sede da prefeitura paulistana.
O município vai desembolsar R$ 2,5 milhões para o evento. A parceira IMX é uma agência de marketing esportivo formada pela EBX, holding do bilionário Eike Batista, e a gigante multinacional IMG. Criada em 2011, possui uma estratégia de atuação considerada extremamente agressiva pelo mercado. Os preços dos ingressos para o “espetáculo” custarão de R$ 400 e R$ 1.800.
Para Kassab, que concedeu uma rápida coletiva após a assinatura do convênio, o esforço da prefeitura se justifica porque “o UFC tem hoje muita visibilidade”. Segundo ele, trata-se de “um esporte que teremos o prestígio de receber aqui em São Paulo, um evento muito importante que vai trazer visibilidade para a cidade”. De olho na popularidade do esporte, Kassab tenta conquistar alguns pontos de aprovação: ele chega ao final de seu segundo mandato (2009-2012) na prefeitura de São Paulo no próximo dia 31 com reprovação de 42% da população.
Ele afirmou que o UFC se soma a outros “grandes eventos” como a virada cultural, virada esportiva, Fórmula 1, Fórmula Indy e carnaval. “São Paulo tem capacidade para ter um evento grande por semana. Encontramos a cidade com aproximadamente 20 grandes eventos, estamos deixando com cerca de 40. Ainda existe espaço para mais 15, 20 por ano”, esclareceu.
Disse também que a realização das lutas na capital “é uma oportunidade de iniciarmos a futura gestão do prefeito Fernando Haddad com um grande evento. É mais um legado da nossa gestão”.
Coube ao secretário de Esportes, Toni Moreno, que participou da coletiva, responder sobre a prefeitura investir na realização das lutas em São Paulo, um evento por muitos considerado pouco edificante em que a carga de violência é enorme. “Todos nós temos uma interpretação própria. Hoje, o apelo das pessoas que assistem, principalmente os adeptos e quem gosta, é uma coisa que foge de qualquer comentário com a violência (sic). É uma luta que hoje a população gosta, e não cabe a nós dizer se deve ou não ser. Só sei que é um apelo muito grande e todo mundo gosta de assistir”, explicou.

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/12/prefeitura-dara-r-2-5-milhoes-para-lutas-do-ufc-em-sao-paulo
 
Opinião do Blog: Se o Ministério Público não investigar é prevaricação!


PM de SP mata um a cada 16h, mais do que em 2006

Policiais militares mataram em serviço, entre janeiro e novembro, mais do que em todo o ano de 2006, quando ocorreram os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2012, já são 506 mortos no Estado em confrontos classificados como resistência seguida de morte, ante 495 daquele ano. Em média, a PM mata uma pessoa a cada 16 horas.
A escalada no número de mortos pela PM é acompanhada da onda de violência que se intensificou em outubro e provocou a queda do secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto, em 21 de novembro - e sua substituição por Fernando Grella Vieira. “Acho que se demonstra claramente a existência de uma política institucionalizada para matar. É impossível que se tenha tantas pessoas dispostas a morrer em confrontos com a PM. É preciso checar no que deu a investigação a respeito dessas mortes”, diz o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Ivan Seixas.
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados Brasil em São Paulo, Arles Gonçalves Júnior, o elevado número é consequência da política de combate ao crime adotada por Ferreira Pinto. “Enfrentamento do crime organizado tem de ser feito com inteligência, não com violência. Senão dá nisso, porque põe ‘pilha’ em quem está na rua.”
Trata-se também do mês de novembro com maior letalidade policial desde que é possível a consulta eletrônica no Diário Oficial do Estado (a partir de 2003), com 79 mortos. Em comparação com o mesmo período de 2011, por exemplo, o aumento foi de 75,5%. É ainda o número mais elevado para o acumulado dos 11 primeiros meses desde 2003.
Média elevada
Coordenadora auxiliar do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública, Daniela Skromov observa que a média de casos de resistência seguida de morte já é, normalmente, bastante elevada, em comparação com os homicídios. “Já causa espanto, pois são em torno de 10% a 15% das mortes violentas no Estado. Acima de 3% já deveria despertar a preocupação das autoridades, segundo índices internacionais.”
Para Daniela, deveriam ser adotados métodos de controle. “Em termos de política pública, o que importa é que os índices são absurdos. Há de se fazer algo. Deve-se fazer a filmagem obrigatória dessas ações, por exemplo. As imagens poderiam absolver ou condenar o policial. Do que se tem medo?” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
 
http://br.noticias.yahoo.com/pm-sp-mata-16h-2006-092600508.html

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Inimigo público

Por Drauzio Varella

A metade dos brasileiros adultos está obesa ou com excesso de peso. A continuarmos nesse passo, em dez anos estaremos tão gordos como os americanos. Lá, 30% dos adultos estão na faixa do excesso de peso, 30% são obesos e 10% -sofrem de obesidade grave.
Para eles, conter essa epidemia virou prioridade governamental, porque os custos das doenças crônicas associadas à obesidade serão insuportáveis para o sistema de saúde. Imaginem para o nosso.
As autoridades sanitárias americanas -travam uma queda de braço desigual com a indústria alimentícia, as cadeias de fast-food, as associações que representam os restaurantes, as empresas de publicidade e os lobistas.
Está na ordem do dia a proposta do aumento de impostos sobre os refrigerantes açucarados. Como essa discussão será travada um dia entre nós – quando a saúde pública for levada a sério nessas paragens –, vou resumir um debate publicado no The New England Journal of Medicine.
Para escrever a favor da taxação, a revista convidou o médico Thomas Farley, do Departamento de Saúde de Nova York. Diz ele:
1) As companhias fazem de tudo para promover o consumo de refrigerantes calóricos. O apelo toma partido da preferência do paladar pelos sabores doces.
2) As embalagens estão cada vez maiores e baratas, e podem ser fechadas novamente para garantir consumo contínuo. São vendidas em máquinas e distribuídas nas estantes mais vistosas de supermercados e lojas de conveniência.
3) A população continua a engordar, apesar de saber que calorias em excesso são as principais responsáveis do sofrimento causado pela obesidade. O apelo dos refrigerantes com açúcar e das técnicas de marketing para promovê-los é mais forte do que a força de vontade dos adultos. O que esperar das crianças?

4) Se um produto distribuído nas escolas causasse doença, todos pressionariam as autoridades para regulamentá-lo. Por que não fazer o mesmo com os refrigerantes que contribuem para a obesidade?
5) A educação sempre é apresentada como alternativa às políticas aplicadas à solução dos problemas de saúde. De fato, é necessário alertar para os riscos das bebidas e dos alimentos obesogênicos, mas a educação sozinha não resolve. É fundamental criar um ambiente alimentar que não exponha crianças e adultos às quantidades absurdas de açúcar.
Contra a taxação, argumentam David Just e Brian Wansink, economistas da Universidade Cornell:
1) Não há dúvida de que os refrigerantes com açúcar contribuem para a obesidade, especialmente nas crianças. Nesse caso, regulamentar preço, conteúdo, disponibilidade e marketing parece sensato: se criarmos uma lei que proíba
as crianças de tomar refrigerantes, elas não tomarão. Mas é preciso cuidado, a proibição do álcool no passado foi um desastre.
2) Cercear o acesso a um produto altera o padrão de consumo de outros. Se afastarmos os refrigerantes das crianças, elas tomarão outras bebidas; sucos adocicados, por exemplo. No estudo que acabou conhecido como Coke to Coors conduzido em Utica, no estado de Nova York, a taxação de refrigerantes provocou aumento na venda de cerveja.
3) Quando uma autoridade impõe regras dietéticas para as crianças, a tendência delas é contestá-las. Será triste criarmos uma geração de fanáticos por refrigerantes.
4) O uso de estratégias comportamentais é mais eficaz. Diminuir a visibilidade dos refrigerantes com açúcar e aumentar a das frutas e dos vegetais, tornando-os mais atrativos por meio de associação com heróis, como Batman – como foi feito no passado com Popeye e o espinafre –, pode criar hábitos saudáveis mais duradouros sem criar associações de defensores do direito de tomar refrigerantes.
5) O universo de alimentos que contribuem para a obesidade infantil é muito maior do que o dos refrigerantes com açúcar.
E você, prezado leitor, o que acha?

http://www.cartacapital.com.br/saude/inimigo-publico/

domingo, 23 de dezembro de 2012

1 em cada 5 arma nos EUA é de fabrica brasileira

O Brasil tem um papel cada vez mais importante no mercado armamentista dos EUA: a marca gaúcha Forjas Taurus tornou-se a quarta maior distribuidora de armas no país da National Rifle Association, ao lado de gigantes como Smith&Wesson. Um em cada cinco revólveres comprados por americanos em 2012 veio da fabricante brasileira, que hoje vende mais nos EUA do que no próprio Brasil.

Essa rápida expansão no território americano é parte de uma estratégia maior da holding Taurus, que nos últimos anos vem adotando uma estratégia mais agressiva para ampliar exportações. Segundo a diretora de relações com investidores, Doris Wilhelm, no topo da lista de destinos cobiçados pela empresa está África e América Central - segundo a ONU, as duas regiões do mundo com maior número de mortes por arma de fogo (mais informações nesta página).

