quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Medidas do BC transferem R$ 33,6 bi dos cofres públicos para os cinco maiores bancos do país

Os cinco maiores bancos do país ganharam R$ 33,6 bilhões do Banco Central em 2011 como remuneração pelo depósito compulsório. Resultado das mudanças no compulsório adotadas no fim de 2010, o valor é equivalente a mais de 60% do lucro líquido destas instituições no período, que foi de R$ 50,7 bilhões. Os números estão na Pesquisa de Desempenho dos Cinco Maiores Bancos em 2011, feita pela subseção do Dieese na Contraf-CUT com base nos balanços de Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

O ganho dos bancos com a remuneração dos depósitos compulsórios (instrumento de política monetária com o qual a autoridade monetária controla o volume de crédito na economia) no ano passado foi 97,4% maior do que em 2010, quando R$ 17 bilhões dos cofres públicos chegaram aos bancos por essa via. Excluindo-se os resultados da Caixa, que tem grande parte de seus recursos destinados para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e não ao compulsório, a variação superou 154%.

"Isso é dinheiro público sendo destinado diretamente para os bancos. É um completo absurdo, mais uma enorme transferência de renda da sociedade brasileira para o setor financeiro, um dos que mais lucra no país", afirma Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.

O aumento é resultado das medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central em dezembro de 2010 visando conter o crescimento do crédito voltado ao consumo e combater a inflação sem a necessidade de elevar a taxa Selic. O pacote previa o aumento do compulsório (de 15% para 20%) e instituiu um compulsório adicional, de 8% e 12% sobre depósitos a vista e a prazo. Diferentemente do compulsório regular, esse adicional é integralmente remunerado de acordo com a taxa Selic, aumentando substancialmente o gasto do BC - e os ganhos dos bancos.

"A iniciativa de buscar formas de intervir no aquecimento da economia sem mexer na taxa básica de juros foi louvável, mas apresenta esse efeito colateral dos mais nocivos, que é o incremento da 'bolsa-banqueiro'", sustenta Marcel.

http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=29727

Empresário suspeito de arrastar prostituta até a morte vai a júri popular

O empresário Pablo Russel Rocha, suspeito de ter arrastado até a morte pelo cinto de segurança do seu carro uma prostituta, vai a júri popular em Ribeirão Preto.
O julgamento está marcado para o dia 17 de maio, de acordo com o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.
O crime --contra Selma Heloisa Artigas, conhecida como Nicole-- aconteceu no dia 11 de setembro de 1998.
Na época, Rocha alegou que se tratou de um acidente --Selma teria ficado presa ao cinto após sair do carro de Rocha, uma Pajero. Ele disse que não ouviu os gritos da vítima porque escutava música alta.
Segundo o Ministério Público, um laudo do IML descartou a hipótese de crime acidental. De acordo com os ferimentos no corpo da vítima, a polícia concluiu que Selma foi arrastada pelo braço esquerdo, lado que fica livre do cinto de segurança.

O empresário responde em liberdade.

DEFESA
O advogado de defesa de Rocha, Sergei Cobra Arbex, informou que ainda não foi intimado oficialmente pela Justiça para comparecer ao júri.
Ele contestou a versão do Ministério Público com base no laudo do IML, que descarta hipótese de acidente. Segundo Arbex, há outro laudo que diz que há "contorção" no cinto e que isso pode ter sido causado pelo atrito com o asfalto.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1055160-empresario-suspeito-de-arrastar-prostituta-ate-a-morte-vai-a-juri-popular.shtml

Em Alagoas, ex-deputado preso é nomeado delegado com tornozeleira eletrônica

Luciana Buarque e Plínio Lins

Depois de ter passado um ano atrás das grades sob acusação de envolvimento em dois homicídios – e enquanto aguarda julgamento – o ex-deputado estadual e federal e delegado de polícia Francisco Tenório (PMN-AL), beneficiado por habeas corpus e em regime de prisão preventiva domiciliar, vai retomar suas atividades profissionais nesta quarta-feira (29), usando uma tornozeleira eletrônica.
Francisco Tenório é delegado da Polícia Civil de Alagoas e, como não foi demitido e tem direito a trabalhar, será nomeado delegado-adjunto de Acidentes. Tenório assume suas novas funções amanhã pela manhã.
Francisco Tenório, que foi presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil de Alagoas, exerceu quatro mandatos de deputado estadual (de 1995 a 2005) e em 2006 foi eleito deputado federal. Nesse período, ele responde a processos judiciais como acusado de mandante de dois assassinatos: em 1996, o do ex-cabo PM José Gonçalves, e em 2005 o do pistoleiro Cícero Belém. Os dois casos são considerados queimas de arquivo. Com suas sucessivas eleições, Tenório era protegido pela imunidade parlamentar, os inquéritos permaneceram trancados, e ele nunca foi preso.
Em 2010, ele não conseguiu se reeleger deputado federal. Seu mandato expirou em 1º de fevereiro de 2011. No dia seguinte, foi preso.

Cabo Gonçalves
No caso do assassinato do ex-cabo Gonçalves, Francisco Tenório foi apontado como mandante junto com outros dois deputados estaduais: Antônio Albuquerque e João Beltrão, que continuam no mandato. O denunciante foi o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante, que cumpre pena por várias condenações e, neste processo em que era réu confesso, aceitou colaborar com a Justiça através da delação premiada e foi beneficiado com a absolvição por clemência.
Francisco Tenório só deixou o presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, no último dia 16, para cumprir prisão domiciliar, monitorado por uma tornozeleira eletrônica. E assim exercerá, a partir desta quarta-feira, suas funções de delegado-adjunto de Acidentes de Maceió.
Função adaptada à situação
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, José Edson Freitas, a nomeação de Francisco Tenório será publicada na edição desta quarta-feira (29) do Diário Oficial do Estado, e ele deve se apresentar ao delegado titular, Fernando Tenório – apesar do sobrenome, os dois não são parentes. Na quinta-feira (1º), Tenório deve começar a trabalhar, monitorado pela tornozeleira eletrônica que o acompanha desde que deixou a prisão.
De acordo com o delegado-geral, Francisco Tenório está apto a exercer a atividade de delegado. “Como delegado da ativa, ele precisava ser lotado em algum lugar”, disse.
A escolha pela Delegacia de Acidentes, segundo José Edson Freitas, levou em consideração as restrições de horário e de deslocamento que a liberdade condicional impõe a Tenório, como, por exemplo, ter que estar em casa diariamente às 20h e não poder se ausentar da comarca de Maceió sem autorização da Justiça. Francisco Tenório não pode dar plantão, por exemplo, pelas regras da condicional.
“O ideal é que ele comece como adjunto. O trabalho na Delegacia de Acidentes vai ser mais burocrático e pouco operacional. É uma delegacia cartorária”, explicou José Edson. O delegado-geral frisou que o ex-deputado trabalhará auxiliando o delegado mais antigo da instituição, Fernando Tenório, titular da Delegacia de Acidentes.
Francisco Tenório ainda responde a seis processos na Corregedoria da Polícia Civil, pelos quais pode perder o cargo de delegado.
A soltura de Tenório
Francisco Tenório foi solto no dia 16 de fevereiro após a 17ª Vara Criminal da Capital decidir, no dia anterior, estender a decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ/AL), que concedeu habeas corpus em favor do ex-deputado no caso da morte do cabo Gonçalves.
O habeas corpus passou a valer também para o outro decreto de prisão preventiva que havia contra Tenório – pelo assassinato de Cícero Belém – e, dessa forma, livrou o ex-deputado da prisão preventiva atrás das grades.
Nos dois processos, ele é réu já pronunciado. Falta marcar datas para o júri popular.
Agora, o ex-deputado responde em casa, com monitoramento eletrônico, aos dois processos que correm contra ele.
Segundo a 17ª Vara, o período de um ano de Francisco Tenório na prisão já cumpriu seu objetivo, que era o de mantê-lo isolado durante o período de instrução processual.

http://tudonahora.uol.com.br/noticia/maceio/2012/02/28/176037/em-alagoas-ex-deputado-preso-e-nomeado-delegado-com-tornozeleira-eletronica

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Comando incentiva a criação de grupo de exterminio

Oban cabocla nos rincões dos Mendes

Esse fascitóide de quinta categoria se chama Márcio Mendes. É um técnico rural que a família do ministro Gilmar Mendes, do STF, mantém como cão raivoso na emissora de TV do clã para atacar adversários e inimigos políticos. A TV Diamante, retransmissora do SBT, é, acreditem, uma concessão de TV educativa apropriada por uma universidade da família do ministro. Mendes, vcs sabem, é o algoz do fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício de jornalistas. Vejam esse vídeo e vocês vão entender, finalmente, a razão. Esse cretino que apresenta esse programa propõe a criação de um grupo de extermínimo para matar meninos de rua. Pede ajuda de empresários e comerciantes para montar um “sindicato do crime”, uma espécie de Operação Bandeirante cabocla, para “do nada” desaparecer com esses meninos. E preconiza: “Faz um limpa, derrete tudo e faz sabão”.

Repito: trata-se de transmissão em concessionária educativa na TV da família de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu denunciei isso, faz dois anos, na CartaCapital, em uma das matérias sobre os repetidos golpes que o clã dos Mendes dá para derrubar o prefeito eleito da cidade de Diamantino, que ousou vencer a família do ministro nas urnas. Vamos ver o que diz o Ministério das Comunicações e a Polícia Federal, a respeito. Seria bom saber qual a posição do SBT, também.

Assista o vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=jt5WB7IQl8Q

http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2012/02/27/titulo-opcional/

Comentário do blog: O vídeo é estarrecedor! O apadrinhado do ministro Gilmar Mendes defende o extermínio de menores e de quem "criar problemas". São os ovos da serpente, ou melhor do fascismo, brotando em nossa frente.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A crise e a sua pergunta mais incômoda

O presidente mundial do HSBC, o inglês Stuart Gulliver, mandou demitir 30 mil funcionários do banco em 2011; cerca de 11 mil já foram para o olho da rua, atesta a agencia Bloomberg em despachos desta 2ª feira. O negócio funcionou, claro: a exploração funciona. O banco deu lucros de R$ 28,6 bilhões em plena crise, 27,6% mais do que em 2010; Gulliver foi regiamente recompensado pelos acionistas. Satisfeitos com os dividendos, autorizaram pagar ao centurião entre bônus novos e atrasados, mais salários e gratificações, a bagatela de RS 17,8 milhões.

Passados quatro anos da explosão da ordem neoliberal, a ciranda da fortuna que ela consagrou continua a girar impunemente. A engrenagem liga o apetite pantagruélico dos acionistas à cobiça de CEOs, como Gulliver, que recorrem ao vale-tudo de demissões maciças a negócios temerários, como a bolha das subprimes, para atingir 'metas' que nem de longe são as da sociedade ou as do desenvolvimento equilibrado.

No Brasil, a banca elevou em 316% seus lucros entre 2002 e 20112. A inflação do período foi de 55%. Cá, como lá, gullivers e acionistas lambuzaram-se à tripa forra, mas não baixaram a guarda: no ano passado, seu destacamento nativo municiou a mídia e partidos amigos de sólidos 'argumentos' para vetar o imposto de 0,01% sobre operações financeiras, cuja receita seria destinada a afrouxar os gargalos da saúde pública.

Os números, as metas e os métodos repisam a grande pergunta da crise que a mídia conservadora, a plutocracia e mesmo parte da esquerda fingem não ouvir: 'por que um serviço público essencial como o provimento do crédito à economia, bem como a administração financeira da riqueza social, deve continuar nas mãos dos Gullivers & Cia, em detrimento de milhões de lilliputianos urbi et orbi? Curto e grosso: o que mais precisa acontecer para a agenda progressista assumir que o controle público do sistema financeiro é um requisito à superação da desordem neoliberal? Dirija-se a indagação também ao ambientalismo consequente --ou alguém imagina que haverá desenvolvimento sustentável enquanto as taxas de lucratividade estiverem referenciadas ao paradigma de retorno oferecido pela dominância rentista?

