15 civis assassinados, entre eles uma grávida e um bebê de sete meses, e mais de cem feridos
Dois dias antes de Israel assassinar líder do Hamas e semear a
morte em Gaza, seu ministro do Exterior ameaçou presidente palestino se
for mantida proposta de reconhecimento do Estado da Palestina na ONU
No dia 14 de novembro, o exército israelense atacou em vários pontos da
Faixa de Gaza, incluindo a principal cidade, Gaza e ainda Khan Younis e
Beit Lahia.
A agência de notícias palestina, Ma’an, informa a morte de 15 civis e
mais de 100 feridos logo no primeiro dia de bombardeios. Entre os
assassinados reportados, um bebê de 7 meses, Ranan Arafat (cujo corpo
ficou incinerado), uma menina de 7 anos e mais um garoto de 11 vítima de
um obus de tanque. Uma mulher, grávida de gêmeos, também faleceu.
Os ataques, até o fechamento dessa edição, foram através de mísseis
lançados por caças israelenses e obuses atirados por tanques na
fronteira com a Faixa de Gaza contra uma das regiões mais povoadas do
mundo. Em 2008, um ataque criminoso a Gaza, perpetrado pelo mesmo premiê
Netanyahu, destruiu cerca 4.000 casas palestinas e atingiu 53
instalações patrocinadas pela ONU. Mais de mil palestinos morreram nos
23 dias de bombardeios constantes, incluindo mais de 400 crianças e
adolescentes.
Outro ataque lançado em março deste ano tirou a vida de 25 palestinos.
Antes do bombardeio generalizado, o regime israelense assassinou, Ahmad
Al Jabari, uma das principais lideranças e responsável pelo aparato
armado do Hamas na Faixa de Gaza, com um míssil sobre o carro onde se
encontrava.
O assassinato de Jabari foi um dos mais absurdos já cometidos pelos
israelenses, uma vez que ele era a liderança indicada pelo Hamas para
acompanhar o cessar-fogo acordado entre esta facção palestina (que detém
o poder na Faixa de Gaza) e o governo de Israel. Jabari também fora o
negociador pelos palestinos de Gaza nas conversações que levaram a
liberação do soldado israelense Gilad Shalit (que fora detido pelas
forças de resistência palestinas) mediante a soltura de presos
palestinos nas prisões israelenses. A soltura de Shalit era um anseio
não só de seus familiares, mas de todos os israelenses.
Os primeiros misseis lançados por Israel logo após a morte de Jabari
foram contra instalações da polícia e outras forças de segurança
palestinas em Gaza.
O governo de Israel já sinaliza com uma escalada ainda maior contra
Gaza e seus reservistas já foram convocados e o exército, segundo a
agência de notícias, Rússia Today, "não descarta a expansão do ataque,
incluindo com o uso de forças terrestres em invasão", como ocorreu em
2008. Depois do desgaste do morticínio de 2008, uma chacina confessa até
no nome da operação, "Chumbo derretido", Israel agora chama a nova
agressão de "Pilar de defesa".
Mesmo depois da morte de crianças e mulheres palestinas Netanyahu disse
que se tratavam de "operações cirúrgicas com armas de alta precisão" e
que Israel estava "fazendo todo o possível para não causa danos a
civis".
Obama ligou para Netanyahu para dizer que "Israel tem o direito à
defesa" e também se disse preocupado "que os civis não sejam
prejudicados".
Tudo isso ocorre dois dias depois do ministro do Exterior de Israel,
Avigdor Lieberman, ter contatado todos os embaixadores de seu regime e
afirmado que se a Autoridade Nacional Palestina (ANP) mantiver a
proposta de reconhecimento do Estado Palestino na ONU "todos os acordos
de Oslo serão rompidos".
A ANP conclamou o Conselho de Segurança da ONU a se posicionar diante das "ações criminosas e ilegais" de Israel.
O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, chamou o CS da ONU – através
de seu atual presidente, o embaixador da Índia, Hardeep Singh Puri - a
"deter Israel que provoca outro ciclo de violência e derramamento de
sangue".
"Mais uma vez a comunidade internacional é testemunha de um malfadado
massacre por parte de Israel, através do uso dos meios militares mais
letais e medidas ilegais contra a indefesa população civil palestina",
declarou ainda Mansour.
http://www.cut.org.br/destaque-central/50575/israel-retalia-estado-palestino-na-onu-com-chacina-em-gaza
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