domingo, 12 de fevereiro de 2012

Greve contra medidas econômicas paralisa Grécia

Entre medidas está demissão de milhares de funcionários públicos

Enfrentamento nas ruas e paralisação de vários serviços marcam a greve geral de 48 horas convocada por duas centrais sindicais da Grécia contra as medidas de austeridade para a economia e que afeta toda a população. A greve começou na sexta (10) e segue neste sábado (11) com manifestações nas ruas e em frente ao Parlamento. Entre as medidas está a demissão de 15 mil funcionários públicos, corte de 22% no salário mínimo; corte na verba da saúde e privatizações.
As novas imposições da troika (como é chamado o comitê que avalia as contas do país) foram aceitas pelo governo de Lucas Papademos e por 3 partidos (Pasok, Nova Democracia – direita - e Laos – extrema direita).

Cortes
O primeiro ministro grego, Lucas Papademos, e os líderes do Pasok, da Nova Democracia e do Laos estiveram reunidos durante 8 horas na quarta-feira (8). Aceitaram o corte de 22% no salário mínimo, a demissão de 15 mil funcionários públicos, novos cortes no orçamento da saúde (aceitando reduzir as despesas públicas com saúde para 1,5% do PIB), aceleração das privatizações. A reunião não chegou a acordo sobre outro corte que a troika queria impor: a redução de 15% no valor das pensões de reforma.
Depois da reunião entre o atual primeiro ministro e os líderes dos três partidos, seguiu-se uma nova reunião de quatro horas entre a troika e Lucas Papademos e o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, que não chegou a conclusões. No final, a troika deu novo ultimato, de 15 dias, ao governo grego para decidir cortes de mais 300 milhões de euros, ou acatar o corte de 15% nas pensões.

Acordo
Porém, ao fim da manhã da quinta-feira (9) o governo grego e o presidente do Banco Central Europeu anunciaram um acordo, (sem se conhecerem ainda os seus termos finais). Este acordo é anunciado antes da reunião em Bruxelas os ministros das finanças da zona euro, para debater o novo resgate da Grécia e o empréstimo de 130 mil milhões.

Em resposta às decisões do governo e dos líderes dos três partidos envolvidos, que ainda terão de ser votados no Parlamento Grego, as centrais sindicais Adedy (de funcionários públicos) e GSEE (de empregados do setor privado) convocaram uma greve de 48 horas para protestar contra os cortes. Em um comunicado conjunto, as centrais Gsee e Adedy declaram: "Este governo não tem legitimidade para tomar estas medidas. É a hora do povo".
As centrais convocaram ainda manifestações para a praça Syntagma, em frente ao parlamento, em Atenas - uma ocorrida na sexta feira, e as demais nesse sábado, às 11h, e domingo (12), às 17 horas.

Pena de Morte
As centrais sindicais afirmam que "as medidas que o novo memorando contém, e sobre as quais se puseram de acordo os líderes políticos dos partidos que formaram o governo de coligação com a troika, constituem a pena de morte para a sociedade".
A situação social e econômica da Grécia é de verdadeira bancarrota, tendo o desemprego atingido uma taxa de 20,9%, mais de um milhão de pessoas desempregadas. As receitas públicas caíram 7% em janeiro, quando as previsões da troika eram de crescimento de 9%. As atuais previsões apontam que em 2012 o PIB da Grécia cairá mais de 5%.

http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/noticias/2497-grecia-paralisa-com-greve-contra-medidas-economicas

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