domingo, 13 de maio de 2012

Rebeldes que lutaram contra Kadafi invadem sede do governo pedindo recompensa

Rebeldes líbios que se insurgiram ao longo do ano passado para combater o regime de Muamar Kadafi ocuparam nesta terça-feira (08/05) o escritório do primeiro-ministro interino do país, Abdurrahim al-Keib, demandando recompensas pelos conflitos que travaram. Segundo o jornal britânico The Guardian, paramédicos constataram a morte de pelo menos uma pessoa durante a ação.
O grupo teria cercado a sede do governo em Trípoli com metralhadoras. Enquanto isso negociadores se reuniam com lideranças do grupo de rebeldes da cidade de Kikla para tentar negociar uma solução pacífica. O ataque causou pânico na região.
Keib não estava em seu gabinete e seu paradeiro ainda é desconhecido. Os rebeldes também cercaram a sede da Companhia Nacional de Petróleo da Líbia. "Os homens de Kikla estão dentro", Abdul Zeli, um rebelde, ao Guardian. Ele conta que foi "acordado pela manhã para seguir seu líder e resolver um pequeno problema”.
Com o aumento das remessas de petróleo líbio para o exterior, rebeldes passaram a reivindicar sua participação nos lucros do setor. No início do ano, o Conselho Nacional de Transição chegou a efetuar pagamentos de 500 dinars (cerca de 770 reais) aos insurgentes, mas a medida levantou suspeitas de fraude do governo.
Até o mês passado, o atraso nos pagamentos de rebeldes líbios fez com que outro grupo, também da região das montanhas de Nafusa, adiasse a devolução de um aeroporto da capital para as forças do governo.
Boa parte da população apóia a ação dos rebeldes alegando que esses grupos sustentaram a revolução e, portanto, agora, merecem ser pagos. Segundo Moatasem Sotni, funcionários de um hotel de Trípoli, "não há o que se temer desses homens”, pois “só querem ser pagos e, agora, há muito dinheiro na Líbia”.
Esse ataque surge às vésperas das primeiras eleições do país em quatro décadas. Mas Diplomatas acreditam que o caos e a violência entre tribos tornará o pleito algo impossível de ser realizado.

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