Postado por Saul Leblon às 17:19

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=903

Mais de 100 mortos em confrontos entre tribos do sul da Líbia

Os combates travados há duas semanas entre tribos do sudeste desértico da Líbia deixaram mais de 100 mortos e milhares de deslocados, indicaram nesta segunda-feira à noite as Nações Unidas, acrescentando que a região ainda estava sob tensão, apesar de uma trégua.

"Mais de 100 pessoas foram mortas nesses combates e a metade da população de Kufra se refugiou em outros lugares", indicaram agências da ONU em um comunicado comum divulgado após uma missão de avaliação no terreno.

Esse registro corresponde ao apresentado há uma semana à AFP por fontes tribais dos Tubus e dos Zuwaya, que se enfrentam desde 12 de fevereiro.

Unidades do Exército entraram nesta sexta-feira em Kufra e conseguiram estabelecer uma trégua.

Apesar da interrupção das hostilidades, as Nações Unidas ressaltam que "a situação permanece tensa em Kufra", onde 200 imigrantes estrangeiros tentam deixar a região.

Kufra, cidade de 40.000 habitantes situada a sudeste da Líbia, localizada na fronteira com Chade, Sudão e Egito, é um ponto de passagem estratégico de contrabandistas do deserto.

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2012/02/27/mais-de-100-mortos-em-confrontos-entre-tribos-do-sul-da-libia/

O fascismo dos "meninos do Rio"

Gilson Caroni Filho - Jornal do Brasil

O que há em comum entre uma moradora de rua agredida a socos e pontapés no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, por três homens de classe média que a acusam de quebrar o retrovisor do carro, e Vítor Suarez da Cunha, jovem estudante brutalmente espancado ao tentar proteger um mendigo que apanhava de cinco delinquentes no bairro Jardim Guanabara, na Ilha do Governador? Ambos foram vítimas de um estrato social que tem como traço ideológico funesto a recusa da cidadania.

Em menos de uma semana, a violência de um segmento incapaz de distinguir o público e o privado, que tem na venalidade uma de suas marcas, que trata a rua como prolongamento da casa e do quintal, desconhece direitos sociais e políticos, menospreza a condição humana dos que não pertencem à sua geografia social, reiterou, em pontos do estado do Rio de Janeiro, o caráter fascista que lhe é inerente.

Para eles, a liberdade se reduz ao ato de escolher entre várias marcas do mesmo produto, e a felicidade é o fim de semana em família esvaziando shopping centers, o consumo do Natal e o Réveillon em uma boate "superluxo". A protegê-los, vigias, olhos eletrônicos, cães de guarda, grupos de extermínio e a polícia violenta que conhecemos, protetora de “gente de bem”. Quando se lançam em busca das ilusões perdidas, dão início a uma busca feroz, mostrando uma força ideológica assustadora.

Num tempo em que pessoas têm sua condição humana aviltada, morrendo como moscas, fatos como estes não podem, após algum tempo de exposição midiática, provocar, no máximo, apenas bocejos. É preciso deixar de contentarmo-nos em sobreviver, de acreditar que "com a gente não acontece" ou, o que é pior, fazer da vítima o culpado. Recusar a indiferença, persistindo em chamar de acidente uma rotina de mortes e de mutilações, conhecida, anunciada e burocraticamente executada cotidianamente. Nas ruas do Leblon e do Jardim Guanabara, o que aconteceu foi um fato político. E como tal precisa ser combatido.

Como classificar o comportamento dos fascistas de "boa aparência”? Perversão? É pouco. Isto é sordidez, abjeção, cegueira de valores. Mais ainda: é sintoma de uma cultura que faz da sarjeta sua medida moral e que, pouco a pouco, destrói um legado histórico, construído com sacrifício de homens, de povos e de nações. O que está em jogo é a consciência de que a vida é um bem, cuja posse não temos o direito de negar a quem quer que seja. O que estamos esperando? Que a lei da oferta e da procura regule o mercado de massacres e extermínios?

A punição exemplar dos agressores, "gente de boa cepa", é fundamental para que não continuemos a ser uma sociedade moralmente idiotizada. A barbárie não pode continuar satisfazendo o apetite de quem faz do riso cínico a única saída para a impotência e a covardia. Os fascistas têm que saber que já não contam com o "jeitinho brasileiro" de lidar com o direito à vida e a dignidade física e moral de cada um. Do contrário, a certeza da impunidade continuará ampliando a lista de vítimas. Em um país democrático, não se confunde desejo de justiça com direito de vingança.

Vítor Suarez da Cunha, o jovem de 21 anos, que teve 63 pinos implantados no rosto, deu uma magnífica lição de vida, de solidariedade humana. Muitos escreverão sobre sua atitude, mas nenhum texto será capaz de traduzir sua coragem, seu amor ao próximo, sua consciência de cidadania. Ao afirmar que "faria tudo de novo se preciso fosse", torna-se um símbolo de que a luta política não só é possível como conta com bons combatentes.

http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/02/21/o-fascismo-dos-meninos-do-rio/

"Dois séculos de conquistas estão sendo jogados no lixo"

Em entrevista ao programa "Singulars", da Televisão da Catalunha (TV3), o escritor uruguaio Eduardo Galeano fala sobre as manifestações dos últimos dias que levaram milhares de jovens para as ruas de diversas cidades espanholas. Galeano esteve em Madri e pode presenciar ao vivo as mobilizações na Porta do Sol. Disponibilizamos abaixo a entrevista concedida ao jornalista Jaume Barberà e destacamos alguns trechos da fala de Galeano:

"Há hoje em quase toda a América Latina um problema visível e preocupante que é o divórcio entre os jovens, as novas gerações, e o sistema político, o sistema de partidos vigente. Eu não reduziria a política à atividade dos partidos, por que ela vai muito mais além, mas isso é preocupante mesmo assim".

"Nas últimas eleições chilenas, por exemplo, 2 milhões de jovens não votaram. E não votaram porque não se deram ao trabalho de fazer o registro eleitoral. Suponho que a maioria não fez o registro por que não acredita nisso. E me parece que isso não é culpa dos jovens. Neste sentido, gostei muito de ter presenciado essas manifestações que tive oportunidade de ver na Porta do Sol".

"Um dos lemas que ouvi era 'com causa e sem casa', o que é muito revelador da situação atual. Muitos daqueles jovens ficaram sem casa e sem trabalho. Isso deve ser levado em conta. Esse é um dos dramas do nosso tempo. Dois séculos de lutas operárias que conquistaram direitos muito importantes para a classe trabalhadora, estão sendo jogados na lata de lixo por governos que obedecem à uma tecnocracia que se julga eleita pelos deuses para governar o mundo".

"É uma espécie de governo dos governos, como este senhor que agora parece que se dedica a violar camareiras, mas antes violava países e era aplaudido por isso. É essa estrutura de poder, muitas vezes invisível, que de fato manda. Por isso, quando se consegue aglutinar vozes capazes de dizer 'basta' a primeira coisa a fazer é ouvi-las com respeito, sem desqualificá-las de antemão e saber esperar. Esses jovens não parecem esperar ordens de ninguém. Agem espontaneamente, aliando razão à emoção. Como vai acabar isso? Não sei. Talvez acabe logo, talvez não. Vamos ver".

"O mundo está preso em um sistema de valores que coloca o êxito acima de todas as virtudes. Ele é uma fonte de virtudes. Em troca, condena o fracasso. Perder é o único pecado para o qual, no mundo de hoje, não há redenção. Estamos condenados a ganhar ou ganhar. Os dois homens mais justos da história da humanidade, Sócrates e Jesus, morreram condenados pela Justiça. Os mais justos foram condenados pela Justiça. E nos deixaram coisas muito importantes como amor e coragem".
Assista ao vídeo: http://vimeo.com/24181190

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17833

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os bilionários do planeta. O desequilíbrio entre ricos e pobres

Oswaldo Miqueluzzi

De acordo com David Rothkopf, em sua obra "Superclasse: a elite que influencia a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo” (Rio de Janeiro: Agir, 2008), "a riqueza somada dos cerca de mil pessoas mais ricas do mundo –os bilionários do planeta– é quase o dobro daquilo que têm os 2,5 bilhões de pessoas mais pobres”.

Segundo ele, em 2007, "o PIB global foi estimado em 47 trilhões de dólares”. Neste mesmo ano, "as 250 maiores empresas do mundo tiveram vendas somadas superiores a 14,87 trilhões de dólares, correspondendo a quase um terço do PIB global e superando o PIB dos Estados Unidos ou da União Européia (de 13,2 trilhões e 13,74 trilhões, respectivamente)”.

Ainda em 2007, "as vendas somadas das cinco maiores (Wal-Mart, ExxonMobil, Royal Dutch Shell, BP e General Motors) foram de quase 1,5 trilhão de dólares – superior ao PIB de todos os países, com exceção de sete”.

Eis algumas outras disparidades apontadas por David Rothkopf:

a) "em 1983, as quinhentas maiores empresas tinham lucros equivalentes a 15% do PIB global”; em 2008 a proporção passou "para 40%”, quase triplicando;

b) "a parcela de 10% dos americanos mais ricos detinha 85% de todas as ações em 2001, com o 1% mais rico controlando um terço de toda a riqueza dos Estados Unidos”;

c) "10% dos adultos do mundo detêm 85% da riqueza global, enquanto a metade mais desfavorecida da população do mundo fica com apenas 1% do total”; "os 2% superiores desse grupo detêm metade da riqueza do planeta, e o 1% mais alto possui cerca de 40%”;

d) os bilionários do mundo, cerca de mil indivíduos, "menos de 0,000015% da população mundial, detêm riqueza equivalente a quase duas vezes aquela dos 50% mais pobres”;

e) "as cem maiores instituições financeiras do mundo administram quase 43 trilhões de dólares, cerca de um terço do patrimônio financeiro global”;

f) as 250 maiores empresas do mundo respondem por "cerca de um terço do PIB global”;

g) "os países mais ricos do mundo, como os Estados Unidos, aqueles da União Européia e o Japão, são em média mais de cem vezes mais ricos do que os mais pobres, como Etiópia, Haiti e Nepal. Há cem anos, a taxa era perto de 9 para 1. Na verdade, a taxa entre o PIB do país mais rico de hoje em termos per capita, Luxemburgo, e o mais pobre, Guiné-Bissau, é de 267 para 1”;

h) nos Estados Unidos, "embora o percentual de aumento médio real da renda familiar entre 1990 e 2004 tinha sido de 2% para 90% dos lares americanos com menor renda, ela aumentou 57% para o 1% de maior renda, disparou 85% no caso de 0,1% que ganha mais, e até 112% para a camada mais alta de 0,01%. Ou seja, os mais ricos estão ficando ainda mais ricos duas vezes mais rapidamente do que os ricos”; "um fenômeno semelhante pode ser visto na Grã-Bretanha, onde os super-ricos viram sua riqueza aumentar entre 500% e 600%, enquanto os preços médios no varejo subiram apenas 60% no mesmo período”.

Como se vê, os ricos -pessoas e países- ficam cada vez mais ricos, as empresas crescem e aumentam seus lucros sem medidas.

A sociedade está doente, pois, como disse Plutarco, "o desequilíbrio entre ricos e pobres é a mais antiga e fatal doença de todas as repúblicas”.

Como os salários são o principal componente da renda, segundo James Galbraith, da Universidade do Texas, citado por David Rothkopf, as desigualdades sociais e de renda também aumentarão se eles não acompanharem o crescimento da riqueza e dele não participarem.