Doris afirma que os EUA são o maior mercado da Taurus e o único em que a esmagadora maioria das vendas é para pessoas, e não forças estatais de segurança pública e militar. "Estamos falando de um mercado de consumo: civis americanos comprando armas como hobby, esporte, caça e defesa pessoal. A cultura americana é 'outro bicho'. A Segunda Emenda (da Constituição) garante o direito de portar armas e defender sua propriedade."

O New York Times afirmou na terça-feira que a Taurus seria uma possível compradora da fabricante do fuzil AR-15 Bushmaster, usado no massacre de Newtown. A companhia brasileira diz que a informação é "meramente especulativa". Nos dois dias úteis após a tragédia, as ações da Taurus caíram cerca de 10%. Segundo analistas, o mercado "teme" a aprovação de restrições a esse comércio.

Mas, como as demais empresas do setor de armamento nos EUA, a Taurus acabou beneficiada pela débâcle econômica de 2008 e pela polarização política no governo Barack Obama. O motivo é psicológico: em meio à sensação de insegurança, americanos tradicionalmente compram mais armas. O pânico após o furacão Katrina fez com que 2005 fosse o ano mais lucrativo às empresas do setor.

Segundo Matthias Nowak, pesquisador do centro Small Arms Survey (SAS), com sede na Suíça, o Brasil é desde 2001 o quarto maior exportador das chamadas "armas pequenas", categoria que abrange revólveres, pistolas, submetralhadoras, fuzis de assalto, entre outros. O País é colocado atrás apenas de EUA, Itália e Alemanha e à frente da Rússia, maior herdeira da indústria bélica soviética.

Para analistas, são essas as "verdadeiras armas de destruição em massa" - as que mais provocaram mortes no mundo. Segundo o centro suíço, os últimos dados disponíveis são de 2009 e indicam que o Brasil exportou US$ 382 milhões dessas armas. Mas Nowak acredita que a cifra real seja muito maior e critica a falta de informações públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Filme contra o islamismo foi produzido pelos governos dos EUA e Israel


Não há mais nenhuma dúvida de que o filme medíocre “A inocência dos Muçulmanos” dirigido por Sam Bacile, agente do Mossad, contou com apoio e patrocínio dos governos dos EUA e Israel, com a supervisão do cineasta e filósofo francês sionista Bernard Henri Levy.
O filme é uma estratégia da CIA e do Mossad para insuflar manifestações em todos os países muçulmanos, fomentar atentados terroristas e culpar o Irã, para que Israel desfeche um ataque aéreo contra a República Islâmica, levando os Estados Unidos da América a se envolver na guerra pela conquista de setores estratégicos naquela região.
O escritor, cineasta e filósofo francês judeu-sionista Bernard Henri Levy apresentou em Cannes no ano passado o documentário sobre a guerra na Líbia “O Juramento de Tobruk”, para tentar justificar perante a opinião pública mundial a guerra de ocupação da Líbia por potências ocidentais.
Bernard Henri Levy atuava como assessor no governo de Nicolas Sarkozy, defendendo políticas pró-Israel e atacando pela imprensa os povos árabes, especialmente os muçulmanos. Hoje ele trabalha defendendo os mercenários e traidores sírios que tentam derrubar o governo de Bashar Al Assad, ocupando espaço com entrevistas mentirosas e artigos pusilânimes publicados na imprensa ocidental.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Corregedoria do TRE afasta juiz acusado de receber propina

Galdino Amorim é acusado de receber 'benefícios de coligação durante campanha

O juiz Galdino José Amorim Vasconcelos, responsável pela 11ª Zona Eleitoral, na cidade de Palestina, foi afastado das funções por determinação da Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL). O magistrado foi denunciado pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE), pelo ilegal recebimento de propina de uma coligação por benefícios durante a campanha eleitoral.

De acordo com o corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Ivan Vasconcelos Brito Júnior, documentos enviados pelo Gecoc, contendo depoimentos de Eliane Silva Lisboa, a candidata derrotada no pleito, da advogada Keyla Machado de Carvalho e de Eberval Almeida Brandão de Souza, mostram que o juiz possui uma íntima relação pessoal com o prefeito do município de Palestina, Júnior Alcântara, que apoiava o candidato Alberto Barbosa.

“O referido Juiz Eleitoral teria recebido a importância de R$ 50.000,00 das mãos de integrantes/apoiadores da Coligação “O Desenvolvimento Continua”, para rapidamente arbitrar fiança e liberar o veículo apreendido em um flagrante de corrupção eleitoral retratado no respectivo termo”, diz a denúncia.

Outra denúncia apresentada contra o magistrado, e de conhecimento da população, seriam supostos engavetamentos de ações contra o prefeito Júnior Alcântara “diante de vários desmandos administrativos e inúmeras ações em face do Município, nada de mau poderá acontecer ao atual Prefeito Municipal, Júnior Alcântara, uma vez que o Dr. Galdino engaveta todas as ações”, tudo, segundo a denúncia pelas regalias oferecidas pelo gestor ao magistrado. Além disso, o magistrado é acusado de exigir uma caminhonete do prefeito,

As graves denúncias seguem com a suposta omissão de Galdino com os processos que possam prejudicar Júnior Alcântara e pagamentos por isso. “Há alguns dias já vem ouvindo a história de que o Dr. Galdino irá receber do Prefeito Júnior Alcântara certa quantia em dinheiro para decidir favoravelmente a AIRC que impugna a Chapa de Alberto Barbosa (candidato apoiado pelo prefeito) e que o juiz iria receber R$ 150 mil de Júnior Alcântara para extinguir a AIJE”.

Para o corregedor, há fatos suficientes que culminem na necessidade de afastamento cautelar do magistrado. “Há elementos suficientes a demonstrar a ausência de isenção para continuar o referido Juiz Eleitoral no exercício de suas ordinárias funções, notadamente em função do referido grau de intimidade que, em tese, como afirmado fora, mantém o Juiz Eleitoral da 11ª Zona com os representantes do Poder Executivo da municipalidade de Palestina/AL”.

Além do afastamento cautelar, com fundamento no art. 15 da Resolução CNJ nº 135/2011, o desembargador reconhece a necessidade de instauração de procedimento administrativo disciplinar, conforme vem admitindo o CNJ em casos desse jaez. O processo contra o magistrado seja na Justiça Eleitoral e Galdino terá um prazo de 15 dias para apresentar defesa prévia. A decisão está publicada no Diário do TRE/AL desta quarta-feira (12).

http://cadaminuto.com.br/noticia/2012/12/13/corregedoria-do-tre-afasta-juiz-acusado-de-receber-propina-em-palestina

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O referendum islandês e os silêncios da mídia


Mauro Santayana*
Os cidadãos da Islândia referendaram, no sabado (20), com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais. A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 qm2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.
Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades - pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.
A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado ontem.
Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.
Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.
Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.

Bancos desalojam 500 famílias espanholas por dia

Madri - É a face mais perversa da crise econômica na Espanha: a cada dia mais de 500 famílias são expulsas de suas casas pela impossibilidade de seguir pagando o financiamento do imóvel ao banco. A previsão das associações de consumidores é de que até o final de 2012 o número total de desalojamentos forçados ultrapasse os 100 mil.

Como se os números não fossem suficientes para demonstrar o drama, há outros vários elementos que multiplicam sua intensidade e que levam milhares de cidadãos a perguntarem: “por quê?”
O primeiro ponto de dúvida sobre a validade de ações de despejo é que enquanto os antigos moradores passam a depender do favor de amigos ou parentes para ter um teto, seus lares ficam vazios, já que a recessão freou o comércio de imóveis em todo o país.

De fato, em 2011 (antes de que o problema atingisse seu auge, portanto) o número de financiamentos concedidos foi 33% inferior ao do ano anterior, mais um dado ruim para um setor que já acumula cinco anos no negativo.
Pior: além de não resolver o problema do banco – que de qualquer maneira fica sem receber dinheiro pelo imóvel que retomou – tomar a casa do comprador inadimplente não o livra da dívida, como acontece no Brasil. Pelo contrário, o sujeito desalojado fica sem teto e com um débito que varia entre 150 e 300 mil euros, segundo cálculos das associações que lutam pelos direitos desses cidadãos afetados pelo problema.

“É um embargo à vida da pessoa porque quando recupera a sua condição econômica, terá uma dívida imensa para fazer frente”, condena o técnico da Associação de Usuários de Bancos, Caixas e Seguros da Espanha (Adicae), Francisco Javier Alvarado, que mantém uma organização para tentar evitar os despejos.

Ocorre que grande parte dos inadimplentes estão incluídos nos 25% da população economicamente ativa espanhola desempregada. Existem 1,7 milhão de lares espanhóis nos quais nenhum integrante tem uma renda fixa – e mais de 5 milhões são sustentados por uma única pessoa com renda.
Diante dessa situação, não parece um absurdo que nos últimos 40 dias quatro pessoas tenham se suicidado ao receber o comunicado da justiça de que devem deixar seus lares.
“São dramas humanos muito fortes. Há vários casos de desalojo de famílias com crianças pequenas ou de anciões que deram sua casa como garantia ao financiamento pedido pelos filhos. É impossível ficar imune”, reconhece o porta-voz do Sindicato Unificado da Polícia espanhola, José María Benito Celador.

