Nota da Juventude Revolução
O Ministério Público de São Paulo apresentou nesta
terça feira, dia 5, uma denuncia contra os 72 estudantes que foram
detidos durante a desproporcional e violenta ação de reintegração de
posse do prédio da reitoria da USP no ano de 2011, quando os estudantes
se manifestavam contra a presença da Policia Militar no Campus.
Curiosamente, a denuncia ocorre pouco depois da maioria dos processos
administrativos abertos pela universidade terem sido finalizados, em
geral com penas leves e até absolvições.
Os 72 estudantes são acusados de formação de
quadrilha (sic!), desobediência de ordem, pichação de monumento, dano
contra o patrimônio publico além de transporte de explosivos. Acusações
que podem levar a 7 anos de prisão! E sem se contentar com o fato de que
não poderá provar qual foi a conduta de cada um na situação, a
promotora Eliana Passarelli, autora da denuncia, já adianta que todos
devem ser considerados culpados por omissão à depredação de patrimônio
publico!
Trata-se de um ataque brutal aos estudantes em
questão e a todo o movimento estudantil e de mais uma tentativa de
criminalização dos movimentos sociais, que como se vê, a justiça quer
transformar em rotina nesse país, disposta a sempre abrir mão das provas
se necessário demonstrando até onde está disposta a ir, do STF ao
Ministério Publico, para atacar o movimento operário, estudantil e
popular.
Afinal foi isso que sinalizou a recente condenação
sem provas de dirigentes do PT pelo STF, no julgamento politico de
exceção da ação penal 470 conhecido como “mensalão”. O julgamento sem
provas que levou a essa condenação, realizado pelo mesmo STF que
acoberta criminosos da ditadura, abre um perigoso precedente que pode
ser usado em situações como essa, não só contra o PT mas todas as
organizações dos movimentos sociais!
É por isso inclusive que é um equivoco a ação do PSOL
e do PSTU que pedem que se subscreva um abaixo assinado que se soma à
condenação sem provas da “compra de votos” sob a capa de pedir a
anulação da reforma da previdência.
Se o STF estivesse ao lado do povo, ou mesmo tivesse
provado que houve compra de votos, ele mesmo poderia concluir pela
anulação da reforma, mas todos sabemos que até a chamada oposição (PSDB,
DEM e demais) votou a favor da reforma que retirou direitos dos
servidores e que o STF não achou prova pra nada, só “dominio do fato”.
Dar corda ao STF é jogar contra os direitos
democráticos. E fazer pedir “cadeia a mensaleiros” durante o lançamento
da Comissão Verdade da UNE, como fez o PSOL, é, pra dizer o mínimo, um
acobertamento dessas instituições apodrecidas, herdadas da ditadura, que
vire e mexe, estão do lado da burguesia! Em nossa opinião esse
julgamento precisa ser anulado!
Esperamos que os companheiros do PSTU, que dirigem
com o PSOL majoritariamente o DCE da USP, caiam na real. É preciso de
unidade para defender o movimento operário e estudantil do ataque do STF
e da justiça, da criminalização dos movimentos, da condenação sem
provas!
Do outro modo, qualquer que tenha sido a divergência
que possa ter existido sobre o momento da ocupação, é preciso ficar
claro que tratava-se de uma manifestação politica (e não formação de
quadrilha!) por parte de estudantes, e por isso mesmo a hora é de
unidade para combater em defesa dos direitos democráticos e contra a
criminalização dos movimentos sociais.
A Juventude Revolução repudia essa denuncia do
Ministério Publico, e está solidária aos estudantes denunciados! É hora
de todos os estudantes e de suas entidades, como a UNE, reagirem contra
mais esse ataque politico!
Conselho Nacional da Juventude Revolução
http://juventuderevolucao.org/blog/2013/02/06/nao-a-criminalizacao-dos-72-estudantes-da-usp-e-dos-movimentos-sociais-em-defesa-dos-direitos-democraticos/
Abaixo o STF filha da ditatura!!! Tem-se que fazer reforma política acabando esta forma de escolher os Magistrados burgueses!!! Temos que fazer valer a luta política destes 72 companheiros repudiando esta Justiça burguesa. Os Juízes devem ser escolhidos pelo povo e não pela burguesia.
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