Recente pesquisa realizada por Haliwell Bank, especializado banco europeu em gestão de grandes fortunas, fusões e aquisições de empresa, registrou que Santa Catarina foi o Estado com maior crescimento no número de milionários no período de 2003 a 2010, apontando como razões, entre outras, o avanço da indústria, turismo, serviços, setor portuário e construção civil.

Políticas como as que têm sido adotadas em relação ao reajuste do salário mínimo, contemplando o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto, e dos pisos salariais estaduais, contribuem para a diminuição das desigualdades sociais, devendo ser incentivadas e complementadas em negociações coletivas de trabalho. Mas, ainda são insuficientes para diminuir o imenso desequilíbrio entre ricos e pobres.

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=64644

Jagunços bloqueiam estrada e liderança Pataxó Hã-Hã-Hãe morre sem assistência médica

Liderança Pataxó Hã-Hã-Hãe estava em área recentemente retomada na região das Alegrias, município de Itajú do Colônia

Renato Santana - CIMI

Morreu na manhã desta quinta-feira (23) a liderança Pataxó Hã-Hã-Hãe José Muniz de Andrade, 40. O indígena estava em área recentemente retomada na região das Alegrias, município de Itajú do Colônia, quando começou a sentir dores no peito e estômago. Um carro foi enviado para prestar socorro, mas impedido de acessar a retomada para prestar socorro a José Muniz.

Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Polícia Federal (PF) se dirigiram ao local para encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) de Itabuna (BA). Quando chegaram à estrada de acesso ao local da retomada foram surpreendidos por jagunços armados, além de paus e pedras impedindo a passagem dos veículos.

"Tudo indica que tenha sido enfarte a causa da morte. No entanto, está claro que os jagunços impediram a passagem para o atendimento médico", declara o chefe da Coordenação Técnica da Funai local, com sede no município de Pau Brasil, Wilson Jesus. O servidor da Funai ressalta que a tensão está concentrada na região das Alegrias.

A morte causou revolta na comunidade e deixou ainda mais tensa a conturbada relação entre jagunços - contratados para expulsar os indígenas das terras retomadas - e os Pataxó Hã-Hã-Hãe. A PF requisitou reforços e espera autorização do Ministério da Justiça para permanecer nas áreas de conflitos de forma permanente.

"Os fazendeiros são organizados em toda a região e sempre atacam os indígenas quando ocorrem as retomadas de terras de ocupação tradicional, mas os Pataxó Hã-Hã-Hãe resistem", explica o servidor da Funai.

Mais três retomadas
Nesta quinta-feira mais três áreas de ocupação tradicional foram retomadas e totalizam 48 desde o dia 1° de janeiro deste ano, quando os Pataxó Hã-Hã-Hãe iniciaram uma série de retomadas de terras que aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) há 30 anos. A Ação Cível Originária (ACO) 312 pede que os títulos das propriedades rurais sejam considerados nulos.

Em 2008, Eros Grau, relator do processo, recebeu os indígenas e seu voto foi pela nulidade dos títulos. Hoje está aposentado do STF, mas tanto o voto como a relatoria não perdem a validade. Segue na votação, conforme a pauta, a ministra Carmem Lúcia. Em setembro de 2011, a votação foi adiada por duas vezes.

Conforme relatou o ex-ministro, a perícia antropológica demonstrou a existência permanente de índios na região desde 1651, "o que atesta a identidade do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, bem como a ligação de seus integrantes à terra, que lhes foi usurpada", de acordo com o texto.

O relatório de Eros Grau salienta ainda que o argumento de que não é necessária a prova de que as terras foram de fato transferidas pelo Estado da Bahia à União ou aos índios, "ao fundamento de que disputa por terra indígena entre quem quer que seja e índios consubstancia, no Brasil, algo juridicamente impossível". Considera, assim, que títulos oriundos de aquisição a non domino (aquilo que não é proveniente do dono) são nulos.

Nenhum fazendeiro mais
As três retomadas desta quinta ocorreram na região de Mundo Novo, dentro do município de Pau Brasil. As demais se estendem aos municípios de Itajú do Colônia e região de Jacareci, município de Camacã. Todos os latifundiários foram retirados das terras e mais nenhum permanece nas terras tradicionalmente comprovadas como indígenas, conforme informações da Funai, exceto na área do rio Pardo.

http://www.brasildefato.com.br/node/8898

BRASIL É O 4º MAIOR EXPORTADOR DE ARMAS LEVES DO MUNDO

MP 544 pretende incentivar ainda mais as exportações

O Brasil é o quarto maior exportador de armas leves do mundo. Os dados são de estudo do Small Arms Survey, onde, segundo a pesquisa, o Brasil fica atrás apenas de Estados Unidos, Itália e Alemanha. Segundo pesquisa do mesmo instituto, o lucro anual do Brasil em exportações do setor superou US$ 100 milhões. O destino de pelo menos metade das armas produzidas é os Estados Unidos, apontado em pesquisa como o maior importador de armas leves do mundo. Contudo, esse número já foi maior. Nos últimos anos a relação de exportação de armas entre Brasil e EUA enfraqueceu, o que fez com que fosse necessário buscar outros mercados. Nesse momento, apresenta-se a polêmica opção do governo brasileiro de exportar armas para países com histórico de conflitos sociais e denúncias graves de violações dos direitos humanos. Segundo levantamentos feitos pela Iniciativa Norueguesa em Transferência de Armas Leves (Nisat, Norwegian Initiative on Small Arms Transfers) de 1999 a 2009 o Brasil vendeu armas para África do Sul, Argélia, Angola, Botswana, Burkina Faso, Costa do Marfim, Egito, Gana, Guiné, Quênia, Madagascar, Malawi, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Níger, Nigéria, Paquistão, República do Congo, Senegal, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. De 2009 para cá, essa lista aumentou.

Com a clareza de que se trata de um nicho de mercado que tem rendido muito ao Brasil, surge a Medida Provisória 544/11, atualmente em análise pela Câmara. A MP tem como objetivo estabelecer normas especificas para compras e contratações na área de defesa. Além disso, a MP cria o Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (Retid), responsável pelos tributos e financiamentos referentes ao setor.

O Retid tem como referência o Regime Especial para a Indústria Aeronáutica Brasileira (Retaero), previsto na Lei 12.249/2010, e favorecerá as empresas estratégicas de defesa, bem como aquelas que participam da cadeia de produção de bens estratégicos para o mesmo fim. Se aprovada, a MP 544/11 suspenderá os impostos que incidem sobre a venda de insumos para a fabricação de artefatos usados para fins de defesa, entre eles: o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasep e Cofins, PIS/Pasep-Importação e Cofins-Importação. A suspensão de tais impostos tem foco no fornecimento e exportação desses itens para as Forças Armadas e na importação de insumos necessários para sua fabricação. A etapa da cadeia produtiva onde o insumo importado se encaixará, não terá interferência na suspensão dos impostos. A MP também estabelece que o seguro de crédito de tais operações receberá a cobertura do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), conforme a Lei 9.818/99.

Estratégia Nacional de Defesa

Segundo o Executivo, “o Poder Público tem o dever de fomentar a indústria de defesa brasileira, da qual as Forças Armadas são as principais, se não as únicas – clientes do mercado interno, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias nacionais capazes de proporcionar que o exercício da soberania seja fortalecido a partir da independência nas escolhas por produtos que atendam aos interesses estratégicos do País”.

A MP defende que a aprovação do Retid adequará a legislação à Estratégia Nacional de Defesa (Decreto 6.703/08), que determina que a indústria de defesa nacional deve receber incentivos para competir no mercado internacional, sem que, para isso, ocorra prejuízo do atendimento às Forças Armadas.

Além disso, a MP aponta conceitos para a definição dos produtos conforme o setor, por exemplo, produto de defesa, produto estratégico de defesa, sistema de defesa, empresa estratégica de defesa, inovação, compensação, acordo de compensação e instituição científica e tecnológica. Segundo o governo, tais definições tem o objetivo de orientar as medidas de implementação das políticas e demais ações públicas voltadas à defesa nacional. Ressaltam-se aqui, especialmente, aquelas ligadas ao setor industrial como no caso da aplicação de licitações. Nesses casos, as normas especiais de compras e contratações listadas na MP, permitiriam a realização de licitações diferenciadas. Alguns exemplos de licitações a partir de normas especiais seriam: estímulo ao desenvolvimento e à transferência de tecnologias; garantia de continuidade das ações; realização de licitação entre empresas estratégicas para evitar a acomodação do mercado; ampliação da competitividade; e realização de subcontratações que proporcionem a absorção de conhecimentos por parte de empresa nacional de produtos de defesa e de instituição científica e tecnológica. Além disso, uma outra disposição da MP admite a participação de empresas organizadas em consórcio sob forma de sociedade de propósito específico. A contratação de produtos de defesa ou o seu desenvolvimento também poderiam, segundo a medida provisória, ser através de parceria público-privada na modalidade de concessão administrativa, conforme a Lei 11.079/04.

A MP 544/11 passará a trancar a pauta da Câmara ou do Senado, onde estiver tramitando, a partir do dia 14 de novembro.

Fonte: Agência Câmara de Notícias e Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Edição: Rafael Balbueno - Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

http://www.sedufsm.org.br/index.php?secao=noticias&id=605

ATAQUES DE TROPAS AMERICANAS MATAM CIVIS E MILITANTES NA SOMÁLIA

Longe do olhar público, EUA intervêm na guerra da Somália através de ataques militares que já vitimaram 162 pessoas

Desde 2007, cerca de vinte ataques militares americanos mataram 162 pessoas na Somália, segundo numa nova pesquisa do Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública. Dentre os mortos há entre 11 e 59 civis.

A intervenção militar americana na guerra que assola a Somália é muito menos notada do que no Iêmen ou no Paquistão. Mas os ataques a alvos da Al Shabaab, um grupo fundamentalista islâmico que atua no país, aumentaram de forma aguda no ano passado.

O Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública, realizou uma pesquisa detalhada sobre as atividades militares ocidentais na Somália na última década. A pesquisa foi feita com base em registros de jornais, pesquisas acadêmicas, registros dos exércitos dos EUA e do Reino Unido e registros diplomáticos.

A equipe comparou relatos divergentes para checar o máximo de incidentes possível. A investigação revela uma teia complexa de inimigos, invasões e conflitos de interesse, além de ataques secretos e mortais das Forças Especiais americanas.

Ataques
O banco de dados montado pelo Bureau registra mais de 50 eventos ocorridos desde 2001. A atuação americana abrange desde operações contra a pirataria na costa da Somália até ataques aéreos de aviões tripulados e não tripulados contra supostos militantes islâmicos.

A pesquisa descobriu entre 8 e 20 ataques contraterroristas de 2007 a 2012. O total de mortos varia entre 46 e 162 – a maioria supostamente militante. Mas o número de mortos pode ser ainda maior, já que alguns relatos dizem apenas que “muitos morreram”, e outros ataques podem não ter sido registrados por jornais ou exércitos.

Apesar das Forças Especiais americanas estarem na Somália desde o 11 de setembro, a investigação do Bureau indica que os ataques dos EUA só começaram em janeiro de 2007.

Oito ataques foram confirmados por porta-vozes americanos ou oficiais que preferiram não se identificar. Nestes ataques morreram entre 46 e 60 pessoas – sendo entre 11 e 13 delas declaradas civis.

Há outros quatro ataques cobertos pela imprensa, mas que não foram reconhecidos por militares americanos. Estas ações teriam matado entre 13 e 45 pessoas, sendo entre 4 e 31 delas civis.

