quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

EUA financia terroristas na Síria desde 2006, revela Wikileaks

Documentos vazados pelo site apontam minúcias da trama golpista contra o governo Assad

O governo dos Estados Unidos tem financiado a oposição síria contra o governo de Bashar al-Assad pelo menos desde 2006, revelam documentos vazados pelo site Wikileaks.
Auto-intitulada “Anunciando a Democracia Síria”, a campanha golpista foi desmascarada por um telegrama datado de 27 de fevereiro de 2006, divulgado pelo Wikileaks em 30 de agosto de 2011, que aponta minúcias da trama.
No documento, Stephen Seche, diplomata dos EUA na embaixada em Damasco, informa ao seu governo sobre a grande dificuldade para levar a cabo a missão da Casa Branca em território sírio sem ser detectada, e debate qual deveria ser a melhor maneira de fazer o dinheiro chegar até o bolso dos mercenários.
Citando um deputado “independente” a serviço dos ianques, de nome Basil Dahdouh, o documento alerta que a entrega do dinheiro “era um importante sinal do apoio dos EUA à oposição Síria”, um indicativo que os Estados Unidos estavam sendo “sérios”, financiando “a derrubada do governo sírio”, mas que esta injeção de recursos jamais deveria ser pública.
“Dada a imagem dos EUA no mundo árabe”, alertam os golpistas, tal ajuda “acabará por destruir a credibilidade de qualquer um que receba o dinheiro. As pessoas dirão: Ora, claro que ele disse tal ou tal coisa. Ele é pago pelos norte-americanos”. Dahdouh condena a oferta “burocrática, legalista e pública”, pois poderia expor os bandos e inviabilizar os planos do imperialismo contra Assad.
A receita de Basil Dahdouh, sempre fantasiado de parlamentar “independente”, é bem direta: “Khalid Misha'al vai a Teerã e volta com alguns milhões numa mala simples. Não precisa assinar recibos, nem papelada, nem precisa de computadores”.
Entre as sugestões feitas pelos mercenários para camuflar o financiamento das quadrilhas estavam o investimento em “programas culturais, programas de conferências, bolsas para estudo de inglês e acesso à internet”. O governos dos EUA também poderia “usar relações culturais para canalizar pequenas quantias de dinheiro para bolsas de estudo, prêmios, remuneração de conferencistas, painelistas e coisas desse tipo”.
A guerra desinformativa, a manipulação política e ideológica, que tanto estamos presenciando nestes dias, também foi sugerida há mais de cinco anos por Dahdouh, que propôs a criação de “um centro de traduções que se concentraria não nas manchetes e nas opiniões ‘das vozes mais ouvidas’, mas em ideias alternativas”. Leia-se: em criar um caldo de cultura propício à ação golpista.

http://www.cut.org.br/destaque-central/47292/eua-financia-terroristas-na-siria-desde-2006-revela-wikileaks?utm_source=cut&utm_medium=email&utm_term=informacut&utm_campaign=informacut

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