segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Jovens se revoltam ao ter seus direitos negados

Estudante chilenos lutam pelo direito à educação. De outra forma, esta revolta se manifesta na Inglaterra.

No Chile, milhares de jovens vão às ruas, participando de grandes mobilizações. Em apenas uma marcha foram 120 mil, em um movimento de greves e ocupações estudantis que já dura meses, mostram que a paciência dos estudantes está se esgotando. Os jovens chilenos não têm direito a uma educação pública gratuita. Mais de 100 mil estudantes encontram-se em situação de inadimplência, com uma dívida média de mais de US$ 5.000. Eles exigem uma reforma estrutural no sistema educacional herdado de Pinochet, que garanta a gratuidade do ensino em seus três níveis.
A luta dos jovens chilenos é parte de uma situação mundial que se manifesta em todos os países, em diferentes formas. Em todo o mundo, o capitalismo segue negando um futuro à juventude. Para pagar o custo da crise, o imperialismo exige que se corte cada vez mais fundo na carne dos trabalhadores e dos jovens. Atendendo às determinações do FMI, do Banco Mundial, e demais agências do imperialismo, os mais diversos governos aprofundam a política de privatizações, cortes orçamentários, precarização das condições de trabalho e ataque a direitos sociais como Educação e Saúde pública e os sistemas de previdência.
Esta pretensa “salvação” dos países significa, na verdade, desviar dinheiro para pagar juros de dívidas (em muitos países, acrescidas com a entrega de bilhões aos bancos e empresas em falência na crise de 2008/09) e para assegurar o lucro dos especuladores. É uma ofensiva feroz contra os povos, que joga milhões no desemprego e na miséria.

Aos jovens, os ataques são brutais. O que o capitalismo reserva é o desemprego ou empregos precários, a guerra, as drogas. A juventude se vê negada a um futuro. Diante da falta de perspectiva, a juventude se revolta em vários lugares do mundo.

Londres
É esta revolta que se manifesta em Londres. Em que pese que uma onda de violência com saques e incêndios, conduz ao caos e não abre uma perspectiva de conquistar uma solução aos problemas enfrentados, trata-se de uma reação a um descontentamento profundo. É preciso lembrar que a crise e a política de austeridade do governo britânico tiveram conseqüências gravíssimas sobre a classe trabalhadora. Por exemplo, em Tottenham, bairro londrinho, 35% dos jovens de 16 a 25 anos estão desempregados. 75% do dinheiro destinado a projetos sociais foi cortado e 8 dos 13 centros de cultura foram fechados. São jovens que não têm perspectiva de emprego, recebem uma educação precária, muitos são discriminados por sua origem, e enfrentam cotidianamente a presença ostensiva da polícia, cuja revolta veio à tona.

O caminho é a organização dos jovens, para fazer com que esta rebeldia e necessidade de lutar por mudanças se transformem na luta, ao lado dos trabalhadores, em busca de uma saída à opressão e destruição causadas pelo imperialismo.

Priscilla Chandretti, militante da JR-IRJ em Juiz de Fora (MG)

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