Agentes da SSINTE (Subsecretaria de Inteligência) da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro realizam, nesta terça-feira (30), a Operação Compadre, com objetivo de cumprir 78 mandados de prisão (entre eles 53 contra policiais militares, sete contra policiais civis e 18 contra civis) e outros 78 mandados de busca e apreensão. Até as 17h, 45 PMs, seis policiais civis e 14 civis haviam sido presos. Os denunciados são acusados dos crimes de formação de quadrilha, concussão e roubo.
A partir das investigações da SSINTE e da Corregedoria da Polícia Militar, que duraram seis meses, foi constatado o envolvimento de policiais civis e militares na cobrança de propina de camelôs e mototaxistas ilegais nos bairros de Honório Gurgel, na zona norte, e Bangu, na zona oeste. Mais cedo, a Polícia Militar havia informado que sete policiais civis foram presos, mas corrigiu a informação.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que todos os policiais envolvidos deverão ser expulsos da corporação. "Não vejo outra resposta a não ser a demissão de todas essas pessoas. As acusações são graves, e a composição da prova é de qualidade", disse ele. "[Corrupção policial] é um problema sério e crucial no Brasil. Infelizmente, o agente público que tem que defender a população se aproveita da condição de servidor público para auferir para si ganhos indevidos."
Segundo as investigações, os réus exigiam de camelôs e mototaxistas, por meio de ameaças com armas, determinadas quantias de dinheiro: os comerciantes que trabalhavam com mercadorias "pirateadas" (DVDs, aparelhos eletrônicos, telefones celulares, roupas e relógios usados) eram coagidos a pagar R$ 70, divididos em duas parcelas de R$ 35 cobradas todas as quartas e quintas-feiras; já dos vendedores de mercadorias lícitas era cobrada a quantia de R$ 5, sempre às sextas e sábados. Além disso, mercadorias apreendidas de forma irregular eram revendidas a outros feirantes.
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