Os agentes reclamam de um problema de consciência: por um lado, não podem descumprir o seu dever nem as ordens que recebem. Por outro, o sindicato já denunciou casos inclusive de mal-estar físico, de guardas que tiveram que ser levados ao hospital depois de participar em um despejo. “Já há muitos agentes que se negam a ir a ações deste tipo”, revela. E coloca o dedo na ferida: “A lei é injusta”.

Inadimplentes são acusados sem direito à defesa
Muitos dos contratos que permitem hoje aos bancos reclamar a casa pelo não pagamento da dívida de financiamento possuem cláusulas abusivas – a mais famosa é a que institui um mínimo de juros a serem pagos mesmo nos casos em que o índice que gerencia o reajuste das parcelas se reduza.
Não por casualidade a bolha imobiliária é um dos elementos que está na origem da crise econômica na Espanha. E embora o argumento seja suficientemente forte ao menos para levar um juiz a pedir um estudo criterioso de cada contrato, não é possível parar uma execução de despejo porque há uma cláusula legal que dá razão ao reclamante. “Contra os bancos ninguém pode se opor”, critica o porta-voz da associação progressista Juízes para a Democracia, Joaquim Bosch.

Não há direito à defesa, o sujeito não pode argumentar sobre o porquê não paga nem demonstrar que o contrato é nulo, abusivo, ou foi feito contra as leis. “No caso das hipotecas há uma nítida vantagem dos bancos sobre as pessoas. Essa situação vulnerabiliza o direito fundamental à moradia, que está garantido na Constituição”, denuncia Joaquín Bosch.
Vale lembrar que os bancos, que se beneficiaram da negligência dos órgãos de controle e de defesa do consumidor durante o período de fartura, também são os grandes protegidos dessa crise: enquanto que nos últimos cinco anos se destruíram 4 milhões de postos de trabalho no país, e apenas em 2012 houve aumento de impostos e recortes em serviços sociais, o governo espanhol teve que assumir como seu o resgate que a União Europeia concedeu às entidades financeiras 100 bilhões de euros. Parte do dinheiro será aplicada na criação de um “banco ruim”, que reunirá todos os ativos desvalorizados das instituições para sanear os caixas privados.

http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21389

sábado, 8 de dezembro de 2012

Crime monstruoso cometido por PM de SP

PM é preso suspeito de atear fogo em jovem na Zona Sul de SP

Crime aconteceu na madrugada deste sábado (8) em Americanópolis.
Jovem queimado teve mais de 50% do corpo atingido.

Um policial militar de 33 anos foi preso na madrugada deste sábado (8) depois de atear fogo em um rapaz no bairro de Americanópolis, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a PM, o policial recebeu voz de prisão dos companheiros que estavam com ele durante a abordagem.
O jovem teve mais de 50% do corpo queimado e permanecia internado na tarde deste sábado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Informações preliminares davam conta de que ele tinha tido 40% do corpo ferido.
O caso aconteceu após acabar o combustível da moto em que dois jovens estavam. Um casal se ofereceu para ajudá-los e foi buscar gasolina. Em seguida, quatro policiais abordaram os amigos. O casal voltou com o combustível e foi embora.
Segundo Willian Gonçalves da Silva, de 22 anos, o policial jogou gasolina em sua cabeça, mas ele conseguiu escapar, porque saiu correndo. “Ele falou para arrumar uma arma: 'vocês aí tem tatuagem de ladrão e não têm uma arma?'”, contou o jovem. Após uma discussão, o soldado teria ficado bravo e jogado a gasolina sobre os amigos. "Só vi o fogo no menino e saí correndo."
O outro jovem Uoshington Ramalho da Silva, de 19 anos, começou a pegar fogo na calçada. Ele teve queimaduras de terceiro grau em várias partes do corpo. Segundo o amigo, o policial também jogou gasolina na cabeça dele, mas ele conseguiu escapar porque saiu correndo.
De acordo com o comandante interino, Gilson Paulo, o soldado descreveu o ocorrido como "um acidente". "Segundo a versão dele, o cigarro que ele estava fumando caiu ao chão e acabou pegando fogo em uma das vítimas. Um acidente", afirmou o comandante.
A Polícia Militar informou que o soldado recebeu voz de prisão dos próprios companheiros, que também precisaram contê-lo, porque "não compactuaram com a atitude do acusado”. O soldado está na corporação há dois anos.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/12/pm-e-preso-suspeito-de-atear-fogo-em-jovem-na-zona-sul-de-sp.html

Juízes financiados pelo Clarín sabotam 7D na Argentina

Os juízes em questão viajaram para Miami inteiramente bancados pelo grupo monopolista, que agora utiliza dos seus préstimos.

Prorrogaram a aplicação da Ley de Medios, marcada para 7 de dezembro, após ganharem viagem a Miami

Nesta quinta-feira (6) de muita chuva e contaminação por uma nuvem tóxica no céu de Buenos Aires, às vésperas da entrada em vigor da Lei de Meios Audiovisuais na Argentina, os juízes Francisco de las Carreras e María Susana Najurieta, da Câmara Civil e Comercial Federal, decidiram prorrogar a medida cautelar que beneficia o Grupo Clarín, mantendo suspenso o artigo 161 da lei “até que se dite uma sentença definitiva”.

O artigo em questão determina que as empresas com número de licenças superior ao permitido pela nova regulação vendam o excedente para se adequar. A lei define que uma empresa pode ter no máximo 35% do mercado a nível nacional e 24 licenças (atualmente, o grupo monopolista detém 240), sendo dono de 41% do mercado de rádio, 38% da TV aberta e 59% da TV a cabo.

Entidades populares, lideranças sindicais, parlamentares e movimentos pela democratização da comunicação já vinham alertando para o fato de os juízes em questão terem viajado para Miami inteiramente bancados pelo grupo monopolista, que agora utiliza dos seus préstimos.

O vice-governador de Buenos Aires, Gabriel Mariotto, afirmou que “cada vez fica mais evidente a convivência entre o poder concentrado da Argentina e suas peças na Justiça, que buscam impedir o povo de se expressar”.

Conforme destacou o ministro da Justiça, Julio Alak, “será um adiamento transitório, pois a lei é inexorável e garantirá a efetiva democratização e desmonopolização das comunicações do país”. “Redobramos o nosso compromisso com o avanço da democracia”, frisou.

Apresentadores da TV Pública Argentina lembraram que em governos anteriores várias ações em defesa dos direitos humanos contra os repressores da ditadura foram igualmente barradas na Corte, até que o afastamento do juiz responsável possibilitou que fluíssem as denúncias e começassem a haver as condenações. Mas, neste momento, o ex-juiz apareceu como defensor dos repressores. A história é conhecida. E se repete.

Clarín tour

“Tínhamos razão quando dissemos que os juízes que viajam a Miami financiados pelo Clarín terminam convertidos em sua equipe jurídica”, declarou o titular da Autoridade Federal de Serviços Audiovisuais da Argentina (AFSCA), Martín Sabbatella. “Estamos convencidos da consitucionalidade da Lei. Uma lei que aumenta a qualidade da democracia é freada por juízes financiados pela corporação que pede esta cautelar. Isso é uma vergonha”, afirmou.

Segundo Sabbatella, “a democracia foi colocada em xeque por grupos judiciais, mas pediremos à Corte que revise este ato. Está claro que a justiça argentina não está preparada para enfrentar as corporações porque grande parte dela está colonizada por esses grupos econômicos”.

Censura e auto-censura

O secretario-geral da Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa (FATPREN) e vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIP), Gustavo Graneros, alertou para “a vocação do grupo monopolista contra a liberdade de expressão que hipocritamente diz defender”. Exemplo disso, relatou, foi a recente perseguição contra profissionais de imprensa: “buscaram amedrontar, pressionando com a censura e a auto-censura, da mesma forma que impediram durante anos o exercício da própria atividade sindical”.

Contra a perseguição, a Federação lançou nota denunciando que o “Clarín pretende silenciar as opiniões dos jornalistas que denunciam o descumprimento da lei, a vocação desestabilizadora do grupo e sua aspiração a manter os privilégios que ganhou ao calor da ditadura cívico-militar e dos governos neoliberais, atentando contra toda comunicação diversa e plural”.

Tuítaço pela democratização

Em solidariedade à luta do povo argentino pela democratização da comunicação, movimentos sociais e meios comunitários e alternativos latino-americanos promovem, nesta sexta-feira (7), a partir do meio-dia até as 15 horas, uma jornada global de apoio à plena aplicação da Lei de Meios. As etiquetas, ou hastags da campanha são: #7D, #LeydeMedios e #NoMonopolios.

Os movimentos sociais na Argentina decidiram intensificar o apoio ao cumprimento da lei e, no domingo (8), chamado de 8D, será realizado um grande ato pela democracia na Praça de Maio com show de encerramento de Charly García e Fito Paez.
 
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/12/08/juizes-financiados-pelo-clarin-sabotam-7d-na-argentina/

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Açúcar envelhece mais rápido

Relatórios de pesquisadores da Holanda e Inglaterra mostram que pessoas com mais açúcar no sangue envelhecem mais rápido.

