Há 3 anos, o Brasil é campeão mundial no
uso de agrotóxicos. São 850 milhões de litros por ano, ⅕ do do que todo o
planeta consome. Na ponta do lápis, significa que cada pessoa ingere 5
litros de veneno por ano. Por aqui, se usa agrotóxicos banidos há tempos
em outros países. Estudos toxicológicos confirmam que o coquetel de
agrotóxicos ingerido no consumo de frutas e verduras pode causar Mal de
Parkinson e Alzheimer e outras doenças degenerativas. Puros ou
associados, aumentam casos de câncer, aborto, doenças neurológicas, má
formação fetal e mal estar constante entre agricultores, moradores
rurais e consumidores.
O uso dos venenos se alastra no
campo e nas zonas periurbanas, por terra, ar e água e o efeito dessa
carga pesada contamina rios e solos, diminui a biodiversidade e
definitivamente não aumenta a produtividade tampouco resolve o gigante
problema da fome e da insegurança alimentar e nutricional, como alegam
os fabricantes de veneno, pesquisadores financiados por estas empresas e
técnicos agrícolas ultrapassados.
O lodo sujo da indústria química
agroalimentar vem à tona à medida que a sociedade sofre, se organiza e
bota a boca no mundo. Numa condenação histórica, a justiça da cidade de
Córdoba, na Argentina, declarou delito penal as pulverizações com
agrotóxicos em campos de soja acerca dos bairros povoados. E condenou
duas das três pessoas que foram levadas aos tribunais. Há 12 anos, as
famílias denunciam mortes e lesões em consequencia do uso de
agrotóxicos. A luta em Córdoba começou pela determinação de uma das mães
do bairro, Sofía Gatica, que em 1997 perdeu um bebê que havia nascido
sem os rins. Ela demorou a juntar uma coisa com a outra, até que
percebeu um número pouco usual de mulheres com lenços na cabeça e
crianças com máscaras a caminhar pela região. Leia a notícia na íntegra.
Banir o uso indiscriminado e criminoso de veneno está em nossas mãos. E inventar soluções a esse sistema agroalimentar falido também. A agroecologia está aí para provar seu potencial de alimentar as pessoas mais pobres e proteger os recursos naturais. Relatório da ONU apresenta iniciativas agroecológicas em várias partes do mundo e afirma que, se replicadas, podem dobrar a produção de alimentos. Veja no vídeo quais são os mitos que você sempre ouviu sobre agroecologia mas ninguém teve coragem de negar.
Preocupados e indignados com o fato
de o Brasil ter se tornado o campeão mundial absoluto no uso de
agrotóxicos, representantes de movimentos sociais e ambientais,
estudantis e pesquisadores na área da nutrição e saúde criaram a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
com o objetivo de sensibilizar a população para os riscos que os
agrotóxicos representam e tomar medidas para frear seu uso no Brasil.
Estruturada em comitês estaduais e
municipais, a campanha promove debates, seminários e encaminha propostas
de políticas pública para reduzir o uso dos venonos nos alimentos e
abrir espaço para a produção agroecológica. Recentemente, lançou um projeto
para ampliar suas ações com a criação de material de divulgação,
formação de agentes multiplicadores, cessões de cinema e debates,
criação de hortas comunitárias orgânicas, produção de vídeo. O
financiamento da campanha é feito em modelo colaborativo, onde cada
pessoa escolhe o valor da contriução. Além de apoiar a causa, recebe em
troca uma prenda. As cotas vão de 15 a 1200 reais e as recompensas são
um prato cheio: adesivo da campanha, DVD com documentário sobre o tema,
cesta de alimentos orgânicos, visita a sítios com direito a colheita na
horta, materiais educativos, aulas de ioga, etc.
"A escolha dos produtos oferecidos
foi feita pensando em valorizar parceiros que produzem com qualidade e
enfrentam dificuldades de acesso ao mercado", explica Susana Prizendt,
coordenadora da Campanha em SP. Quase 260 pessoas já apoiaram
espontaneamente o projeto, querem fazer parte de algo maior e querem
fazer da maneira mais direta possível.
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/o-veneno-est%C3%A1-na-mesa-e-o-ant%C3%ADdoto-004630648.html
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