A apreensão da PF em Pernambuco, segundo os próprios investigadores, aparenta ter características de um cartel internacional de drogas, uma vez que o produto teria valor estimado de 24 milhões de dólares. A ação corrobora um estudo da instituição apresentado no Senado em abril, indicando a região como uma das principais rotas de tráfico de maconha do Brasil.
Além da proximidade com a África, o diário americano The New York Times aponta em reportagem de agosto que o crescimento econômico e de renda no Nordeste brasileiro na última década atraíram traficantes para um novo mercado em potencial, gerando aumento da violência. Segundo o Mapa da Violência 2011, a taxa de homicídios na região subiu 74% entre 1998 e 2008, passando de 18,5 para 32,1 casos a cada 100 mil habitantes.
Rota principal
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Brasil é a principal rota de tráfico de cocaína para a Europa e também o país da América Latina que envia a maior quantidade da droga ao continente.
Entre 2005 e 2009, o número de apreensões de cocaína vinda do País para a Europa aumentou de 25 para 260, passando de 339 quilos para 1,5 tonelada. O órgão ainda indica Brasil, Argentina e Chile como responsáveis por dois terços dos usuários da droga na América Latina.
Um indício de que o Nordeste brasileiro pode estar ganhando maior importância na rota do tráfico internacional de cocaína é o elevado número de recentes prisões de traficantes em aeroportos da região. Apenas em Fortaleza, três estrangeiros foram detidos com um total de três quilos do entorpecente na última semana.
Há cerca de um mês, duas estrangeiras também foram detidas no Aeroporto Internacional de Guararape, em Recife. Uma jovem portuguesa e outra espanhola portavam juntas 5,8 quilos de cocaína. Elas teriam cedido a propostas de até 10 mil euros para levar a droga à Europa.
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