Doces podem ser a salvação para o mau humor e, principalmente, para os momentos de tristeza. O problema é que o açúcar pode ser um vilão em vários momentos, ainda mais quando falamos sobre envelhecimento. Uma pesquisa realizada em parceria entre a Universidade de Leiden (Holanda) e o instituto de pesquisas Unilever (Reino Unido) está sendo publicada para mostrar isso.
Foram selecionados 569 voluntários saudáveis para os estudos, sendo então separados em três grupos – de acordo com o nível de concentração de açúcar no sangue após as refeições. Também foram chamadas 33 pessoas diabéticas para a pesquisa, que geralmente possuem taxas elevadas de glicose.
Para finalizar, 60 pessoas foram convocadas para analisar fotografias dos mais de 600 voluntários e tiveram de responder quais eram os mais velhos – vale dizer que todos tinham idades semelhantes. A média das respostas mostrou: quanto mais glicose concentrada no sangue, mais rápido acontece o envelhecimento.
Segundo publicado pela revista New Scientist, o envelhecimento da pele acontece em cerca de cinco meses para cada 0,18 gramas por litro de sangue. O jornal HindustanTimes foi além: eles entrevistaram cientistas que afirmaram as razões para isso. A concentração de açúcar interfere na produção de colágeno, fazendo com que a pele seja menos rejuvenescida.

http://www.tecmundo.com.br/ciencia/17202-ciencia-comprova-acucar-envelhece.htm

Operação Purificação: mais de 50 PMs são presos em ação contra tráfico

Após um ano de investigações de uma força-tarefa formada por diferentes órgãos, foi desencadeada hoje (4), às 6h, a Operação Purificação, para cumprir 83 mandados de prisão, sendo 65 de policiais militares e 18 de integrantes da principal facção do tráfico de drogas do Estado, o Comando Vermelho. Até as 10h30, já haviam sido presos 59 PMs e 11 traficantes. Os PMs – todos lotados no 15º BPM (Duque de Caxias) à época do início das investigações – recebiam propina dos traficantes para não coibir atividades criminosas em 13 favelas da região de Duque de Caxias, todas sob domínio do Comando Vermelho.

O Gaeco denunciou os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante sequestro. Dos traficantes com mandados de prisão, quatro já se encontram presos, cumprindo pena por outros crimes. Também estão sendo cumpridos 112 mandados de busca e apreensão na casa dos denunciados e em batalhões da PM. Todos os presos estão sendo levados inicialmente para o QG da Polícia Militar e depois serão encaminhados para o presídio de Bangu 8.
De acordo com as investigações, os policiais militares indiciados não se limitavam apenas a receber o “arrego” (nome popular para a propina paga por traficantes) para deixar de reprimir as atividades do Comando Vermelho em Duque de Caxias: eles também sequestravam bandidos e seus familiares; apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução; negociavam armas; e realizavam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava.
As investigações da  Força-Tarefa apontam que o preço da propina flutuava de acordo com a capacidade de venda de drogas pelos bandidos.Ainda durante as investigações, foi possível constatar que os policiais militares conheciam bem os bandidos. Foragido da Justiça, Jeferson Ferreira Abrantes, o “Nando” ou “Sorriso”, que atuava no abastecimento das bocas de fumo da comunidade Vai Quem Quer, era alvo constante de extorsões dos PMs, que exigiam pagamento de valores em dinheiro para a manutenção da sua liberdade.
 http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/12/04/operacao-purificacao-mais-de-50-pms-sao-presos-em-acao-contra-trafico/

País atinge em 2011 menor desigualdade em 30 anos

Com Coeficiente de Gini de 0,508, apontado pela Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingiu em 2011 sua menor desigualdade de renda em trinta anos - em 1981, o indicador era 0,583. O País, porém, continua um dos países mais desiguais do mundo, longe da média da União Europeia, cujo Gini - índice de zero a 1, que sobe com a disparidade de rendimentos - chegou a 0,305 em 2010 e no ano passado foi 0,290 na Alemanha, 0,308 na França e 0,244 na Suécia. A pesquisa apontou outros sinais de queda na distância entre os ricos e os pobres brasileiros, como a redução na renda dos 20% mais ricos, de 60% para 57,7% do total de 2001 a 2011. Mesmo assim, no ano passado os 40% mais pobres ganhavam apenas 11% da riqueza nacional, diz o estudo.
O avanço da renda no País de 2001 a 2011 se deu em um cenário em que, segundo a SIS, disparou a renda de "outras fontes" para famílias com rendimentos domiciliares per capita de até 1/4 de salário mínimo ao longo da década estudada. Foi uma expansão de 5,3% para 31,5% dos rendimentos de 2001 a 2011. Na faixa de 1/4 a meio salário mínimo, também houve aumento: de 3,1% para 11,5%. Para os pesquisadores do IBGE, como as famílias pesquisadas são extremamente pobres, a hipótese mais provável para explicar esse aumento é a expansão ocorrida no período dos programas de transferência de renda como o Bolsa-Família, pago a famílias carentes com filhos em idade escolar, e o Benefício de Prestação Continuada, destinado aos extremamente pobres.
"Esta modificação ocorreu apesar do rendimento do trabalho haver crescido o período", assinada a SIS. "Para o grupo de até 1/4 do salário mínimo de rendimento familiar per capita, o rendimento médio de todos os trabalhos passou de R$ 273 para R$ 285, no período de 2001 a 2011, enquanto para os que estão na faixa de 1/4 a 1/2 salário mínimo aumentou de R$ 461 para R$ 524 (...)." As cifras foram corrigidas pelo INPC, por isso são comparáveis.
A SIS constatou ainda que subiu de 2,6% para 3,5% a renda dos 20% brasileiros mais pobres na mesma década. Ao aumento de 0,9 ponto porcentual no rendimento dos mais desfavorecidos correspondeu uma queda de 2,3 pontos na riqueza apropriada pelos 20% mais ricos. No mesmo período, o grupo social mais privilegiado viu sua renda, equivalente a 24 vezes o que ganhavam os 20% mais pobres em 2001, cair para 16,5 vezes em 2011. Apesar da queda, esse indicador ainda deixou o Brasil distante de alguns países desenvolvidos da Europa, onde a relação é de quatro a seis vezes. E a redistribuição foi desigual: pretos e pardos ganharam mais que as mulheres, constatou a pesquisa. "Avançou-se mais na redução da desigualdade de raça que na de gênero", disse a pesquisadora Cristiane Soares, do IBGE. "Em 2001, as mulheres ganhavam 69% dos homens, e em 2011, 73,3%. Já os pretos e pardos passaram de 50,5% do rendimento dos brancos para 60% no mesmo período. Enquanto eles avançaram quase dez pontos, as mulheres cresceram apenas 4,4 pontos."
A SIS constatou que 22,4% da população brasileira estava em 2011 vulnerável segundo critérios sociais e/ou de renda, mas esse porcentual tem fortes variações regionais. Chega a 40% no Norte e 40,1% no Nordeste (53% no Maranhão, Estado recordista), mas não passa de 11,3% no Sul. Nesse polo positivo, a unidade da Federação com melhor posição em 2011 era São Paulo, com apenas 7,7% da população vulnerável.
O estudo também aponta melhora em relação a 2001 na redução das carências de atraso educacional (39,3% para 31,2%), falta de acesso à seguridade social (36,4% para 21,3%), (má) qualidade dos domicílios (4,9% para 4%), acesso a serviços básicos (40,9% para 32,2%). Também houve queda na proporção de domicílios com ao menos uma dessas carências (70,1% para 58,4%) no mesmo espaço de tempo pesquisado.
A melhora na distribuição de renda no período contrasta com as condições de vida de parte considerável da sociedade brasileira, diz a Síntese dos Indicadores Sociais 2012. Em 2011 30,6% dos domicílios urbanos brasileiros - pouco mais de 16 milhões de lares, com prováveis 64 milhões de moradores - não tinham simultaneamente os serviços de água tratada, coleta de esgoto por rede ou fossa séptica, recolhimento de lixo e eletricidade, básicos para que haja condições mínimas de habitação. A razão entre as habitações com e sem os quatro serviços era de 0,44, ou seja, praticamente para cada dois domicílios habitáveis havia um sem essas condições. O recorde nesse ponto foi da Região Norte, onde 78,4% dos lares foram considerados sem condições mínimas de habitabilidade. No Amapá, essa proporção chegou a 95,9%, e a razão em relação aos habitáveis foi de 23,43 lares sem condições para cada um habitável.
"Essa questão tem a ver com a ação do poder público", disse o pesquisador Rubem Magalhães, do IBGE. "Se aumentarmos o salário de um trabalhador para R$ 30 mil por mês ele não vai instalar uma rede de água tratada na rua onde mora. Isso é papel do Estado." No Sudeste, 79% dos lares com renda mensal domiciliar per capita tinham saneamento básico. Acima de dois salários mínimos, 94,8%.
A Síntese dos Indicadores Sociais de 2012 também constatou que apenas 31% dos domicílios permanentes urbanos tinham, simultaneamente, luz elétrica, computador, acesso à internet, aparelho de DVD, televisão em cores e máquina de lavar, medidas de conforto da vida moderna. 

http://br.noticias.yahoo.com/pa%C3%ADs-atinge-2011-menor-desigualdade-30-anos-121000732.html

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Esta é a polícia que nós temos... uma herança da ditadura militar!

