quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Crack cresce no Brasil por causa de queda nos EUA, diz ‘WSJ’

Sílvio Guedes Crespo

A Cracolândia paulistana foi parar na primeira página da edição de fim de semana do “Wall Street Journal“, em uma reportagem com o título “Mercado emergente do Brasil: o crack”.
O texto afirma que a Cracolândia está inserida em um contexto internacional, em que os produtores de coca buscam novos mercados no mundo por causa da queda no consumo de cocaína e de crack nos Estados Unidos.

“Um surto de crack que lembra aquele que devastou cidades dos EUA nos anos 1980 começa a tomar conta desta nação sul-americana [o Brasil], à medida que traficantes com dificuldade de vender dentro dos EUA estão desbravando mercados em outros lugares”, afirma o repórter John Lyons.

Segundo o “Journal”, os EUA continua sendo o maior mercado de cocaína do mundo, mas está diminuindo. Em dez anos, o consumo do produto no país caiu 38%, de 267 toneladas em 1998 para 165 em 2008. Já na Europa, esse mercado ilegal dobrou no mesmo período, passando de 63 toneladas anuais para 126.

Nesse contexto, o Brasil surge não só como um mercado consumidor, como um entreposto por onde a mercadoria passa antes de ir à Europa. Há mais de um ano, outro jornal, o britânico “Financial Times“, já comentara que o Brasil, especificamente o Aeroporto Internacional de Guarulhos, teria se tornado o principal ponto de exportação da cocaína sul-americana.

Agora, o “Journal” explica que a quantidade de cocaína sul-americana que passa pelo Brasil antes de ir à Europa dobrou (o diário não diz exatamente em que período nem cita as fontes), o que contribui para aumentar o consumo também dentro do País. Nesse ambiente, a pedra, subproduto da cocaína, torna-se popular entre os consumidores que não têm condições de comprar o pó.

“O Brasil ilustra uma tendência global. Traficantes de cocaína estão cada vez mais explorando novos mercados para compensar o forte declínio no uso da droga nos EUA nos últimos anos”, afirma a reportagem. Segundo o “Journal”, 80% da cocaína que chega ao Brasil vem da Bolívia.

http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2012/01/23/cracolandia-cresce-no-brasil-apos-repressao-nos-eua-diz-wsj/

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