Também há oito ataques não corroborados por mais de um relato, mas todos eles foram reportados por meios de comunicação confiáveis. Estes ataques geraram de 22 a 57 mortes, com 15 vítimas civis.

O Departamento de Defesa americano nega-se a fornecer correções e esclarecimentos sobre estes ataques.

Durante a investigação, o Bureau também examinou 56 ataques realizados por veículos não-tripulados dos EUA que foram registrados pela emissora iraniana Press TV. Apesar da TV iraniana aformar que houve mais de 1370 mortes nestes ataques, a equipe de reportagem não achou nenhuma evidência que fundamente estas declarações.

Vigilância secreta
O estudo do Bureau mostra fases distintas na intervenção militar ocidental na Somália. Apenas algumas semanas depois do ataque terrorista de 11 de Setembro, as Forças Especiais americanas foram acionadas no país.

Na época, temia-se que a nação se tornasse outro Afeganistão, apoiando a Al-Qaeda e outras organizações terroristas transnacionais.

Entre 2001 e dezembro de 2006, o engajamento americano consistia principalmente em operações de vigilância secreta. Em março de 2003, por exemplo, os comandos americanos instalaram uma dúzia de câmeras escondidas na costa da Somália para monitorar atividades militares.

Os EUA também realizaram rendições extraordinárias, sequestrando clandestinamente cerca de oito suspeitos de terrorismo neste período. Foi o caso de dois homens, identificados pelo Bureau: Suleiman Abdallah, sequestrado em março de 2003, e Mohammed Ali Isse, capturado em junho de 2004.

Ataques aéreos
Em dezembro de 2006, os americanos acionaram uma nova fase de intervenção. A Joint Special Operations Command (JSOC) aproveitou a invasão etíope na Somália para lançar uma série de ataques aéreos, navais e por terra contra supostos militantes da Al-Qaeda.

Esta segunda fase “não tinha a ver com as fronteiras da Somália, mas com perseguir indivíduos particulares ligados a complôs terroristas específicos, que por acaso estavam ali”, explica o Dr. Micah Zenko, do Conselho de Relações Estrangeiras.

Em janeiro de 2007, aviões AC-130 das Forças Especiais americanas fizeram mais de quatro ataques a acampamentos de militantes; entre 26 e 61 pessoas morreram nos ataques – incluindo de 6 a 35 civis.

Além disso, em junho de 2007, o navio USS Chafee realizou um bombardeamento naval contra militantes islâmicos no norte da Somália, matando doze pessoas.

Na terceira e atual fase de empenho militar americano na Somália, que começou em meados de 2011, os EUA começaram a mirar diretamente a Al-Shabaab, já que a organização passou a ser reconhecida como uma ameaça à segurança interna americana.

Segundo o consultor-chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, afirmou em outubro último, “a Al-Qaeda tradicionalmente tira vantagem de áreas que foram destruídas por conflito, desordem e falta de governança. São vistas como um porto seguro para lançar ataques… A Somália é uma das áreas mais desafiadoras neste momento por causa do conflito interno e da fome devastadora. É uma área que a Al-Qaeda tenta regularmente explorar”.

Ataques com veículos aéreos sem tripulação: de 2011 até agora
A pesquisa do Bureau mostra que, depois de uma lacuna de 18 meses, os EUA definitivamente voltaram à ofensiva na Somália, realizando o primeiro ataque com aviões controlados remotamente em 23 de junho de 2011. Os ataques visavam os principais líderes da Al-Shabaab, mas até hoje não se sabe se algum deles foi morto.

Os aviões das Forças Especiais operam a partir de bases em Djibouti, na Etiópia e possivelmente nas Ilhas Seychelles. Em fevereiro de 2012, foram registrados de 3 a 11 ataques aéreos deste tipo.

“Nós não podemos fornecer detalhes operacionais específicos”, afirmou o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel James Gregory. “A respeito da Somália, nós apoiamos a African Union Mission e os esforços do governo de transição assim como eles continuam a combater o terrorismo

http://apublica.org/2012/02/ataques-de-tropas-americanas-matam-civis-militantes-na-somalia/

Itália vai cancelar isenção tributária da Igreja

ROMA, 24 Fev (Reuters) - O governo italiano anunciou nesta sexta-feira medidas destinadas a acabar com as isenções tributárias para propriedades comerciais pertencentes à Igreja Católica, o que deve resultar numa arrecadação adicional de até 600 milhões de euros.
O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, incluiu essa medida, que afeta também outras organizações não-lucrativas, em um pacote mais amplo de desregulamentação que atualmente tramita no Parlamento da Itália.
A Igreja é dona de muitos hospitais, hotéis e pensões, que gozam de isenção tributária por serem parcialmente ocupados por freiras e padres, ou por terem uma capela. A nova lei elimina essa brecha, que isentava de impostos muitos estabelecimentos predominantemente comerciais.
Em dezembro, Monti pediu aos italianos que fizessem sacrifícios para salvar o país da crise da dívida na zona do euro. Em 48 horas depois da aprovação do pacote, mais de 130 mil pessoas aderiram a uma petição pela Internet exigindo o fim dos privilégios tributários para a Igreja.
O pacote deve ser votado na semana que vem pelo Senado e deverá, depois, seguir para a Câmara.
(Reportagem de Steve Scherer)

http://br.noticias.yahoo.com/it%C3%A1lia-vai-cancelar-isen%C3%A7%C3%A3o-tribut%C3%A1ria-da-igreja-220534227.html

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ex-repressor argentino é preso por estelionato em Santa Catarina

O ex-repressor argentino Claudio Vallejos, que atuou na repressão a presos políticos na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), foi preso em Santa Catarina, dia 4 de janeiro, acusado de estelionato, segundo informou à agência italiana ANSA um funcionário da prisão para onde foi levado. “Claudio Vallejos está aqui desde o dia 4 de janeiro, em uma cela com outros presos. Nós o detivemos por estelionato, não sabemos quase nada do que ele fez quando era repressor, estamos nos inteirando disso afora”, disse Luis Brandielli, diretor da prisão de Xanxerê, interior de Santa Catarina. “Vallejos ainda não foi condenado e nós não recebemos nenhum pedido da Argentina”, acrescentou Brandielli.

Em 2010, o repressor argentino já havia sido preso pela Polícia Civil de Campo Erê, que tomou conhecimento que um provável estelionatário estava agindo na região. Conforme apurou a polícia, Vallejos aplicava golpes em outras cidades da região, apresentando-se como jornalista.

O argentino reside no Brasil há anos e declarou a jornalistas brasileiros e em depoimento a diplomatas suecos, em 1986, que atuava na ESMA em março de 1976 quando, segundo seu relato, o ex-capitão da Marinha, Alfredo Astiz, assassinou o pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Junior. O músico continua desaparecido até hoje e foi sequestrado quando se encontrava em uma turnê em Buenos Aires no grupo do poeta, compositor e ex-diplomata Vinicius de Moraes.

Vallejos afirmou ter participado de “grupos de tarefa”, bandos que sequestraram, torturaram e assassinaram milhares de pessoas entre 1976 e 1979. Segundo seu próprio depoimento, sua base de operações era a famigerada ESMA.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19651

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tragédia do jet-ski - A IMPRENSA SELETIVA

Por Sylvia Debossan Moretzsohn em 22/02/2012 na edição 682

Toda vez que um adolescente preto e pobre comete um crime, os jornais se assanham com manchetes incitando o “debate” em torno da redução da idade para imputabilidade penal. (As aspas estão aí porque, numa situação de comoção, evidentemente inexistem as condições elementares para qualquer debate merecedor desse nome).

Não deixa de ser curioso verificar que o comportamento da imprensa é completamente distinto quando o crime – perdão: o ato infracional – é cometido por adolescentes de classe média ou alta.

O caso mais recente foi o desse rapaz que perdeu o controle do jet-ski e acabou matando uma menina de 3 anos que brincava à beira do mar de Guaratuba, em Bertioga (SP). (Não sei se vale a pena comentar o argumento de seu advogado, de que o jovem apenas ligou o aparelho, que saiu desembestado pela praia. Inclusive porque ele dá declarações contraditóriasà sua tese).

Em situações assim, não passa pela cabeça de ninguém pedir o rebaixamento da maioridade penal, ou invocar qualquer alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente, aliás lembrado apenas em sua face punitiva, quando o espírito da lei é francamente favorável à proteção da infância e da adolescência, expostas, sobretudo em situação de pobreza, a todo tipo de violência.

“Menores de outro tipo”

O motivo é simples: é que a imprensa é tão seletiva quanto o sistema penal, cuja “clientela” todos sabemos qual é.

Bem a propósito, reportagem publicada no portal UOLtraz uma notável declaração de um advogado. Diz o texto:

“O homicídio culposo (sem intenção de matar), como está sendo tratado o caso, não levaria o ocupante do jet ski à internação na Fundação Casa –que lida com menores no Estado de São Paulo. ‘Fundação Casa se aplica a menores de outro tipo, que cometem ações ilegais deliberadamente. Não parece ser o caso’, afirma o advogado Jonatas Lucena, especialista em casos como esse”.

Definição mais precisa, impossível. Claro, há vários tipos de menores, e a Fundação Casa é para um tipo bem específico: essa negrada descendente da senzala.

Nem se discuta se esse menor “de outro tipo”, branco e bem nascido, cometeu deliberadamente a ação ilegal de se exibir com sua máquina à beira da praia. Tampouco se indague quantos menores desse tipo que cometem crimes – perdão: atos infracionais – violentos foram parar em instituições como a Fundação Casa.

Dois pesos...

Mas, antes que se pense o contrário, esclareço que não vai aqui qualquer defesa da redução da idade para imputabilidade penal. Pelo contrário, sou radicalmente contra o encarceramento – de modo geral – como solução de conflitos. O objetivo aqui foi estritamente apontar as diferenças do tratamento jornalístico conforme a origem social dos infratores. O que, aliás, não é novidade para quem sabe da orientação ideológica da grande imprensa.

E antes que se diga que o episódio do jet-ski assassino não se compara a crimes como os que vitimaram o menino João Hélio, o casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé ou a empresária Ana Cristina Johannpeter, lembro do índio Galdino, incendiado em Brasília por um grupo de rapazes da juventude dourada da capital, um deles menor de idade. A cobertura da imprensa, em geral, foi enfática na denúncia da barbárie, mas, também ali, ninguém pensou em propor alterações no ECA.

http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a_imprensa_seletiva

Seis motivos para a renúncia de Ricardo Teixeira

José Roberto Torero

O presidente da CBF está num cai não cai, num renuncia não renuncia.
Mas por que só agora ele está a perigo, já que se mantém há 23 anos no poder? Quais as circunstâncias que o colocaram na berlinda, ou, usando um termo mais apropriado, na marca do pênalti?

Creio que na resposta pode ser dividida em seis partes:

Preservar a filha: Começou-se dizendo que Ricardo Teixeira iria renunciar porque sua pequena filha começava a escutar na escola boatos poucos elogiosos sobre o pai. Era uma tese simpática, que dava a Teixeira uma dimensão humana interessante. Mas nos últimos dias descobriu-se que não era nada disso. É que na conta da filha foram depositados R$ 3,8 milhões por Sandro Rosell, ex-presidente da Nike e sócio da Alianto. Ou foi um presente de aniversário muito generoso ou Teixeira usou a própria filha como laranja. Ou seja, não há a intenção de preservar a imagem perante a filha, mas afastá-la de uma investigação.

Alianto: Reportagens da Folha de S.Paulo mostraram que há uma ligação entre a Alianto e Teixeira. A Alianto foi uma empresa criada dias antes do amistoso entre Brasil e Portugal para promover o mesmo. E por um precinho camarada de 9 milhões. Com denúncias de superfaturamento, é claro. Até agora Teixeira dizia que não havia ligação nenhuma entre ele e a Alianto, mas a desculpa caiu por terra nos últimos dias.