É com esta questão que apresentamos três flagrantes de violência policial, ocorridas em lugares e situações diferentes. Como podemos confiar na polícia se ela age dessa forma? E isso parece ser um comportamento rotineiro, é só ver as crescentes denúncias nas corregedorias. Não podemos mais permitir a existência da PM tal como foi herdada da ditadura militar. É hora de avançar o debate sobre a desmilitarização da Polícia Militar.


1- Policiais envolvidos em agressão de torcedora são afastados, diz PM

Com a punição, PMs deixam de trabalhar nas ruas e fazem trabalho interno.
Torcedora agredida relatou que a situação 'foi constrangedora'.

Os policiais militares que agrediram a torcedora Ana Paula Lima antes da partida do Coritiba contra o Vasco da Gama no sábado (17), em Curitiba, foram afastados do serviço operacional. A informação foi confirmada pela Polícia Militar nesta quarta-feira (21).
Parte da agressão foi filmada por outra torcedora que participava da escolta realizada pela PM até o estádio. As imagens mostram um policial batendo a cabeça da vítima contra um portão de ferro.
De acordo com a assessoria de imprensa da PM, com a punição, os policiais deixam de atuar nas ruas e passam a trabalhar em serviços internos da corporação.
Além dos que aparecem na imagem, toda a equipe que participou da escolta também foi afastada dos serviços operacionais. A assessoria não soube confirmar a quantidade de policiais.

Assista o vídeo:

http://g1.globo.com/parana/noticia/2012/11/policiais-envolvidos-em-agressao-de-torcedora-sao-afastados-diz-pm.html

2- Ação da PM em Curitiba termina com agressões a idosa e abuso de poder

Advogada presa na ação diz que foi vítima de tortura e racismo dos policiais.
Família vítima dos policiais se preparava para jantar quando houve invasão.

Moradores do Bairro Alto, em Curitiba, acusam um grupo de policiais de abuso de autoridade. Em uma ação, no início da noite de sábado (24), eles invadiram uma casa, bateram nos moradores e prenderam 11 pessoas. Entre as vítimas das agressões, está uma idosa de 72 anos.
Conforme os moradores, a polícia invadiu a casa após um motociclista se recusar a mostrar os documentos do veículo aos policiais. O homem teria fugido para dentro da casa. Segundos depois, mais de uma dezena de PMs entrou no local. “Já entrou com cassetete para um lado, chutes para o outro. Já foi derrubando tudo. Foram entrando para dentro e massacrando”,  lembra a aposentada Zulmira Floriano.
Ela e a família se preparavam para jantar quando aconteceu a invasão. Zulmira, o marido, os três filhos e a mãe foram agredidos pelos policiais. Em vários locais da casa, as marcas de sangue comprovam a versão das vítimas. Num dos cômodos, três dias depois da confusão, os pedaços de um cassetete quebrado ainda estão no chão.
Vizinhos registraram parte da confusão. Nas imagens, é possível ver quando os policiais invadem a casa e como agem após prender os moradores. Num dado momento, um morador diz aos policiais “Agora vai falar que o piá (garoto) resistiu à prisão”. Um dos PMs, sai em busca de quem proferiu a frase. “Que você falou, hein, seu filho da p...?”, questiona o policial.
Outra vítima das agressões foi a advogada Andréa Vitor. Ela conta que foi ao local para saber o que estava acontecendo, mas acabou detida pelos policiais. Junto com outras 10 pessoas que foram presas, ela foi encaminhada para um módulo da Polícia Militar.
No local, ela afirma que os policiais agrediram novamente os presos. “Eles me deram um tapa no rosto”, lembra. A advogada diz que também foi vítima de racismo. “Advogada, com essa corzinha, sua negra vagabunda, sua preta vadia”, teriam dito os policiais a ela.
O corregedor-geral da Polícia Militar, César Kogut, reconheceu o abuso dos policiais. Segundo ele, o caso será investigado pela corregedoria. “Existem indícios de que houve abuso de poder e abuso de autoridade. Isso vai ser apurado, tanto que foi aberto inquérito”, afirma.
Para o advogado de Andréia, Elias Mattar Assad, o caso configura, além de racismo, crime de tortura. “A atitude da PM não se pautou dentro da lei. E quando não se pauta dentro da lei, é barbárie”, diz.
Assista o vídeo: http://g1.globo.com/parana/noticia/2012/11/acao-da-pm-em-curitiba-termina-com-agressoes-idosa-e-abuso-de-poder.html

3- CPC analisa imagens de PMs agredindo suspeitos rendidos Corregedor-geral afirma que responsáveis poderão ser expulsos da corporação

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O comandante do policiamento da capital, coronel Gilmar Batinga, analisa as imagens de policiais militares agredindo suspeitos já rendidos, que foram divulgadas pela TV Gazeta e pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite dessa segunda-feira (26). Segundo a corregedoria da PM, os responsáveis poderão ser expulsos da corporação.
Além da gravação, o coronel também coleta documentos para encaminhar à corregedoria da Polícia Militar, que espera instaurar o processo administrativo até a próxima quarta-feira (27).

“Somente pelas imagens, provavelmente não será possível identificar os agressores, mas vamos investigar porque também é nossa vontade punir os responsáveis por isso”, declarou o corregedor-geral da PM, coronel Louverci Monteiro de Oliveira.

Uma vez instaurado, a corregedoria tem 30 dias para concluir as investigações, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 15 dias. “As penas possíveis para os atos que eu vi nas imagens podem ser de prisão administrativa [quando o militar fica recluso no quartel da PM] ou licenciamento [expulsão da corporação]”, explicou o corregedor-geral.

O vídeo
O vídeo enviado à TV Gazeta mostra policiais militares agredindo suspeitos já rendidos, durante operação no Trapiche da Barra, em Maceió. Além de socos e pontapés, um dos policiais utiliza um aparelho de choque contra um acusado que está de joelhos. Os militares pertencem ao Batalhão de Radiopatrulha e as cenas foram flagradas por um cinegrafista amador. 

Assista o vídeo: http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=328471&e=12 

Cerca de 200 policiais militares são denunciados por ano, diz corregedoria

Cerca de 200 denúncias contra policiais militares são registradas anualmente pela corregedoria da PM, afirmou o corregedor-geral, coronel Louverci Monteiro de Oliveira. As punições para casos dessa natureza podem ser de prisão administrativa, quando o militar fica recluso no quartel, até licenciamento, quando o agente é expulso da corporação.
O coronel garantiu que todas as queixas são devidamente apuradas. “Mas o procedimento administrativo demora um pouco porque precisamos respeitar todo o processo legal, garantindo o princípio do contraditório e da ampla defesa”, explicou o corregedor-geral, que informou que o prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 15.

http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=328474&e=12

Um refrigerante por dia aumenta risco de câncer de próstata


Homens que consomem uma lata de refrigerante por dia estão sujeitos a um risco maior de desenvolver câncer de próstata, segundo um estudo sueco anunciado nesta segunda-feira.
"Entre os homens que consomem uma grande quantidade de refrigerantes ou outras bebidas com adição de açúcar, constatamos um risco de câncer de próstata aproximadamente 40% maior", disse à AFP uma das autoras do estudo, Isabel Drake.
O estudo, que será publicado na próxima edição do American Journal of Clinical Nutrition, baseia-se no acompanhamento de mais de 8.000 homens da região da cidade de Malmö (sul da Suécia), com idade entre 45 e 73 anos, durante uma média de 15 anos. Todos anotaram minuciosamente os alimentos e bebidas que ingeriram.
Aqueles que beberam um refrigerante (330 ml) por dia estiveram 40% mais propensos a desenvolver câncer de próstata, necessitando de tratamento.
Além disso, aqueles que tiveram uma dieta rica em arroz e massas apresentaram 31% mais chances de desenvolver formas mais benignas do câncer. Este risco foi aumentado em 38% para aqueles que ingeriram grandes quantidades de açúcar no café da manhã, relatou a pesquisadora.
Estudos anteriores já haviam indicado que os chineses e os japoneses que viviam nos Estados Unidos, o maior consumidor de refrigerantes do mundo, desenvolveram câncer de próstata com mais frequência do que os compatriotas que permaneceram em seu país.
Uma pesquisa aprofundada sobre a resposta a diferentes dietas de acordo com a genética torna possível "adaptar as recomendações em termos de comida e bebida para certos grupos de alto risco", considerou Drake.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Israel em Gaza: o criminoso que se faz de vítima


