Principais atingidos são os jovens; em Portugal, situação piora entre os que estão há mais de um ano desocupados
Dois dos países mais afetados pela crise das dívidas soberanas na União Europeia apresentaram mais uma vez, recordes históricos e negativos em suas taxas de desemprego. Em Portugal, o índice geral alcançou 17,7% no mês de março, o que significa 952,2 mil pessoas sem trabalho, segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística). Na Grécia, com dados de fevereiro fornecidos pela Elstat, esse número chegou a 27% da população ativa, afetando 64,2% dos jovens no país.
Entre os portugueses, mais 29 mil ficaram desempregados nos três primeiros meses de 2013, uma piora de 3,1% na comparação com dezembro de 2012. A diferença em relação a março do ano passado sobe para 16,2%. A projeção do Ministério das Finanças é a de que a taxa de desemprego chegue a 19% no final do ano.
Esse levantamento não inclui pessoas desempregadas que declararam não ter procurado vagas nos últimos 30 dias. Se fossem consideradas, o país já teria atingido a marca de um milhão de pessoas sem trabalho.
O número é ainda mais alarmante quando se considera a taxa de desemprego de longa duração (que inclui pessoas desempregadas há mais de um ano e que não tem direito a seguro desemprego). Nos últimos três meses, ela registrou um crescimento de 0,9 ponto percentual, atingindo já 10,4% da população ativa ou 560 mil pessoas. É a primeira vez que a barreira dos 10% foi ultrapassada neste indicador.
A tendência de aumento do desemprego entre os jovens também se manteve no primeiro trimestre de 2013, passando de 40% para 42,1%. Há um ano, este valor estava em 36,2%. Portugal se aproxima da barreira dos 50% neste indicador, que já foi ultrapassada por Espanha e Grécia.
Mais da metade das pessoas desempregadas (69,8 mil) entre março do ano passado e março deste ano têm, no máximo, o equivalente ao ensino fundamental completo no Brasil. Mais de 30 mil cursaram até o ensino secundário (médio) e 32,3 mil pessoas entre os novos desempregados têm curso superior.
Portugal ocupa a terceira pior posição na Europa em percentual e volume de pessoas desempregadas – atrás apenas dos gregos e espanhóis.
Pior resultado
Na Grécia, o desemprego de fevereiro representa um aumento de pouco mais de cinco pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foi de 21,9%.
Entre os menores de 25 anos, o novo número representa um recorde histórico: cinco pontos percentuais acima da taxa de desemprego de janeiro (59,3%) e dez acima da de fevereiro de 2012 (54,1%). Na faixa de idade de 25 a 34 anos o desemprego chega a 36,2%.
O Ministério do Trabalho da Grécia informou ontem que o número de novos contratos superou em quase 30 o de postos de trabalho perdidos em abril. No entanto, o principal partido da oposição, o esquerdista Syriza, acusou o Ministério de maquiar as estatísticas, uma vez que computaria como novos contratos os que se renovam aos empregados temporários.
Cerca de 450 mil famílias em todo o país estão com todos os membros desempregados.
(*) com informações das agência Efe, Agência Brasil e o jornal Público
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/28794/grecia+e+portugal+batem+novos+recordes+de+desemprego.shtml
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