Fome: Teixeira está há 23 anos no poder. Seus aliados cansaram de receber migalhas e querem uma fatia maior do bolo. Daí estarem articulando rapidamente a substituição do atual presidente. Mas creio que esta oposição não é algo preocupante para Teixeira. Por um punhado de dólares, eles ficam mais mansos. As três questões abaixo são bem mais importantes.

Aldo não é Orlando nem Agnelo: Os dois ministros dos esportes anteriores a Aldo Rebelo foram decepcionantes. Muita festa, pouca eficiência. Para manter a pasta, o PC do B teve que convocar seu principal nome, Aldo Rebelo. Ele é muito mais sério que seus antecessores e escreveu um livro sobre a CPI da Nike que acabou censurado pela justiça a pedido de Teixeira. Por outro lado, Aldo Rebelo recebeu doações da Ambev (via Fratelli Vita Bebidas) e do Itaú, patrocinadores da seleção. Para mostrar que não faz parte da bancada da bola, terá que ser duro com Teixeira.

Dilma não é Lula: Lula era conciliador e com sua bonomia não atritava com ninguém. Dê um google imagens com o nome de Lula e Ricardo Teixeira que você verá várias fotos dos dois apertando as mãos, em conversas animadas, etc... Mas dê um google imagens com o nome da presidente e de Teixeira e você não verá os dois em troca de confidências. Na melhor das hipóteses, há um Pelé entre eles. Dilma já mostrou várias vezes, alguns ex-ministros que o digam, que não atua como salva-vidas. Não vai pedir a cabeça de Teixeira porque a CBF é uma entidade privada. Mas não fará a menor força para ajudá-lo.

ISL: Por fim, há o escândalo da ISL, que me parece ser o motivo mais forte. Blatter, presidente da Fifa, era amigo de Teixeira até este ter sonhos de substituí-lo. Agora são inimigos e, também por conta disso, Blatter vai abrir o escândalo da ISL. A Polícia Federal brasileira já está investigando a Sanud, empresa de Teixeira que teria recebido propina da ISL. Com a abertura das informações do processo suíço, o presidente da CBF pode ter muitos problemas. Muitos. Não é à toa que Teixeira já vendeu muitos de seus bens por aqui, fechou empresas e abriu uma em Miami. São atitudes de alguém que sabe que está em perigo.

A ditadura militar brasileira durou 21 anos. O jejum de títulos corintiano durou 22. Teixeira está no poder há 23. Algumas tristezas duram muito tempo, mas um dia acabam.

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5477

Bruxelas: "Grécia é um protetorado da banca"

O 'acordo' de ajuste assinado entre Atenas e a troika do euro na madrugada desta 3ª feira, em Bruxelas, passará à história como o mais draconiano e humilhante exemplo da rendição de um país aos mercados em tempos modernos. O que se deliberou é pior até que os termos devastadores do Tratado de Versalhes, de 1919, que colocou a derrotada Alemanha da Primeira Guerra de joelhos, impondo-lhe reparações equivalentes a 3% de um PIB em frangalhos, ademais de autorizar o saques de fábricas e da então poderosa marinha mercante germânica.

A pilhagem associada à crise mundial de 29 esfarelou a moeda alemã e exauriu a poupança das famílias.O desespero e a hiperinflação pavimentaram a c hegada de Hitler ao poder, em 1933: a ascensão nazista jogou o mundo na Segunda Guerra Mundial.

Negociador pelo lado britânico em Versalhes, Keynes renunciou à missão em protesto contra o massacre. Em 1920 escreveria 'As Consequências Econômicas da Paz', antecipando o desastre em marcha. O que se decidiu em Bruxelas neste 21 de fevereiro de 2012 conecta as gerações gregas do presente e do futuro a um implacável sistema de transfusão que as condena a servir aos credores até a morte. Todo o dinheiro do 'socorro' acertado (130 bi de euros) - liberado em troca de demissões em massa, corte de salários e aposentadorias, vendas de patrimônio público, supressão de serviços essenciais e até de medicamentos à rede pública de saúde - não poderá ser tocado pelo Estado grego.

Depositado em conta bloqueada e supervisionada por um diretório do euro, o recurso será destinado prioritariamente ao pagamento de juros aos credores. Troca-se assim um desconto de 53% sobre papéis que enfrentam desvalorização de mercado superior a isso, por juros sagrados. Ao aceitar a lógica da coação, Atenas renunciou ainda à soberania orçamentária. A partir de agora, as contas do país passam à condição de protetorado de uma junta da troika sediada fisicamente no coração do Estado grego, com poder de veto sobre decisões de governo.

Dentro de dois meses a Grécia vai às urnas eleger um novo parlamento; a esquerda tem 40% das intenções de voto e mais de um centurião do governo alemão já sugeriu adiar o pleito, para o bem do ajuste. O que se acertou em Bruxelas nesta madrugada foi ainda pior: a troika arrancou de Atenas a promessa de que o acordo está acima do que decidirem as urnas em abril. Em outras palavras, a elite política grega comprometeu-se também a ceder a soberania democrática aos mercados, tornando inalteráveis os termos do arrocho. Ao reduzir uma nação a uma entidade excretora de juros, expropriada de soberania orçamentária e política, Bruxelas, involuntariamente, emitiu a mais pedagogica e contundente
convocação à resistência contra a agenda ortodoxa dominante na UE. De agora em diante fica claro que a escolha é resistir nas ruas ou render-se à servidão financeira.

Postado por Saul Leblon às 08:52

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=895

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tensão aumenta quanto a possível ataque de Israel ao Irã

Os tambores da guerra entre Israel e Irã nunca rufaram tão alto e, de Washington a Moscou, autoridades passaram a ver um ataque israelense como uma questão de "meses". A tensão subiu ainda mais na semana passada em meio à guerra nas sombras. Aparentemente, os ataques a alvos israelenses na Índia e na Geórgia, além de um complô desbaratado na Tailândia, eram retaliações do Irã ao assassinato de seus cientistas nucleares.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, tem encampado a tese de que, quando a usina iraniana de Fordo - construída 90 metros abaixo de uma montanha perto da cidade sagrada de Qom - entrar em operação, a aviação israelense não terá mais capacidade de desferir um golpe significativo no programa iraniano. Apenas os EUA têm a tecnologia para destruir a instalação.

A partir do momento em que estocar em Fordo urânio suficiente para fazer a bomba, Teerã terá entrado no que Barak chama de "zona de imunidade" em relação a Israel. A cartada militar, então, estará apenas nas mãos dos americanos.

Diante desse cenário, o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, considera que há uma "grande chance" de Israel atacar o Irã "em abril, maio ou junho", escreveu David Ignatius, colunista do Washington Post. "O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu não quer que o futuro de Israel dependa dos EUA. Antes, uma matéria de capa da revista do New York Times também previra que um ataque israelense "não passará de 2012".

"Certamente há uma urgência que não existia antes, pois ficou claro que os iranianos estão transferindo urânio para Qom", disse ao Grupo Estado Efraim Inbar, diretor do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat. "Todos os integrantes do gabinete israelense apoiam a ideia de atacar o Irã. Uma bomba nuclear iraniana é simplesmente inaceitável para Israel. A questão é ''quando'' atacar. Muitos ainda acham que é preciso dar tempo para as operações secretas em andamento", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,tensao-aumenta-quanto-a-possivel-ataque-de-israel-ao-ira,837941,0.htm

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Trabalho Escravo - Auditores-Fiscais libertam operários em obra próxima à Avenida Paulista

Auditores-Fiscais do Trabalho libertaram onze maranhenses que trabalhavam na ampliação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Todos estavam sem receber salários, com dívidas forjadas pelo empreiteiro, e tinham a liberdade cerceada. Eles eram terceirizados e trabalhavam para uma empresa responsável por obras de grande porte na capital paulista.

De acordo com o Auditor-Fiscal do Trabalho Luís Alexandre Faria, coordenador do Grupo de Combate ao Trabalho Escravo Urbano da Superintendência do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP), a operação, finalizada em 10 de fevereiro, resultou em 28 autos de infração pelas irregularidades encontradas.

Entre as condições precárias constatadas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho estavam camas improvisadas por falta de espaço, um único banheiro para ser usado por todos os trabalhadores, instalações elétricas com risco de acidente, falta de material de higiene e de uso pessoal, a exemplo de papel higiênico e outros.

Em 19 de janeiro, os Auditores-Fiscais decidiram interditar o local em que o grupo ficava hospedado, na Região de Itaquera, no subúrbio paulista. Os trabalhadores foram levados no mesmo dia para um hotel.

Conforme o relatório da fiscalização trabalhista "a falta de dinheiro para os trabalhadores voltarem ao seu Estado de origem e o constrangimento de retornar à família sem os salários prometidos completam o quadro de coerção moral a que eram submetidos, com clara restrição a seu direito fundamental de ir e vir".

Os trabalhadores retornaram ao Maranhão em 23 de janeiro, após receberem as verbas rescisórias e guias para sacar o Seguro Desemprego.

Apesar de a empresa alegar desconhecer a situação dos trabalhadores e atribuir a culpa ao empreiteiro, para o Auditor-Fiscal da SRTE/SP, Luís Alexandre Faria, não há dúvidas quanto à responsabilidade da construtora.

Os procuradores do Trabalho Luiz Fabre e Natasha Rebello Cabral, da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, receberam o relatório da fiscalização e devem se reunir com a empresa em breve para propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para buscar indenização por dano moral coletivo e também para prevenir que a situação volte a ocorrer. Caso a empresa se recuse, será ajuizada uma ação civil pública.

http://www.sinait.org.br/noticias_ver.php?id=4970

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Número de homicídios faz prefeitura acelerar projeto para construir cemitério

Ossário pode ser construído no primeiro semestre, segundo Planejamento

O número de assassinatos registrado nos últimos anos em Maceió fez com que a prefeitura desengavetasse um projeto que prevê a criação de um novo cemitério público na capital. Um ossário deve ser construído ainda este ano para reduzir a superlotação dos quatro cemitérios municipais, que, segundo Márzio Delmoni, secretário de Planejamento de Maceió, não apresentam condições de receber mais corpos.

“É importante ressaltar que a superlotação é um problema antigo, mas que foi agravado ao longo dos últimos anos, com o crescimento da violência no estado. A maior parte das pessoas assassinadas faz parte de famílias carentes, que dependem, em sua maioria, de cemitérios públicos. Não é uma crítica ao governo do Estado, mas uma triste e infeliz constatação. A violência é algo visível”, informou Delmoni.

Conforme o secretário, o ossário segue um modelo de cemitério vertical e representaria um impacto menor que a construção de mais um cemitério público. “O impacto ambiental com a construção de um novo local é muito grande. Seria inviável se avaliada a relação custo-benefício. Portanto, o ossário atenderia às necessidades emergenciais e causaria o menor dano possível ao meio ambiente”, complementou.

Delmoni explicou que outras capitais adotam este modelo de cemitério como forma de diminuir a superlotação e minimizar os impactos. “O crematório seria uma opção, mas ainda não existe nenhum em Maceió. Vamos seguir o modelo adotado em outros estados. É algo que vem dando certo em grandes capitais”.

Como informado pela Gazetaweb nessa quarta-feira (15), a Câmara Legislativa de Maceió instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar o alto número de assassinatos na capital. A medida foi criticada pelo governador Teotonio Vilela Filho, em discurso na Assembleia Legislativa. Vilela afirmou que o Legislativo municipal não tem a competência para apurar as ações de seu governo.

http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=250637

Milícias estão fora de controlo na Líbia

Juntaram-se para combater o ditador e, depois deste desaparecer às suas mãos, deviam ser uma espécie de exército impulsionador do restabelecimento das instituições e da lei na Líbia. No entanto, um relatório da Amnistia Internacional (AI) avança que, os mesmos que lutaram por justiça, ignoram agora os direitos humanos mais elementares.
O relatório 'Militias threaten hopes for new Libya' revela que «as milícias armadas a operar na Líbia estão a cometer violações dos direitos humanos com impunidade, alimentando a insegurança e dificultando a reconstrução das instituições públicas».