Há uma coisa estranha no conflito israelo-palestiniano: apesar de durar há décadas, os ataques israelitas são sempre apresentados como uma resposta a qualquer coisa. Ou seja, a história, que não tem fim e da qual já se perdeu o início, começa sempre a ser contada a partir de um qualquer ataque palestino. E assim se apresenta povo que não tem direito a um Estado, que está impedido de ter forças armadas, comércio externo, economia e território contíguo, que tem grande parte do seu território ilegalmente ocupado, que vive cercado por muros e humilhado em checkpoints dentro do seu próprio País e que não vê nenhuma das deliberações da ONU respeitada pelo seu vizinho como o agressor.
Mesmo para quem não conheça a realidade palestina - sobretudo em Gaza, onde mais de um milhão e meio de pessoas vive amontuada num gueto -, bastaria olhar para a desproporcionalidade dos ataques israelitas para perceber o absurdo desta narrativa. Perante uns rockets artesanais que mataram três israelitas as forças de Israel lançaram uma ofensiva que, em apenas oito dias, provocou noventa mortos e 720 feridos.
Mas a ofensiva mais recente não começou a semana passada nem é uma resposta a coisa alguma. Entre Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009, foram mortos centenas de civis em Gaza. As repetidas incursões na faixa de Gaza provocaram, só no ano passado, 108 mortos e 468 feridos. Este ano, até esta ofensiva, e especialmente no mês de Setembro, os ataques israelitas a Gaza provocaram 55 mortos e 257 feridos.
Esta nova onda de violência ganhou uma nova escala com o assassinato, por Israel, do dirigente do Hamas Ahmed al-Jabari, quando este participava, através da mediação egípcia, na negociação para uma trégua nos confrontos. E não corresponde, ao contrário do que é dito pelo governo israelita, a uma reação, mas a um gesto político. A ofensiva militar israelita integra-se numa campanha para boicotar a iniciativa da OLP de propor a elevação do estatuto da representação diplomática da Palestina na ONU. E, tal como aconteceu no final de 2008, dá-se a poucos meses da realização de eleições em Israel. Ou seja, corresponde à criação de um ambiente internacional e interno que favoreça as posições mais radicais nos dois lados. Ambiente que, como se sabe, tem historicamente beneficiado as posições expansionistas do Estado de Israel e a impossibilidade da Palestina ter, como é seu direito, um Estado viável.
Até quando continuará a comunidade internacional a tratar os palestinos como sub-humanos sem direito a tudo a que um povo tem direito? Até quando continuaremos a comprar a narrativa de um agressor crônico que se usa a má-consciência do Mundo para garantir a passividade internacional perante os seus crimes? Até quando continuaremos a justificar o injustificável? 
http://expresso.sapo.pt/israel-em-gaza-o-criminoso-que-se-faz-de-vitima=f768084 

Israelense de 19 anos prefere a cadeia ao ataque a Gaza

O jovem Natan Blanc, de 19 anos, seguiu para a prisão neste domingo porque se recusou a tomar parte neste novo ataque a Gaza. "Como cidadãos e seres humanos, temos um dever moral de recusar a participar desse jogo cínico. É por isso que eu decidi recusar entrar para o Exército Israelense em 19 de novembro de 2012”', diz o jovem em uma carta que denuncia a "onda de militarismo agressivo" em Israel.

No Blog de Moriel Rothman, um escritor e poeta israelense e estadunidense, que mora em Jerusalém e saiu há pouco da prisão militar por ser um "refusenik", está a carta de Natan Blanc. Moriel tem 23 anos e já cumpriu sua pena por ter se recusado a servir, em outubro deste ano. Os "refuseniks" são os cidadãos israelenses que se recusam a ingressar nas Forças de Defesa de Israel para atuar além da fronteira da linha verde, que é a fronteira reconhecida pelas Nações Unidas como legitimamente pertencente ao Estado de Israel, e que datam de 1967.

O movimento surgiu em meio aos bombardeiros entre Israel e o Líbano, em 1982, quando pilotos da Força Aérea Israelense decidiram não bombardear civis e não tomar parte em operações militares fora de Israel. De 1982 para cá, os refuseniks cresceram e criaram uma rede internacional de solidariedade, que hoje em dia conta com uma rede de financiamento para ajudar às famílias dos "refuseniks" que, além de enviados a prisões militares, perdem o direito ao soldo.

A primeira geração de "refusenik" é fundadora do estado de Israel e tem dentre os seus mais ilustres membros o escritor, falecido em novembro do ano passado, Peretz Kidron. Kidron, de origem austríaca e militante de toda a vida da esquerda sionista, era membro da Força Aérea e protagonizou o movimento de recusa de tomar parte nos ataques que “cruzaram a linha vermelha”, na linguagem deles, contra as populações civis no Líbano.

Desde meados dos anos 80, ele e os seus companheiros de resistência criaram o movimento Yesh Gvul (“Há um limite”), e inspiraram muitos outros militares a não ultrapassarem a linha que é de direito israelense.

A segunda onda de "refuseniks" surgiu, não por acaso, por ocasião da Segunda Intifada, que irrompeu durante o governo de Ariel Sharon. Também em 2006, na operação que resultou num ataque ao sul do Líbano, uma nova geração de refuseniks se organizou e, agora, seis anos depois, novos refuseniks, mais jovens, manifestam sua disposição de ir para a prisão militar, mas não combater e não tomar parte nos combates além da linha verde.

No blog de Moriel Rothman, hoje, está a carta de Natan Blanc, 19 anos, que neste domingo, 19, segue para a prisão, porque se recusou a tomar parte neste ataque a Gaza.

Segue a carta de Natan:

“Eu comecei a pensar em recusar a tomar parte no exército israelense durante a operação ‘Chumbo Fundido’ em 2008. A onda de militarismo agressivo que varreu o país, então, as expressões de ódio mútuo e o vácuo de conversas a respeito do caráter de nosso terror e da criação de um efeito de dissuasão, sobretudo, impulsionaram minha recusa.

Hoje, depois de anos cheios de terror, sem um processo político [por meio de conversações de paz], e sem tranquilidade em Gaza e em Sderot, está claro que o governo Netanyahu, assim como o de seu antecessor, Olmert, não estavam interessados em encontrar uma solução para a situação existente, mas, antes, em preservá-la.

Do ponto de vista deles, não há nada errado em iniciarmos a “Operação Chumbo Fundido 2” a cada três ou quatro anos (e então a operação chumbo fundido 3, 4, 5 e 6): nós falaremos em dissuasão, nós vamos matar algum terrorista, nós perderemos alguns civis em ambos os lados, e nós prepararemos o terreno para uma nova geração cheia de ódio de ambos os lados.

Como representantes do povo, os membros do gabinete não têm qualquer dever de apresentarem sua visão para o futuro do país, e podem continuar com esse círculo sangrento, sem fim à vista. Mas nós, como cidadãos e seres humanos, temos um dever moral de recusar a participar desse jogo cínico. É por isso que eu decidi recusar entrar para o Exército Israelense em 19 de novembro de 2012”.


Natan Blanc

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21275

Assista o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=-Ga0s936ldU

Turquia acusa Israel de "limpeza étnica" em Gaza

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou os líderes de Israel de buscar eliminar a população palestina na Faixa de Gaza. Ele disse que as ações israelenses não podem ser classificadas como autodefesa contra os ataques com foguetes do Hamas, como os EUA e outros aliados de Israel fazem. Erdogan descreveu a ofensiva como "terrorismo" e chamou as ações israelenses de uma "tentativa de limpeza étnica".
As declarações de Erdogan vêm à tona no momento em que o ministro das Relações Exteriores da Turquia e ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe se dirigem a Gaza para tentar assegurar uma trégua. A Turquia era um dos poucos países muçulmanos que tinham boas relações com Israel, mas elas chegaram ao fim após uma incursão israelense contra um navio de ajuda humanitária em 2010.

http://br.noticias.yahoo.com/turquia-acusa-israel-limpeza-%C3%A9tnica-gaza-143000922.html

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Estado terrorista de Israel massacra palestinos na Faixa de Gaza

Sobe para 100 número de mortos por ataques a Gaza

Novos ataques aéreos de Israel contra regiões da superpovoada Faixa de Gaza elevaram a cem o número de palestinos mortos nos bombardeios dos últimos dias, informaram autoridades locais nesta segunda-feira. Um integrante do alto escalão do grupo islâmico Hamas morreu num bombardeio a um centro de mídia na Cidade de Gaza, mas a maior parte das vítimas dos ataques israelenses é civil.
Israel intensificou os bombardeios durante o fim de semana e passou a atacar casas de líderes do Hamas, agremiação que governa a Faixa de Gaza. Com isso, 24 civis morreram em apenas dois dias, disse um funcionário da secretaria de saúde de Gaza.
A intensificação dos bombardeios israelenses ocorre em um momento no qual o Egito tenta mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Os dois lados se dizem "abertos" a uma solução diplomática, mas os mediadores ainda não conseguiram conciliar as exigências das partes em conflito.
Em seis dias de violência, cem palestinos e três israelenses morreram. Dos cem palestinos mortos, 53 eram civis. Os três israelenses mortos eram civis atingidos por um foguete disparado de Gaza em direção a Tel-Aviv.
Os bombardeios israelenses a Gaza também feriram 840 pessoas, inclusive 225 crianças, segundo Ashraf al-Kidra, da secretaria de saúde de Gaza. Já os disparos de foguetes por militantes palestinos feriram dezenas de pessoas. As informações são da Associated Press.

http://www.dgabc.com.br/Mobile/Noticia.aspx?idNews=5994822

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Turquia acusa Israel de atacar Gaza por interesses eleitoreiros

