sábado, 18 de agosto de 2012

Mais da metade dos israelenses é contra guerra com Irã, indica pesquisa

Importantes setores da sociedade israelense pedem aos militares do país não obedecerem ordem de ataque
Enquanto o governo de Israel parece se aproximar cada vez mais da opção de bombardear o Irã, a sociedade israelense demonstra sua oposição à medida.  Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Democracia em conjunto com a Universidade de Tel Aviv divulgada nesta quinta-feira (16/08) mostrou que a maior parte de seus entrevistados é contra a guerra.
Cerca de 60% dos entrevistados afirmou ser contrário a um bombardeio das Forças Armadas israelenses contra o Irã, enquanto que apenas 27% disse ser favorável. A medida também encontra oposição de importantes setores da sociedade do país, que começaram a se mobilizar contra a possível guerra. 
Mais de 400 israelenses, incluindo professores das melhores universidades do país, assinaram uma petição online pedindo aos pilotos das Forças Armadas se recusarem a bombardear o Irã, caso sejam ordenados. A carta, que foi traduzida para o inglês e persa, lista cinco motivos para os militares não apoiarem a guerra e indica que eles possuem a opção de dizer “não”.
“Certamente, esta não é uma opção simples”, diz o texto lembrando que o futuro de Israel está, no momento, nas mãos dos pilotos. “Entretanto, é seu dever considerar com cuidado e seriedade a possibilidade de que ao dizer a pequena palavra ‘Não’, você vai estará prestando um serviço importante e vital para o Estado de Israel e todos os que vivem aqui. Este serviço seria infinitamente mais importante do que a obediência cega a essa ordem particular”, completa.

Israelenses carregam cartazes da campanha "Iranianos, nós amamos vocês" em protesto contra guerra ao Irã
Um ataque israelense ao Irã implica diferentes consequências na cena política e social da região e não significaria necessariamente o fim do programa nuclear do país, afirma a petição. Além de arriscar possíveis ataques iranianos em cidades israelenses, uma possível guerra trará ainda mais instabilidade para os países do Oriente Médio e pode ter consequências nefastas para a economia mundial caso seja fechado o Estreito de Hormuz, por onde passa a maior parte do petróleo mundial.
A carta também aponta que os pilotos podem se envolver em um “crime de guerra” ao bombardear usinas nucleares por “provocar a dispersão de materiais radioativos entre a população civil”. “Para resumir, nós consideramos a decisão de lançar um ataque ao Irã uma grande erro, que poderá trazer riscos importantes ao Estado de Israel sem resolver o problema inicial”, conclui o texto. 
O argumento central desenvolvido pelos ativistas é de que os pilotos têm de pensar sobre suas ações antes de acatar as ordens de seus superiores, o que pode parecer um conselho estranho à militares. “Apesar de pertencerem a um dos grupos de elite do exército, existe uma longa tradição entre os pilotos das Forças Armadas em servir às ocupações israelenses na Palestina e no Líbano”, explica o ativista e jornalista Richard Silverstein. 
A pesquisa e a petição podem ser sinais para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repensar a possibilidade de atacar o Irã. Cerca de 60% da população israelense reprova a política desenvolvida pelo premiê, informou uma recente pesquisa do jornal Haaretz

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