Todas as milícias deviam responder perante o Conselho de Transição Nacional - a entidade formada durante a guerra e que coordenou a oposição -, mas, neste momento, cada milícia obedece apenas ao seu comandante local. No país existem, pelo menos, 125 mil líbios armados e divididos por 100 a 300 milícias que asseguram a segurança do país e das próprias instalações do Estado.

São estes grupos de homens fragmentados, cada um com o seu líder, os responsáveis pelas mortes, detenções e episódios de tortura que a AI agora relata.

Desde Setembro, pelo menos 12 pessoas foram torturadas até à morte, num país onde apesar da queda do ditador, a violência e a impunidade perpetuam a instabilidade e a insegurança.

Técnicos da AI estiveram na Líbia e visitaram centros de detenção geridos pelas milícias, onde verificaram que, em dez dos 11 centros visitados, os detidos foram torturados e contam histórias de horror. Vários confessaram crimes que não cometeram - violações, homicídios e outros - apenas para não serem mais torturados.

Donatella Rovera, Investigadora Sénior de Resposta à Crise da Amnistia Internacional resume a situação: «Há um ano os líbios arriscaram as suas vidas para exigir justiça. Hoje, as suas expectativas estão a ser comprometidas por milícias armadas ilegais que passam por cima dos direitos humanos sem serem punidas. A única maneira de acabar com as práticas enraizadas de décadas de abusos sob o comando autoritário do coronel Kadhafi é assegurando que ninguém está acima da lei e que as investigações aos abusos serão feitas».

http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=41692

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

EUA financia terroristas na Síria desde 2006, revela Wikileaks

Documentos vazados pelo site apontam minúcias da trama golpista contra o governo Assad

O governo dos Estados Unidos tem financiado a oposição síria contra o governo de Bashar al-Assad pelo menos desde 2006, revelam documentos vazados pelo site Wikileaks.
Auto-intitulada “Anunciando a Democracia Síria”, a campanha golpista foi desmascarada por um telegrama datado de 27 de fevereiro de 2006, divulgado pelo Wikileaks em 30 de agosto de 2011, que aponta minúcias da trama.
No documento, Stephen Seche, diplomata dos EUA na embaixada em Damasco, informa ao seu governo sobre a grande dificuldade para levar a cabo a missão da Casa Branca em território sírio sem ser detectada, e debate qual deveria ser a melhor maneira de fazer o dinheiro chegar até o bolso dos mercenários.
Citando um deputado “independente” a serviço dos ianques, de nome Basil Dahdouh, o documento alerta que a entrega do dinheiro “era um importante sinal do apoio dos EUA à oposição Síria”, um indicativo que os Estados Unidos estavam sendo “sérios”, financiando “a derrubada do governo sírio”, mas que esta injeção de recursos jamais deveria ser pública.
“Dada a imagem dos EUA no mundo árabe”, alertam os golpistas, tal ajuda “acabará por destruir a credibilidade de qualquer um que receba o dinheiro. As pessoas dirão: Ora, claro que ele disse tal ou tal coisa. Ele é pago pelos norte-americanos”. Dahdouh condena a oferta “burocrática, legalista e pública”, pois poderia expor os bandos e inviabilizar os planos do imperialismo contra Assad.
A receita de Basil Dahdouh, sempre fantasiado de parlamentar “independente”, é bem direta: “Khalid Misha'al vai a Teerã e volta com alguns milhões numa mala simples. Não precisa assinar recibos, nem papelada, nem precisa de computadores”.
Entre as sugestões feitas pelos mercenários para camuflar o financiamento das quadrilhas estavam o investimento em “programas culturais, programas de conferências, bolsas para estudo de inglês e acesso à internet”. O governos dos EUA também poderia “usar relações culturais para canalizar pequenas quantias de dinheiro para bolsas de estudo, prêmios, remuneração de conferencistas, painelistas e coisas desse tipo”.
A guerra desinformativa, a manipulação política e ideológica, que tanto estamos presenciando nestes dias, também foi sugerida há mais de cinco anos por Dahdouh, que propôs a criação de “um centro de traduções que se concentraria não nas manchetes e nas opiniões ‘das vozes mais ouvidas’, mas em ideias alternativas”. Leia-se: em criar um caldo de cultura propício à ação golpista.

http://www.cut.org.br/destaque-central/47292/eua-financia-terroristas-na-siria-desde-2006-revela-wikileaks?utm_source=cut&utm_medium=email&utm_term=informacut&utm_campaign=informacut

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Vaticano reconhece 4 mil casos de pedofilia

Papa Bento XVI afirma que a cura das vítimas deve ser 'a preocupação prioritária' da comunidade cristã

Cidade do Vaticano - Um total de quatro mil casos de abusos sexuais a menores realizados por padres foram denunciados para a Congregação para a Doutrina da Fé nos últimos dez anos, informou nesta segunda-feira o prefeito da instituição, William Levada, que admitiu que a resposta da Igreja foi 'inadequada'.

Levada deu estas declarações na Universidade Gregoriana de Roma durante a abertura de um simpósio sobre pedofilia, que irá até o dia 9 de fevereiro e que reúne líderes religiosos.

Durante o ato o prefeito leu uma mensagem do papa Bento XVI, no qual afirma que a cura das vítimas deve ser 'a preocupação prioritária' da comunidade cristã e que isso tem que ocorrer ao lado de uma 'profunda renovação da igreja em todos os níveis'.

Levada, por sua parte, destacou a luta do pontífice contra o abuso de menores, o que começou quando ele era o cardeal Joseph Ratzinger.

O prefeito afirmou que Bento XVI sofreu nos últimos anos 'duros ataques' por parte da imprensa, 'quando deveria ter recebido a gratidão de toda a igreja e de fora dela' pelo trabalho realizado e sua postura de 'tolerância zero' com a pedofilia.

Levada, no entanto, admitiu que as quatro mil denúncias 'evidenciaram a inadequada e insuficiente resposta da igreja'.

O religioso ressaltou a necessidade da Igreja colaborar com as autoridades civis para enfrentar os casos de padres pedófilos, destacando que o abuso sexual de menores de idade não só é um delito religioso, mas também um crime.

Levada disse ainda que embora as leis civis variem de nação para nação, o princípio sempre é o mesmo: 'a igreja tem a obrigação de cooperar com a lei civil e denunciar esses crimes às autoridades competentes'.

http://exame.abril.com.br/economia/mundo/noticias/vaticano-reconhece-4-mil-casos-de-pedofilia

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Rede Globo é expulsa de Copacabana

Uma equipe da Rede Globo foi expulsa pela polícia e por bombeiros durante uma manifestação que aconteceu em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (12). A equipe da Globo tentava fazer a cobertura da manifestação, promovida por cerca de 400 policiais militares e bombeiros grevistas, que reivindicam melhoria nos salários e a liberação de seus companheiros que estão presos.
A Globo foi acusada de fazer cobertura tendenciosa, a favor do governo, sobre a greve. Lembrando que o 'Jornal Nacional' deu com exclusividade algumas gravações de escutas autorizadas nas quais o cabo do Corpo de Bombeiros, Benevenuto Daciolo, conversava sobre a possibilidade de uma greve geral. A quem diga que a reportagem sobre o cabo tenha sido parcial. Daciolo foi preso no dia 9 de fevereiro, quando voltava de Salvador. Ele continua detido na penitenciária de Bangu 1, no Rio.
Repórteres e cinegrafistas tiveram que deixar o local onde ocorria a passeata sob vaias e gritos de 'Fora Globo'. O vídeo está rodando e viralizando na internet. Olha só:
http://br.omg.yahoo.com/blogs/podeisso/rede-globo-%C3%A9-expulsa-copacabana-190145221.html

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Privatização dos aeroportos

“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de privatização dos aeroportos.

O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por 30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.

“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso. Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA. Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo - e que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é totalmente absurdo.

Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.

“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com 80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”, acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.
Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.

O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”, condenou Bira.
Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”, acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes (Joãozinho).
Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem, posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará impune”, acrescentou Sokol.

Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea, dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil crescer”, concluiu.

http://www.cut.org.br/destaques/21718/dilma-eu-nao-me-engano-privatizar-e-coisa-de-tucano-entoam-manifestantes-em-frente-a-bovespa

Greve contra medidas econômicas paralisa Grécia

Entre medidas está demissão de milhares de funcionários públicos

Enfrentamento nas ruas e paralisação de vários serviços marcam a greve geral de 48 horas convocada por duas centrais sindicais da Grécia contra as medidas de austeridade para a economia e que afeta toda a população. A greve começou na sexta (10) e segue neste sábado (11) com manifestações nas ruas e em frente ao Parlamento. Entre as medidas está a demissão de 15 mil funcionários públicos, corte de 22% no salário mínimo; corte na verba da saúde e privatizações.
As novas imposições da troika (como é chamado o comitê que avalia as contas do país) foram aceitas pelo governo de Lucas Papademos e por 3 partidos (Pasok, Nova Democracia – direita - e Laos – extrema direita).

Cortes
O primeiro ministro grego, Lucas Papademos, e os líderes do Pasok, da Nova Democracia e do Laos estiveram reunidos durante 8 horas na quarta-feira (8). Aceitaram o corte de 22% no salário mínimo, a demissão de 15 mil funcionários públicos, novos cortes no orçamento da saúde (aceitando reduzir as despesas públicas com saúde para 1,5% do PIB), aceleração das privatizações. A reunião não chegou a acordo sobre outro corte que a troika queria impor: a redução de 15% no valor das pensões de reforma.
Depois da reunião entre o atual primeiro ministro e os líderes dos três partidos, seguiu-se uma nova reunião de quatro horas entre a troika e Lucas Papademos e o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, que não chegou a conclusões. No final, a troika deu novo ultimato, de 15 dias, ao governo grego para decidir cortes de mais 300 milhões de euros, ou acatar o corte de 15% nas pensões.

Acordo
Porém, ao fim da manhã da quinta-feira (9) o governo grego e o presidente do Banco Central Europeu anunciaram um acordo, (sem se conhecerem ainda os seus termos finais). Este acordo é anunciado antes da reunião em Bruxelas os ministros das finanças da zona euro, para debater o novo resgate da Grécia e o empréstimo de 130 mil milhões.

Em resposta às decisões do governo e dos líderes dos três partidos envolvidos, que ainda terão de ser votados no Parlamento Grego, as centrais sindicais Adedy (de funcionários públicos) e GSEE (de empregados do setor privado) convocaram uma greve de 48 horas para protestar contra os cortes. Em um comunicado conjunto, as centrais Gsee e Adedy declaram: "Este governo não tem legitimidade para tomar estas medidas. É a hora do povo".
As centrais convocaram ainda manifestações para a praça Syntagma, em frente ao parlamento, em Atenas - uma ocorrida na sexta feira, e as demais nesse sábado, às 11h, e domingo (12), às 17 horas.