O primeiro-ministro da Turquia, o islamita moderado Recep Tayyip Erdogan, criticou Israel nesta sexta-feira pelos ataques contra o lado palestino da faixa de Gaza e acusou o governo desse país de agir com interesses eleitoreiros.
"Antes das eleições (de janeiro), estão disparando contra essa gente inocente em Gaza por razões que são inventadas", disse Erdogan em entrevista em Istambul. "A Turquia está com nossos irmãos em Gaza e com a legítima causa do povo palestino. Minha intenção é falar na noite de hoje com (o presidente dos Estados Unidos, Barack) Obama para comunicá-lo sobre isso pessoalmente", acrescentou o primeiro-ministro turco.
Erdogan também revelou que pediu uma reunião com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Quero que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tome as decisões necessárias, e que as potências mundiais ponham fim a este ataque de Israel", afirmou o primeiro-ministro.
"Já não temos qualquer relação com Israel", lembrou Erdogan para explicar por que não procurou diretamente o governo israelense, com o qual a Turquia manteve durante anos uma estreita relação estratégica e militar. Esta relação foi suspensa depois do violento ataque israelense à chamada "Flotilha da Liberdade", que seguia rumo a Gaza, em maio de 2010.
O líder comparou o atual conflito de Gaza com o do ano de 2008, que aconteceu semanas antes das eleições em Israel. Erdogan, que viaja amanhã ao Cairo, também prometeu conversar sobre o conflito com o presidente egípcio, Mohammed Mursi, mas negou que tivesse intenção de entrar em Gaza.
Organizações islamitas turcas convocaram para hoje em Istambul uma manifestação de protesto contra Israel.

http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI6306600-EI188,00-Erdogan+acusa+Israel+de+atacar+Gaza+por+interesses+eleitoreiros.html

Estado assassino de Israel recomeça a matança anual de palestinos

Israel retoma a carnificina anual com objetivo de exterminar o povo palestino.


15 civis assassinados, entre eles uma grávida e um bebê de sete meses, e mais de cem feridos

Dois dias antes de Israel assassinar líder do Hamas e semear a morte em Gaza, seu ministro do Exterior ameaçou presidente palestino se for mantida proposta de reconhecimento do Estado da Palestina na ONU

No dia 14 de novembro, o exército israelense atacou em vários pontos da Faixa de Gaza, incluindo a principal cidade, Gaza e ainda Khan Younis e Beit Lahia.
A agência de notícias palestina, Ma’an, informa a morte de 15 civis e mais de 100 feridos logo no primeiro dia de bombardeios. Entre os assassinados reportados, um bebê de 7 meses, Ranan Arafat (cujo corpo ficou incinerado), uma menina de 7 anos e mais um garoto de 11 vítima de um obus de tanque. Uma mulher, grávida de gêmeos, também faleceu.
Os ataques, até o fechamento dessa edição, foram através de mísseis lançados por caças israelenses e obuses atirados por tanques na fronteira com a Faixa de Gaza contra uma das regiões mais povoadas do mundo. Em 2008, um ataque criminoso a Gaza, perpetrado pelo mesmo premiê Netanyahu, destruiu cerca 4.000 casas palestinas e atingiu 53 instalações patrocinadas pela ONU. Mais de mil palestinos morreram nos 23 dias de bombardeios constantes, incluindo mais de 400 crianças e adolescentes.
Outro ataque lançado em março deste ano tirou a vida de 25 palestinos.
Antes do bombardeio generalizado, o regime israelense assassinou, Ahmad Al Jabari, uma das principais lideranças e responsável pelo aparato armado do Hamas na Faixa de Gaza, com um míssil sobre o carro onde se encontrava.
O assassinato de Jabari foi um dos mais absurdos já cometidos pelos israelenses, uma vez que ele era a liderança indicada pelo Hamas para acompanhar o cessar-fogo acordado entre esta facção palestina (que detém o poder na Faixa de Gaza) e o governo de Israel. Jabari também fora o negociador pelos palestinos de Gaza nas conversações que levaram a liberação do soldado israelense Gilad Shalit (que fora detido pelas forças de resistência palestinas) mediante a soltura de presos palestinos nas prisões israelenses. A soltura de Shalit era um anseio não só de seus familiares, mas de todos os israelenses.
Os primeiros misseis lançados por Israel logo após a morte de Jabari foram contra instalações da polícia e outras forças de segurança palestinas em Gaza.
O governo de Israel já sinaliza com uma escalada ainda maior contra Gaza e seus reservistas já foram convocados e o exército, segundo a agência de notícias, Rússia Today, "não descarta a expansão do ataque, incluindo com o uso de forças terrestres em invasão", como ocorreu em 2008. Depois do desgaste do morticínio de 2008, uma chacina confessa até no nome da operação, "Chumbo derretido", Israel agora chama a nova agressão de "Pilar de defesa".
Mesmo depois da morte de crianças e mulheres palestinas Netanyahu disse que se tratavam de "operações cirúrgicas com armas de alta precisão" e que Israel estava "fazendo todo o possível para não causa danos a civis".
Obama ligou para Netanyahu para dizer que "Israel tem o direito à defesa" e também se disse preocupado "que os civis não sejam prejudicados".
Tudo isso ocorre dois dias depois do ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, ter contatado todos os embaixadores de seu regime e afirmado que se a Autoridade Nacional Palestina (ANP) mantiver a proposta de reconhecimento do Estado Palestino na ONU "todos os acordos de Oslo serão rompidos".
A ANP conclamou o Conselho de Segurança da ONU a se posicionar diante das "ações criminosas e ilegais" de Israel.
O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, chamou o CS da ONU – através de seu atual presidente, o embaixador da Índia, Hardeep Singh Puri - a "deter Israel que provoca outro ciclo de violência e derramamento de sangue".
"Mais uma vez a comunidade internacional é testemunha de um malfadado massacre por parte de Israel, através do uso dos meios militares mais letais e medidas ilegais contra a indefesa população civil palestina", declarou ainda Mansour.

http://www.cut.org.br/destaque-central/50575/israel-retalia-estado-palestino-na-onu-com-chacina-em-gaza

 

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mais um crime monstruoso da PM de São Paulo

Provas mostram que PMs tiveram intenção de matar, diz delegado. Diretor do DHPP pedirá à Justiça a prisão preventiva dos policiais detidos. 

A investigação da Polícia Civil tem provas de que policiais militares tiveram intenção de matar o servente Paulo Batista do Nascimento, segundo o delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O crime aconteceu no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, no sábado (10). Parte da ação da PM foi filmada por um morador da região. Os cinco policiais suspeitos estão presos administrativamente desde domingo (11) no prédio da Corregedoria da PM.
Ao registrar a ocorrência, os policiais alegaram que abordaram suspeitos em um carro roubado,  houve troca de tiros e o corpo do servente foi encontrado depois em uma viela. Entretanto, um cinegrafista amador registrou os policiais prendendo o servente em uma casa e o levando para o carro da corporação. Neste momento, o vídeo registra o barulho de um disparo.
Em entrevista nesta terça-feira (13) ao Bom Dia Brasil, Carrasco disse que os fatos contradizem a versão dos policiais.  “Nós temos um inquérito aqui que se iniciou como uma resistência [à prisão seguida de morte], e, posteriormente, dadas as provas já colhidas nos autos, depreendeu-se que se trata um homicídio doloso [quando há intenção de matar] contra a vida. Ou seja: homicídio", disse Carrasco.
Os cinco PMs envolvidos são o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados Francisco Anderson Henrique, Marcelo de Oliveira Silva, Jailson Pimentel de Almeida e Diógenes Marcelino de Melo.
"Os autores são essa guarnição. Todos tomaram conhecimento daquela imagem", disse o delegado. Segundo o diretor do DHPP, um dos suspeitos foi ouvido pela Polícia Civil na segunda-feira. Nesta terça, outros integrantes da equipe serão ouvidos. "Posteriormente, será pedida a prisão preventiva de todos”, disse Carrasco.
"As provas estão nos autos já dão, inconteste, que houve um crime doloso contra a vida, homicídio”, argumentou. “Todos os casos de resistência são investigados no DHPP e já tivemos casos em que houve uma simulação de resistência e os seus autores foram responsabilizados perante a Justiça”, comentou.


http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/11/para-delegado-ha-provas-de-que-pms-tiveram-intencao-de-matar-servente.html

Comentáio do blog: Tá na hora de desmilitarizar as polícias no Brasil, até a ONU reconhece isso. Não podemos mais tolerar isso. A ditadura militar já passou e este entulho continua.
É necessário a desmilitarização das polícias e o reconhecimento do direito de organização e de greve dos policiais.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

2º ENCONTRO PELA REVOGAÇÃO DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - OSs

Movimento sindical realizará encontro nacional contra as chamadas "organizações sociais", nova fachada da privatização da saúde. Veja abaixo a convocatória.

No ano passado em julho realizamos o Encontro pela revogação da lei das organizações sociais em Florianópolis (SC), onde reunimos 75 representantes, sindicatos, movimentos de saúde, movimentos populares, parlamentares de SC, SP,PR, MT, MG E AL e aprovamos uma série de encaminhamentos para fazer frente a política de destruição dos serviços públicos através das OSs. 


