quinta-feira, 27 de junho de 2013

Quem vai protestar contra o assassinato de inocentes na Favela da Maré?

Polícia admite que inocentes morreram na Favela da Maré. Moradores acenderam velas para lembrar das vítimas assassinadas e também para protestar contra a ação policial

A Polícia Civil admitiu que três moradores inocentes estão entre os nove mortos na megaoperação realizada por cerca de 400 agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Inicialmente, havia a informação de que dois moradores tinham sido mortos, além de um policial do Bope e criminosos.
Durante a madrugada desta quarta-feira, moradores acenderam velas para lembrar os inocentes mortos e também para protestar contra a ação policial. Nesta manhã, a promotoria de Direitos Humanos deve receber alguns moradores da comunidade que reclamaram de possíveis excessos da polícia.
Um blindado permanecia no 22ºBPM (Maré), que fica na frente da comunidade Nova Holanda, nesta quarta-feira. Durante a madrugada, a Força Nacional de Segurança montou bases nos acessos à comunidade Nova Holanda, na Avenida Brasil. O batalhão da Maré também reforçou o policiamento na região. Ao todo, nove pessoas morreram, e, segundo a polícia, cinco seriam criminosos. Além disso, outros nove suspeitos foram presos e um menor de idade apreendido. Seis pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para hospitais. Até as 7h desta quarta, três continuavam internadas.
A operação do Bope na Favela Nova Holanda começou na noite de segunda-feira após arrastão na Avenida Brasil. Moradores tentavam interditar a Avenida Brasil na altura da comunidade, em protesto à violência da polícia. A PM respondeu com bombas para dispersar o grupo. Outro grupo ligado a movimentos sociais começou manifestação com faixa dizendo que “a polícia que reprime no asfalto é a mesma que mata na favela”.
Anistia Internacional critica a ação da PM na Maré, Rio

Dez pessoas, entre elas, um policial, morreram na operação.
Confronto ocorreu na favela Nova Holanda, na noite de segunda-feira (24).


A Anistia Internacional criticou a ação da PM no Conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio. Na noite de segunda-feira (24), num confronto entre policiais e suspeitos, dez pessoas foram mortas e várias ficaram feridas. Entre os mortos está um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e dois moradores que não tinham anotações criminais.
Segundo o diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque, o diálogo entre a polícia e a comunidade pode ser a solução para acabar com as ações violentas nas favelas.
“Acho que esse diálogo pode proporcionar, sobretudo, que a gente rompa com a lógica da guerra, com a lógica da exceção, com a lógica que historicamente no Rio de Janeiro permitiu que a polícia entre em território de favelas como se ali não houvesse cidadãos e sim só criminosos. Acho que é muito importante que se reconheça que segurança pública é um direito de todas as pessoas e de todas as pessoas na cidade. E que a favela é parte da cidade e que as pessoas que ali vivem precisam e devem ter os seus direitos reconhecidos”, disse Roque.

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