Pena de Morte
As centrais sindicais afirmam que "as medidas que o novo memorando contém, e sobre as quais se puseram de acordo os líderes políticos dos partidos que formaram o governo de coligação com a troika, constituem a pena de morte para a sociedade".
A situação social e econômica da Grécia é de verdadeira bancarrota, tendo o desemprego atingido uma taxa de 20,9%, mais de um milhão de pessoas desempregadas. As receitas públicas caíram 7% em janeiro, quando as previsões da troika eram de crescimento de 9%. As atuais previsões apontam que em 2012 o PIB da Grécia cairá mais de 5%.

http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/noticias/2497-grecia-paralisa-com-greve-contra-medidas-economicas

Portugal vive maior protesto dos últimos 30 anos

Mais de 300 mil pessoas encheram o Terreiro do Paço na maior manifestação já vista em Lisboa nos últimos 30 anos. "O FMI não manda aqui" foi a palavra de ordem ouvida durante o discurso do líder da Confederação Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP), Armenio Carlos, que defendeu a renegociação da dívida porque o país precisa "que lhe tirem a corda da garganta".
Esquerda.net
Segundo a CGTP, a manifestação nacional contou com 300 mil pessoas e encheu a baixa de Lisboa durante a tarde de sábado. A central sindical vai reunir o Conselho Nacional na próxima quinta-feira e decidir aí novas formas de luta, tendo em conta a mobilização desta manifestação.

No seu primeiro discurso após tomar posse como secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos apontou baterias ao governo da troika. "De austeridade em austeridade, os sacrifícios sucedem-se sem fim à vista, o país definha economicamente e a pobreza alastra", declarou, acrescentando que "os pacotes sucessivos de austeridade e sacrifícios não criam riqueza. O país precisa que lhe tirem a corda da garganta".

Para que isso aconteça, Arménio Carlos defendeu a "renegociação da dívida em prazos, montantes e juros mas também a alteração de políticas que tenham como prioridade o crescimento económico, o emprego e a salvaguarda do interesse nacional". O líder da CGTP aproveitou para responder a Paulo Portas, que considera que a renegociação é passar uma mensagem de caloteiro para o exterior. "Caloteiro não é aquele que exige a renegociação da dívida para criar riqueza e emprego e criar condições para pagar aquilo que se deve. Caloteiro é aquele que se submete, que aceita o que lhe é imposto, sabendo de antemão que jamais em tempo algum com estas condições irá pagar aquilo que deve", declarou o sindicalista.

Para Francisco Louçã, esta manifestação foi "um sinal de dignidade, porque o país já percebeu uma coisa: é que o governo sussurra no ouvido dos ministros alemães que ditam a sorte de Portugal, mas não ouve as razões da maioria do povo português". "O governo e a troika dizem-nos o seguinte: mais facilidade de demissões, dias de trabalho gratuito, perdem o subsídio de natal e de férias e no fim há mais dívida e talvez um novo empréstimo para mais dívida ainda", acrescentou o dirigente bloquista presente no "Terreiro do Povo".

Sobre a visita da troika prevista para a próxima semana, Arménio Carlos lembrou que o acordo "é bom para eles", referindo-se aos milhares de milhões que o país é chamado a pagar só em juros e comissões, ao dinheiro posto à disposição da banca e aos favores feitos ao patronato, aos acionistas das empresas privatizadas e aos detentores das cadeias de distribuição. Para o líder da CGTP, "o povo português está a encher o Terreiro do Paço e a dizer ao Governo e às entidades patronais que aqui não há rendição".

No início do discurso, Arménio Carlos referiu-se às lutas dos trabalhadores gregos, "um povo que já marcou a história pela sua heroicidade, que não abdica de lutar por aquilo que tem direito" e aos trabalhadores espanhóis, que "anunciaram uma jornada de luta para contestar as medidas que o Governo anunciou para, tal como aqui, embaratecer os despedimentos".

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19602

Desemprego na Europa

Cifras oficiais apontam que Europa tem 23,8 milhões de desempregados: 48,7% dos jovens espanhóis estão sem emprego

Cifras oficiais apontam que um em cada dez europeus em idade ativa encontra-se desempregado na Europa, com a Espanha ostentando a cifra recorde de 22,9% de trabalhadores sem trabalho. Logo a seguir vem Grécia (19,2%), Lituânia (15,3 %) e Portugal (13,6 %), segundo projeções da Oficina de Estatísticas do bloco regional (Eurostat). A estimativa pode estar subestimando a tragédia, uma vez que os números de alguns dos países onde a recessão é mais grave, como Grécia e Lituânia, são do terceiro trimestre de 2011, fundo do poço que continuou sendo cavado pelas políticas de “ajuste fiscal”.
Do total dos 23,8 milhões de desempregados nos 27 países da União Europeia, 16,5 milhões vivem nas 17 nações que compõem a zona do euro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o desemprego afeta a quase um milhão de pessoas a mais na União Europeia, a grande maioria delas, 751 mil, na zona do euro.
Nos últimos 12 meses os maiores aumentos de desemprego estão na Grécia (de 13,9 a 19,2 %), Chipre (de 6,1 al 9,3%) e Espanha (de 20,4 a 22,9%). Ao longo do que foi apurado de 2011, o desemprego aumentou tanto para os homens na UE (de 9,5 a 9,8%) e na zona do euro (de 9,7 a 10,2%) como para as mulheres, de 9,6 a 9,9% e de 10,3 a 10,6%, respectivamente.
A Eurostat alerta que o problema da desocupação afeta especialmente os jovens. Em dezembro, a taxa de desemprego entre os menores de 25 anos na UE ficou em 22,1%, contra 21,3% na zona do euro. De forma escandalosa, a Espanha encabeça novamente as macabras estatísticas, com praticamente a metade dos seus jovens (48,7%) sem acesso ao trabalho. Beneficiada pela política de sucção das economias das demais nações, a Alemanha registra a menor taxa de desemprego juvenil, 7,8%.

http://www.cut.org.br/agencia-de-noticias/47233/cifras-oficiais-apontam-que-europa-tem-23-8-milhoes-de-desempregados-48-7-dos-jovens-espanhois-estao-sem-emprego

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Foto de soldados americanos com bandeira nazista cai na Internet

WASHINGTON - A Internet traiu mais uma vez soldados americanos no Afeganistão. Em mais uma imagem polêmica, dez homens da Marinha aparecem armados e com trajes militares ao lado de duas bandeiras: uma dos EUA e outra nazista, com o símbolo da SS. A foto foi tirada em setembro de 2010, mas caiu na rede nesta semana, causando revolta entre internautas.
O corpo de infantaria da Marinha condenou, em comunicado, a imagem, dizem que o símbolo nazista é "inaceitável", mas disse que os soldados não serão castigados. Segundo o canal de televisão Fox, os homens teriam confundido o significado da bandeira. Para eles, o símbolo da SS era na verdade uma abreviação da palavra sniper scouts (algo como francoatiradores escoteiros, em tradução livre).

http://br.noticias.yahoo.com/foto-soldados-americanos-bandeira-nazista-cai-internet-101907241.html

Comentário do blog:
Alguém acredita mesmo nesta história de confusão de bandeiras? Quem eles querem enganar com esta justificativa estúpida?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Copa do Mundo: o que está em jogo para os trabalhadores

CUT quer trabalho decente nas obras e no evento. Mas projeto do Senado, o AI-5 da Copa, quer classificar greves durante o torneio como crime
Escrito por: Isaías Dalle
Se dependesse só da FIFA e das multinacionais, as áreas e atividades relacionadas à Copa do Mundo de Futebol 2014 formariam uma espécie de território autônomo, com jurisdição especial. Nesse reino, personagens como trabalhadores em greve, vendedores ambulantes ou idosos seriam tratados como vilões e, de preferência, mantidos do lado de fora das muralhas.

Diferentes entidades têm se mobilizado para impedir esse conto de fadas macabro. A CUT tem agido em três frentes: na elaboração e aprovação do Acordo Nacional da Indústria da Construção Civil; na inclusão de emendas no projeto de Lei Geral da Copa e, evidentemente, na mobilização. O rumor de uma greve nas obras de construção dos estádios, a partir de março, tem atraído curiosidade até da imprensa internacional.

De outro lado, há quem queira ajudar a monarquia do futebol internacional em seus interesses. No Senado, um projeto de lei assinado por Marcelo Crivella (PRB-RJ), Ana Amélia (PP-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA) pretende instituir novas regras de segurança e punição penal que começariam a valer três meses antes do início das partidas e durariam até o encerramento do torneio.

Nessa proposta, há um capítulo dedicado ao direito de greve, que classifica 13 setores de atividade como estratégicos. Esse grupo de 13 setores ficaria, segundo o texto, “condicionado ao disposto nesta Lei”, ou seja, durante os quase cinco meses em que a proposta pretende vigorar, as greves poderiam ser punidas com sanções penais expressadas em mais de 50 artigos, que incluem até mesmo prisão.

Também segundo o projeto, caso as categorias decidam realizar a greve mesmo assim, deveriam avisar patrões, autoridades e usuários com 15 dias de antecedência e ainda manter 70% dos trabalhadores em serviço durante a paralisação. Caso contrário, bem, aí fica a cargo de quem – juiz, prefeito, governador etc. – vai avaliar o significado da frase “condicionado ao disposto nesta Lei”.

Lá pelas tantas, o projeto dos três senadores também prevê um regime de funcionamento especial da Justiça, em que casos surgidos antes e durante a Copa seriam julgados a toque de caixa, se preciso inclusive aos sábados e domingos, com a convocação extraordinária dos quadros dos tribunais de toda espécie.

Não é difícil imaginar que, avisados 15 dias antes que uma greve será realizada, os céleres magistrados, nessa espécie de regime de exceção, impetrarão interditos proibitórios e outras medidas para impedir as paralisações e até mesmo manifestações “por motivo político”.
“Estão querendo instituir o AI-5 da Copa”, ataca o presidente nacional da CUT, Artur Henrique. “É um absurdo querer criar um estado de exceção para tratar do direito de greve no Brasil”, completa. “Todo esse capítulo da greve é inconstitucional, por inviabilizar o exercício do direito de greve, previsto no artigo 9º da Constituição”, analisa o consultor jurídico da Central, Maximiliano Nagl Garcez. “É querer inviabilizar a greve”.

Por conta do surgimento desse projeto, que ainda gravita no Senado, mas que pode, ainda que em parte, ser incorporado à Lei Geral da Copa ou mesmo se tornar uma legislação adicional, a CUT decidiu enviar ofício aos seus autores pedindo sua imediata retirada. Líderes partidários também serão procurados pela Central.

Para compreender melhor a extensão e a rigidez da proposta dos três senadores, o texto diz, por exemplo, que “provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa à integridade física ou privação da liberdade de pessoa, por motivo ideológico, religioso (...) e político (...)” é um crime que renderia prisão de 15 a 30 anos. Resta saber o que poderia ser interpretado como “terror” ou “pânico”. Uma passeata na Avenida Paulista, por exemplo, em que turistas desavisados pudessem se sentir com medo de sair do hotel, seria rotulada como crime? Na justificativa do projeto, os senadores alegam o risco de atividades terroristas. Porém, ao submeter as greves aos dispositivos da nova lei, tudo pode acontecer.

É importante destacar que esse projeto foi apresentado ao Senado em dezembro, muito antes que eclodisse a paralisação dos policiais militares na Bahia, e, portanto nada tem a ver com o episódio.

Na opinião do consultor jurídico Garcez, a proposta “concede poder excessivo e discricionário à ‘autoridade’ que nem se sabe quem seria”.

Além disso, o projeto de lei desconsidera o fato de que está sendo elaborado um projeto de lei chamado de Lei Geral da Copa, com a participação de diversos atores. No início, o texto base da Lei Geral foi enviado pelo Governo Federal ao Congresso. A partir daí, entidades passaram a pressionar pela inclusão de emendas. A CUT vem sendo representada neste esforço pelo secretário nacional de Relações de Trabalho, Manoel Messias Melo.

