Estava na Folha, num editorial recente.
A carga tributária brasileira é alta. Cerca de 35% do PIB. Esta tem
sido a base de incessantes campanhas de jornais e revistas sobre o assim
chamado “Custo Brasil”.
Tirada a hipocrisia cínica, a pregação da mídia contra o “Custo
Brasil” é uma tentativa de pagar (ainda) menos impostos e achatar
direitos trabalhistas.
Notemos. A maior parte das grandes empresas jornalísticas já se
dedica ao chamado ‘planejamento fiscal’. Isto quer dizer: encontrar
brechas na legislação tributária para pagar menos do que deveriam.
A própria Folha já faz tempo adotou a tática de tratar juridicamente
muitos jornalistas – em geral os de maior salário – como PJs, pessoas
jurídicas. Assim, recolhe menos imposto. Uma amiga minha que foi
ombudsman era PJ, e uma vez me fez a lista dos ilustre articulistas da
Folha que também eram.
A Globo faz o mesmo. A Receita Federal cobra uma dívida bilionária em impostos das
Organizações Globo, mas lamentavelmente a disputa jurídica se trava na
mais completa escuridão.
Como já vimos, a carga tributária do Brasil é de 35%. Agora olhemos
dois opostos. A carga mais baixa, entre os 60 países que compõem a
prestigiada OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, é a do México: 20%. As taxas mais altas são as da
Escandinávia: em redor de 50%.Queremos ser o que quando crescer: México ou Escandinávia?
O dinheiro do imposto, lembremos, constrói estradas, portos,
aeroportos, hospitais, escolas públicas etc. Permite que a sociedade
tenha acesso a saúde pública de bom nível, e as crianças – mesmo as mais
humildes — a bom ensino.
Na Escandinávia, a meritocracia é para valer. Acesso a educação de
bom nível todos têm. E a taxa de herança é alta o suficiente para
mitigar as grandes vantagens dos herdeiros de fortunas. O mérito efetivo
é de quem criou a fortuna, não de quem a herdou. A meritocracia deve
ser entendida sob uma ótima justa e ampla, ou é apenas uma falácia para
perpetuar iniquidades.
Recentemente o site da Exame publicou um ranking dos 20 países mais prósperos
de 2012 elaborado pela instituição inglesa Legatum Institute. A
Escandinávia ficou simplesmente com o ouro, a prata e o bronze: Noruega
(1ª), Dinamarca (2ª) e Suécia (3ª).
Se quisermos ser o México, é só atender aos insistentes apelos das
grandes companhias de mídia. Se quisermos ser a Escandinávia, o caminho é
mais árduo. Lá, em meados do século passado, se estabeleceu um consenso
segundo o qual impostos altos são o preço – afinal barato – para que se
tenha uma sociedade harmoniosa. E próspera: a qualidade da educação
gera mão de obra de alto nível para tocar as empresas e um funcionalismo
público excepcional.
A Escandinávia é um sonho muito distante? Olhemos então para a China.
À medida que o país foi se desenvolvendo economicamente, a carga
tributária também cresceu. Ou não haveria recursos para fazer o
extraordinário trabalho na infraestrutura – trens, estradas, portos,
aeroportos etc – que a China vem empreendendo para dar suporte ao
velocíssimo crescimento econômico.
Hoje, a taxa tributária da China está na faixa de 35%, a mesma do
Brasil. E crescendo. Com sua campanha pelo atraso e pela iniquidade, os
donos da empresa de mídia acabam fazendo o papel não de barões – mas de
coronéis que se agarram a seus privilégios e mamatas indefensáveis.
Artigo adaptado, leia na íntegra:
http://diariodocentrodomundo.com.br/queremos-ser-o-mexico-ou-a-escandinavia/
Além de privatizar as riquezas nacionais, tirando do povo para privilégios e interesses privados ainda querem arrancar parte da mais-valia produzida pelos trabalhadores que são convertidas pelos impostos para a função social? Exproprie os ricos!!!
ResponderExcluirDiscordo em 100% da materia, Acho que devemos pagar menos impostos sim !!!
ResponderExcluiralias os impostos que pagamos nao vao para educacao, saude, seguranca.
pois se quiser estudar, preciso pagar uma faculdade, se quiser ter uma saude boa preciso ter um plano de saude, e se quiser ter seguranca, precisa se contratar uma empresa de seguranca, entao o brasil é o pais aonde temos a maior tributacao do mundo, alem do imposto ser altissimo, o pagamos 2 vezes, ja que o estado nao fornece um servico descente. prosseguindo, alem docusto brasil, o governo em vez de ajudar o empresario a abrir uma empresa, o governo parece que faz de tudo para complicar, burocracia, custos e mais custos, aonde nunca um empresario estara 100% legal, é ai que entra o funcionario publico vendendo facilidades leia-se suborno, como se nao bastasse temos os politicos mais caros do mundo, e o judiciario tambem, aonde certos magistrados chegam a ganhar de 300 a 500mil por mes, com beneficios acumulados, preciso falar mais alguma coisa ????