Nos estados várias atividades foram realizadas, comitês constituídos, intervimos nos congressos da CUT para apoiarem a luta e na Conferência Nacional da Saúde (dezembro) uma delegação entregou ao Ministro da Saúde Alexandre Padilha mais de 10.000 assinaturas no abaixo assinado dirigida a Presidente Dilma pedindo a revogação da Lei 9637/98, que criou as OSs em território nacional e também o Dossiê que elaboramos sobre as consequências das OSs nos serviços públicos. Na audiência o Ministro ouviu e respondeu as questões e se comprometeu a continuar a discussão em São Paulo, infelizmente esta continuidade não se deu. Mas a luta não parou... 

Baixar Panfleto
Nos estados e municípios, governadores e prefeitos continuam a ofensiva de implantar as OSs para privatizar os serviços públicos, em especial da saúde, entregando hospitais, UBS, centro de diagnósticos a terceiros cujo interesse são os recursos públicos. Nas propagandas eleitorais todos dizem defender a saúde, mas não dizem se manterão ou revogarão as OSs, enquanto a saúde agoniza. De nosso lado estamos ao lado de todos que lutam para defender os serviços públicos e contra esses ataques que visam privatizar os serviços públicos. 



Desta forma o compromisso assumido em Florianópolis está de pé: “continuar lutando em defesa do serviço público contra a implantação das OSs”. 
E avaliamos que chegou o momento de nos reunirmos novamente nacionalmente para avaliar nossas lutas até o momento e discutir novos passos na luta pela revogação da lei que criou as OSs.

Convidamos assim aqueles que estiveram em Florianópolis e chamamos também outros companheiros, sindicalistas, parlamentares, movimentos de saúde e populares a se somarem a esta luta e se reunirem em São Paulo no II ENCONTRO PELA REVOGAÇÃO DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OSs) em 24 de novembro a partir das 9 horas, local SIMESP, sindicato dos médicos de SP.
http://organizacaosocialnao.blogspot.com.br/2012/10/2-encontro-pela-revogacao-da-lei-das.html

domingo, 11 de novembro de 2012

Estada assassino de Israel mata cinco palestinos em Gaza

GAZA - Bombardeios de tanques israelenses mataram pelo menos cinco palestinos e feriram 25 na Faixa de Gaza neste sábado, após um suposto ataque a uma patrulha do Exército de Israel na fronteira, disseram médicos palestinos e testemunhas locais. O número de mortos foi um dos maiores em um único incidente em Gaza nos últimos meses.
Moradores disseram que uma tenda lotada usada como local de um velório no bairro de Shijaia, perto da Cidade de Gaza, estava cheia de pessoas prestando homenagens a um homem enlutado, quando uma bomba os atingiu. Ambulâncias, carros privativos e motocicletas levaram os feridos às pressas para o hospital, disseram testemunhas. Dentre os mortos estava um rapaz de 18 anos.
- A mira da ocupação contra civis foi uma grave escalação, que não deve passar em silêncio - disse o porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum. - A resistência deve ser reforçada para bloquear a agressão.
A Faixa de Gaza, um populoso território costeiro com mais de 1,5 milhão de pessoas, a maioria deles refugiados, é controlada pelos islamitas do Hamas, que rejeitam o direito de existência do Estado de Israel.
O Exército israelense negou-se a comentar imediatamente, porém, a mídia local informou que um carro de patrulha do Exército havia sido atingido e gravemente danificado por um míssil anti-tanque no leste da Cidade de Gaza, pouco antes do ataque em Shijaia.Em um incidente separado em outro local, quatro pessoas ficaram feridas em um ataque aéreo israelense na cidade de Khan Younis.
Em um ataque na quinta-feira, um menino de Gaza foi morto por um tiro israelense enquanto tropas travavam um tiroteio com militantes palestinos. Pouco depois, militantes explodiram um túnel cheio de explosivos perto da fronteira.

http://br.noticias.yahoo.com/ataque-israelense-mata-ao-cinco-palestinos-gaza-005345080.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Espanhola suicida-se no País Basco após ordem de despejo

Amaya Egaña, que hoje se suicidou no momento em que ia ser desalojada, atirando-se da varanda do seu apartamento em Barakaldo, Biscaia, era casada com o ex-conselheiro local do PSE , José Manuel Asensio.

Nas últimas três semanas, é a segunda morte em Espanha relacionada com uma execução hipotecária. Amaya Egaña, 53 anos, funcionária do Bizkaibus, o serviço interurbano de autocarros, atirou-se esta manhã do seu apartamento no bairro de Burtzeña, em Barakaldo, no País Basco, no momento que ia ser desalojada. Caiu numa zona ajardinada junto ao edifício de seis andares onde morava, mas não teve morte imediata. O INEM local chegou quase de imediato, mas não conseguiu salvá-la.
Egaña, que era militante socialista e foi durante um ano e meio conselheira da localidade de Eibar, nos anos 80, era mulher de José Manuel Asensio - ex-conselheiro do PSE de Barakaldo - com quem tinha um filho de 21 anos. 
"Destroçado pela morte de uma amiga. Os despejos estão a converterem-se na face mais cruel da crise", escreveu na sua conta no Twitter o lehendakari (presidente do governo autonómico do País Basco espanhol), Patxi López, que conhecia pessoalmente a vítima e o seu marido.

Nos primeiros seis meses deste ano, foram expulsas das suas casas 137 famílias baracaldesas.
No passado dia 26, um homem de 53 anos, desempregado há quatro anos, atirou-se da varanda da sua casa em Burjassot, Valência, mas sobreviveu. No dia anterior, José Miguel Domingo, 53 anos, foi encontrado morto no pátio do edifício onde residia em Chana, Granada. Pouco depois, chegaram os agentes que iam proceder ao despejo.
As ações de protestos contra os despejos sucedem-se um pouco por todo o país.

Greve geral contra austeridade paralisa a Grécia


Paralisação deve durar dois dias. Manifestação afetará transportes, índústrias e empresas públicas.

A Grécia despertou paralisada nesta terça-feira (6) devido ao início de uma greve geral de dois dias contra as novas medidas de austeridade que o governo de Antonis Samaras pretende aprovar no Parlamento nesta quarta (7).
Hoje não funcionarão metrô, ônibus, trólebus, bonde e trens nas principais cidades do país, Atenas e Salônica.
As embarcações, tanto de transporte de mercadorias como de passageiros, não sairão dos portos devido à adesão de marinheiros, estivadores e funcionários portuários.
Os controladores aéreos realizarão uma greve de três horas, o que levou ao cancelamento de uma dúzia de voos, enquanto outros 30 sofrerão atrasos.
Espera-se também uma paralisação em massa no setor industrial, nas empresas de titularidade pública e na administração.
Os centros de saúde e hospitais, por sua vez, só funcionarão para casos urgentes. Por fim, os advogados continuam a sua greve, que começou ontem e irá até sexta-feira (9).

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Alta no preço dos combustíveis faz gregos enfrentarem inverno mais gelado

Aumento do custo de sistemas de calefação obriga população a comprar aquecedores elétricos ou lenha

A decisão do governo de grego de elevar a carga tributária sobre os combustíveis fósseis que alimentam sistemas de calefação aumentou em 40% o custo de manutenção desse tipo de aquecimento e poderá tornar mais frio o inverno da maior parte da população.
Hoje, um litro do óleo de calefação custa de 1,3 a 1,4 euros. Em abril, esse valor girava em torno da marca de 1,05 euros. Nesse inverno, o custo mensal para o aquecimento pode chegar a cerca de 200 euros.
"Este ano não vamos acender a calefação central do prédio porque não temos dinheiro para pagar a barbaridade que está custando", disse em entrevista ao El Mundo Panagiotis Conti, morador do centro de Atenas. "Aqueles que quiserem se aquecer terão que comprar um aquecedor elétrico", revela. Desde o outono de 2011, o poder aquisitivo dos gregos já caiu 25%, o que tornou a questão do aquecimento uma prioridade para muitos.
Protestos contra a alta dos preços dos combustíveis de calefação não se limitaram a Atenas e foram particularmente mais intensos no norte do país, região montanhosa e, portanto, mais fria. Na última terça-feira, moradores das duas cidades mais frias da Grécia, Florina e Kastoria, despejaram cubos de gelo em frente ao edifício do Parlamento.
Entre os estudantes e os aposentados, o quadro é ainda mais crítico. Com aposentadorias cortadas devido às medidas de austeridade, os mais idosos tem cada vez menos condições de arcar com os custos do aquecimento. Entre os estudantes, a pergunta mais comum no momento de alugar um apartamento é se a calefação central do edifício será ligada durante o inverno.
Desde 2011, a venda de lenha praticamente dobrou na Grécia. A maior demanda fez com que seu preço crescesse 10% no período, mas, ainda assim, trata-se de um combustível 60% mais econômico que o óleo fóssil.
Sob a perspectiva ambiental, esse crescente consumo de madeira trouxe efeitos negativos. O governo registrou um aumento no número de casos de exploração ilegal e agora é maior o risco de áreas florestais sofrerem com processos de desmatamento.
Nos supermercados de Atenas, a demanda por aquecedores elétricos é cada vez maior. De acordo com uma vendedor consultada pelo El Mundo, os aparelhos “estão vendendo bem e venderão ainda mais”. Também cresceu a venda de edredons e cobertores, especialmente em zonas periféricas da capital.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/25238/alta+no+preco+dos+combustiveis+faz+gregos+enfrentarem+inverno+mais+gelado.shtml