A Central reivindica, e já encaminhou ao relator do projeto, deputado Vicente Cândido (PT-SP), algumas modificações e inclusões:

a) Que seja permitido o trabalho, nas imediações dos estádios, de vendedores autônomos e ambulantes que possuam cadastro nas prefeituras.
b) Garantia de cotas de ingressos gratuitos para idosos, indígenas, pessoas inscritas em programas de transferência de renda e para os operários que trabalharam nas obras da Copa
c) Garantia do pleno direito do exercício de greve
d) Inclusão de uma campanha pelo trabalho decente no Brasil nos materiais de divulgação da competição. A FIFA já decidiu criar o slogan “Por um mundo sem armas, sem drogas e sem violência”, a ser exibido durante as partidas. O que a CUT reivindica é a inclusão, neste mesmo slogan, da frase “e com trabalho decente”.
e) Que o trabalho voluntário, que a FIFA quer incluir na Copa, não substitua empregos ou precarize as condições de trabalho
f) Fiscalização e punição para patrocinadores ou fornecedores que usem trabalho escravo ou infantil em suas cadeias produtivas
g) Respeito aos acordos coletivos já existentes.

Completando as ações, há ainda o Acordo Nacional da Indústria da Construção Civil, elaborado e já assinado pelas centrais CUT, Força e UGT (que possuem representação no setor), as entidades patronais e o governo federal. Já pronto, o acordo será apresentado oficialmente pela presidenta Dilma, provavelmente no prazo de um mês.

Como se trata de um acordo de livre adesão por parte das empresas, a Conticom-CUT, confederação nacional que representa os trabalhadores da construção civil e da indústria da madeira, promete pressionar as empresas, em todos os canteiros de obra, a cumprir as regras lá estabelecidas.

“O acordo de livre adesão está pronto. Mas queremos que se torne um contrato coletivo nacional, ou seja, que seja cumprido já em nossa data-base, que em quase todo o Brasil é em maio. Portanto, a partir de março começaremos a pressionar. Se preciso for, vamos fazer greves nas obras dos estádios que vão sediar os jogos”, garante o presidente da Conticom, Cláudio Gomes.

http://www.cut.org.br/destaques/21725/copa-do-mundo-o-que-esta-em-jogo-para-os-trabalhadores

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Custo dos abusos sexuais para a Igreja supera US$ 2 bilhões

O custo financeiro direto do escândalo de pedofilia supera para a Igreja Católica 2 bilhões de dólares, embora não seja comparável à "perda da inocência" das vítimas, disseram nesta quarta-feira dois especialistas em um simpósio sobre o tema em Roma.
"É provavelmente razoável estimar que o verdadeiro custo da crise, (o dinheiro) que a Igreja teve que desembolsar em nível internacional, se situe muito acima dos 2 bilhões de dólares", indicaram os americanos Michael J. Bemi e Patricia Neal, durante uma conferência organizada na Universidade Gregoriana de Roma.
A soma inclui as indenizações e o custo ligado às investigações, aos julgamentos e aos tratamentos das vítimas.
Mas existem outros custos, que correspondem ao que poderia ter sido feito "com o dinheiro perdido para sempre": "Quantos hospitais, seminários, escolas, abrigos para mulheres maltratadas e seus filhos, estruturas de alimentação, clínicas gratuitas, etc., poderíamos ter construído?", perguntaram.
"Mas não há comparação possível", disseram, "entre qualquer quantia em dinheiro e a perda da inocência de crianças e adultos vulneráveis", que são dezenas de milhares.
Os dois especialistas, que estão à frente dos programas VIRTUS do National Catholic Services de proteção à infância, detalharam todos os males psicológicos das vítimas, os custos de longos tratamentos e os danos causados no seio das famílias.

http://br.noticias.yahoo.com/custo-dos-abusos-sexuais-igreja-supera-us-2-194916964.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pinheirinho: Naji Nahas pode ter usado laranja para ser credor de si próprio

Jorge Lourenço/Jornal do Brasil

O empresário Naji Nahas pode ter usado um laranja para ser credor de si próprio no processo de remoção dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos. A informação faz parte do relatório da Operação Satiagraha e foi relembrado pelo deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP). O ex-delegado aponta um dos advogados de Nahas, Teófilo Guiral Rocha, é dono da empresa RS Administração e Construção, credora da Selecta.

Massa falida
O processo de reintegração de posse do terreno do Pinheirinho, parte da massa falida da Selecta, tem relação direta com os credores da empresa. Isso porque o terreno foi desocupado sob a justificativa de que precisava ser vendido para pagar dívidas.

Velho laranja
O relatório da Operação Satiagraha já apontava Teófilo Guiral Rocha como um dos responsáveis pela "legalização" dos negócios de Naji Nahas.

Tribunal amigo
O Pinheirinho não foi a única decisão favorável a Naji Nahas no Tribunal de Justiça de São Paulo. Recentemente, o empresário conseguiu a redução de uma de suas dívidas, que passou de R$ 6,5 milhões para... R$ 20 mil. Foi em junho do ano passado, durante o julgamento dos honorários advocatícios da Arbi Sociedade Corretora.

http://www.jb.com.br/informe-jb/noticias/2012/02/01/pinheirinho-naji-nahas-pode-ter-usado-laranja-para-ser-credor-de-si-proprio/

domingo, 5 de fevereiro de 2012

EUA trabalham com Israel sobre plano nuclear iraniano, diz Obama

DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo que seu país está trabalhando "estreitamente" com Israel a respeito do programa nuclear iraniano.

"Minha prioridade número um continua sendo a segurança dos Estados Unidos. Mas também a segurança de Israel. E vamos nos assegurar de que trabalhamos estreitamente para resolver isto, espero que diplomaticamente", disse o presidente, em entrevista à rede de televisão "NBC".

Perguntado se acredita que Israel poderia lançar um ataque preventivo contra as instalações nucleares iranianas, algo que a imprensa americana tem especulado nos últimos dias, Obama assegurou não acreditar "que Israel tenha tomado esta decisão".

"Vamos fazer tudo o que pudermos para evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear e origine uma corrida armamentista em uma região volátil", acrescentou o presidente.

"Nosso objetivo é resolver isto diplomaticamente. Isto seria preferível. No entanto, não vamos descartar nenhuma opção", acrescentou Obama, lembrando que "qualquer tipo de atividade militar adicional no golfo (Pérsico) é desestabilizadora e tem um grande efeito para nós: pode afetar o preço do petróleo".

Perguntado se Washington seria consultado previamente caso Israel decidisse empreender uma ação militar contra o Irã, respondeu que não podia dar muitos detalhes, mas que os dois países mantêm "consultas em matéria militar e de inteligência mais estreitas" do que nunca no passado.

Também descartou a possibilidade de que o regime de Teerã ataque alvos americanos em represália, caso tal agressão ocorra da parte de Israel. "Não vemos nenhuma prova de que tenham esta intenção ou a capacidade para fazê-lo", afirmou.

O presidente americano reiterou a confiança nos meios diplomáticos para influenciar o regime iraniano. "Mobilizamos a comunidade internacional de uma forma sem precedentes. O Irã está sentindo a pressão", garantiu.

O chanceler iraniano, Aigdor Lieberman, chega a Washington esta segunda-feira e o premier israelense, Benjamin Netanyahu, visitará o país no começo de março, embora não tenha sido confirmado um encontro com Obama.

Apesar das suspeitas do Ocidente de que o programa nuclear iraniano esconde fins militares, Teerã assegura que só tens objetivos civis, para geração de energia.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1044403-eua-trabalham-com-israel-sobre-plano-nuclear-iraniano-diz-obama.shtml

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

EUA admitem que sabiam de roubo de bebês pela ditadura argentina

Escrito por: Luciana Taddeo/Ópera Mundi

O ex-secretário de Direitos Humanos do Departamento de Estado norte-americano entre 1981 e 1985, Elliot Abrams, admitiu nesta quinta-feira (26/01) que sabia que os militares argentinos tinham um plano para o roubo e apropriação ilegal de bebês nascidos em centros clandestinos de prisão durante a ditadura do país (1976-1983).
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"Estávamos a par de que algumas crianças tinham sido roubadas quando os pais estavam presos ou mortos", afirmou, em depoimento, feito por meio de vídeo-conferência entre juízes de um tribunal oral federal de Buenos Aires e o consulado argentino em Washington. "Sabíamos que não eram só uma ou duas crianças, mas que existia um padrão, um plano, porque havia muita gente que estava sendo assassinada ou presa", complementou.
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Calcula-se que 500 bebês tenham sido roubados e tido sua identidade ocultada durante a repressão argentina. Para encontrá-los, um grupo de mães de presos clandestinamente na época, por razões políticas, se juntaram em uma associação conhecida como "Avós da Praça de Maio", para tentar encontrar seus netos desaparecidos. Segundo o norte-americano, as crianças foram entregues a "famílias leais" ao regime militar.
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Abrams, que atuou no Departamento de Estado dos EUA durante o mandato do presidente republicano Ronald Regan (1980-1988), prestou depoimento como testemunha do julgamento, iniciado em fevereiro de 2001, pelo roubo e apropriação ilegal de 34 bebês, no qual estão sendo processados os ex-ditadores Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone, atualmente condenados e presos por outros crimes cometidos na época.
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O ex-funcionário norte-americano afirmou ainda que como a desaparição de bebês poderia gerar um "enorme conteúdo humanitário e político", sugeriu ao ex-embaixador argentino em Washington no período, Lucio García del Solar, em 1982, que a Igreja "poderia ajudar" a mediar "este problema terrível". "Enquanto os desaparecidos estavam mortos, estas crianças estavam vivas e isso era, por um lado, o mais grave do problema humanitário", diz.
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O relato da conversa, registrado em um memorando ao então secretario de Estado, George Schultz, é um dos 4677 despachos secretos sobre a repressão argentina abertos pelos EUA em agosto de 2002, e foi entregue às Avós da Praça de Maio no ano passado. Segundo Abrams, o então embaixador também se mostrou preocupado, afirmando que já tinha reportado o assunto às autoridades argentinas.
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Apesar da existência de muitos governos militares na época, Abrams diz não lembrar de outro caso como o argentino, que implicou além do roubo e apropriação de bebês, em torturas, assassinatos e desaparições. "Foi o pior caso", afirmou, sobre as violações aos Direitos Humanos cometidas na região.

http://www.cut.org.br/agencia-de-noticias/47216/eua-admitem-que-sabiam-de-roubo-de-bebes-pela-ditadura-argentina

Abusar de açúcar é tão nocivo quanto ingerir álcool em excesso, dizem especialistas

Por Justin Sullivan | AFP


Ingerir açúcar demais é tão nocivo para a saúde quanto o abuso de álcool, afirmam três cientistas americanos, que defendem a adoção de restrições ao consumo, como as impostas às bebidas alcoólicas e ao tabaco.

Para reduzir o consumo, os cientistas propuseram adotar uma taxa para as bebidas e os alimentos que contenham açúcar agregado, em particular a frutose, segundo artigo publicado na revista científica Nature.

De acordo com Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis, o consumo abusivo de açúcar é tão nocivo que eles propõem que se proíba a venda de bebidas açucaradas a menores de 17 anos.
Doenças não transmissíveis, como cardiopatias, diabetes ou câncer, contribuem para a morte de 35 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo, afirmaram os especialistas, destacando o papel do açúcar no avanço destas patologias.
Os efeitos do consumo excessivo de açúcar podem ser similares aos do abuso de álcool, favorecendo a hipertensão, o diabetes e os riscos cardíacos.
Segundo o estudo, o consumo de açúcar em todo o mundo triplicou nos últimos 50 anos.

http://br.noticias.yahoo.com/abusar-a%C3%A7%C3%BAcar-%C3%A9-t%C3%A3o-nocivo-ingerir-%C3%A1lcool-excesso-203923755.html